Checape masculino: por onde come�ar?

Alguns homens est�o quebrando paradigmas e colocando os cuidados com a sa�de em primeiro lugar. Eles ainda est�o atr�s das mulheres nesse quesito, mas a pandemia pode ter sido um sinal de alerta para mostrar a todos o quanto ter e cuidar da sa�de � t�o importante.

Segundo dados do Sistema de Informa��o Ambulatorial (SIA) do Sistema �nico de Sa�de (SUS), entre 2016 e 2020, a procura dos homens por consultas m�dicas aumentou 49,96%, passando de 425 milh�es de atendimentos para 637 milh�es.

 

O urologista � o m�dico respons�vel por cuidar da sa�de �ntima do homem e assim como a mulher passa pelo ginecologista regularmente, o homem precisa estar em dia com as consultas e exames urol�gicos.

Do ponto de vista cl�nico, exames de rotina tamb�m s�o analisados e solicitados pelo urologista para manter os cuidados com a sa�de de maneira geral.

 

“Manter a sa�de em dia est� diretamente relacionado com preven��o, que acontece atrav�s de exames e checapes de rotina. O c�ncer de pr�stata, por exemplo, � o tumor mais frequente no homem ap�s os 50 anos e o segundo mais letal. Para combat�-lo, � preciso fazer a preven��o de maneira adequada”, afirma Joselito Nogueira, m�dico urologista.

 

"Temos uma responsabilidade para com nossos filhos, por isso precisamos nos cuidar e passar para eles que essa imagem de cuidar de si mesmo n�o significa que voc� � menos homem"

Devson Nardi Assis, de 68 anos, aposentado

 

 

Por�m, o m�dico explica que os cuidados com a sa�de do homem devem come�ar ainda na adolesc�ncia. “A preven��o contra doen�as sexualmente transmiss�veis (DSTs) precisa ser feita desde o in�cio da vida sexual do homem. O HPV, que � um tipo de DST, por exemplo, pode causar c�ncer de p�nis no homem e c�ncer de colo de �tero na mulher.

Esse � um tipo de c�ncer totalmente poss�vel de ser evitado em ambos os sexos. N�o se fala muito em c�ncer de p�nis e a sua preven��o est� totalmente relacionada com o uso de preservativos e a higiene. Esse � o tipo da doen�a que ainda afeta muitos homens no Brasil”, afirma.

HIST�RICO FAMILIAR

Devson Nardi Assis, aposentado de 68 anos, � um homem que sempre levou em considera��o os exames de checape e a grande import�ncia que eles t�m. “Meu pai tem hoje 97 anos, mas aos 50 ele teve um problema de pr�stata, ent�o isso foi um divisor de �guas para as minhas decis�es, eu n�o tive d�vidas de que teria que me prevenir dado o meu hist�rico familiar” conta Nardi.

 

Para o aposentado, a sociedade, com essa “brincadeira de machismo”, � o fator crucial e agravante para o crescimento de uma masculinidade pretensiosa em que os homens se acham superiores e que nada pode afet�-los, passando essa cultura de neglig�ncia de gera��o para gera��o. “Al�m do hist�rico familiar, principalmente se voc� � pai de fam�lia, n�s temos uma responsabilidade para com nossos filhos, por isso precisamos nos cuidar e tamb�m passar para eles que essa imagem de cuidar de si mesmo n�o significa que voc� � menos homem, isso � besteira e mata!”, ressalta.

 

Tanto para Nardi quanto para o urologista, as mulheres est�o tendo um papel fundamental na quebra desses paradigmas e rompimento com essa cultura de neglig�ncia por parte dos homens.

Para eles, esse momento de transi��o est� sendo muito auxiliado pela grande luta e for�a das mulheres pela sua libera��o e independ�ncia, que est�o levando seus maridos para fazerem os exames, quebrando com a ideia de que homem n�o adoece, de que homem precisa dar resultado ou conta de tudo e passando para seus filhos, desde cedo, a import�ncia desses exames e da valoriza��o do emocional pelo homem, que tem grande interfer�ncia nas doen�as f�sicas e no seu agravamento.

 

Embora tenha aumentado a procura do homem por atendimento m�dico, eles est�o bem atr�s das mulheres em termos de aten��o � sa�de. Esses dados, entretanto, evidenciam um rompimento com uma cultura de que os homens v�o menos aos m�dicos, ou procuram menos ajuda. Nas palavras de Nogueira: “At� pouco tempo atr�s, homem n�o podia nem chorar, imagina ficar doente ou ter algum problema de sa�de”.

MAIOR FREQU�NCIA

O profissional explica que alguns exames b�sicos que devem estar presentes na rotina de todo homem s�o, hemograma, glicose, ureia, creatinina, colesterol total, fra��es, triglicer�deos, urina, fezes, ressaltando que essa lista pode aumentar dependendo da idade ou do hist�rico familiar, por isso a import�ncia do acompanhamento m�dico.

Em rotina, esses exames de checape devem ser realizados anualmente, tanto homens, quanto mulheres e crian�as, mas o m�dico chama a aten��o para casos que precisam ser acompanhados mais de perto e com mais frequ�ncia. Por exemplo, pacientes com c�lculo renal, que devem fazer um ultrassom de 6 em 6 meses.

 

“Existe um padr�o na realiza��o desses exames rotineiros, mas � mais que v�lido ressaltar que a rotina deve ser personalizada, literalmente, de pessoa por pessoa, ent�o n�o podemos generalizar os exames”, enfatiza Joselito. Ademais, o especialista explica que o checape come�a no consult�rio m�dico, com um bom exame f�sico – que leva em conta um exame neurol�gico bem-feito, uma ausculta card�aca, uma ausculta pulmonar, uma ausculta e uma apalpa��o abdominal, de articula��es – al�m da escuta do paciente.

 

“� preciso levar em conta o lado emocional tamb�m, que � extremamente importante. A gente come�a a dar um valor grande para pacientes ansiosos, depressivos, ou com algum dist�rbio de personalidade que podemos verificar no pr�prio consult�rio”, finaliza.

* Estagi�ria sob supervis�o 

da editora Teresa Caram

 

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Colesterol total e fra��es

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Fezes