
A acuidade da vis�o - clareza e nitidez -pode estar associada ao tamanho do c�rtex visual prim�rio e � quantidade de tecido cerebral que cada pessoa dedica ao processamento de informa��es visuais, mostrou um estudo publicado na revista Nature Communications. Segundo os autores, neurocientistas, a descoberta revela uma nova liga��o entre esta estrutura do c�rebro, tamb�m chamada de V1, e o comportamento.
"Descobrimos que podemos prever o qu�o bem algu�m pode ver com base na estrutura �nica de seu c�rtex visual prim�rio", explicou, em nota, o principal autor, Marc Himmelberg, pesquisador de p�s-doutorado no Centro de Ci�ncia Neural e Departamento de Psicologia da Universidade de Nova York. "Ao mostrar que a varia��o individual na estrutura do c�rebro visual humano est� ligada � varia��o no funcionamento visual, podemos entender melhor o que est� por tr�s das diferen�as em como as pessoas percebem e interagem com seu ambiente visual."
Segundo Himmelberg, assim como acontece com as impress�es digitais, as sali�ncias e sulcos na superf�cie do c�rebro de cada pessoa s�o �nicos. Por�m o significado dessas diferen�as n�o � totalmente compreendido, especialmente quando se trata de seu impacto no comportamento.
Mapa
O V1 � organizado em um mapa da imagem projetada do olho. Mas, como muitas cartografias, � distorcido,com algumas partes da imagem ampliadas em compara��o com outras. "O mapa mant�m algum grau de precis�o, mas amplia regi�es que provavelmente ser�o de interesse mais amplo. Da mesma forma, o V1 aumenta o centro da imagem que vemos - ou seja, onde nossos olhos est�o se fixando - em rela��o � periferia", diz Himmelberg.
Usando resson�ncia magn�tica funcional (fMRI), os cientistas mapearam o tamanho do c�rtex visual de 29 pessoas. Eles tamb�m mediram a quantidade de tecido do V1 que os participantes dedicaram ao processamento de informa��es visuais de diferentes locais em seu campo de vis�o - � esquerda, direita, acima e abaixo de um determinado ponto. Outros testes para avaliar a acuidade visual tamb�m foram feitos. "Quanto mais �rea de superf�cie local V1 for dedicada � codifica��o de um local espec�fico, melhor ser� a vis�o naquele local", explicou a coautora, Marisa Carrasco. "Nossas descobertas mostram que as diferen�as na percep��o visual est�o inextricavelmente ligadas a diferen�as na estrutura do c�rtex visual prim�rio no c�rebro".
A neuroftalmologista Tatiana Le�o Vanini, do CBV - Hospital de Olhos, destaca que a regi�o cerebral citada no estudo (V1-c�rtex visual prim�rio) corresponde a apenas uma das regi�es do impulso nervoso que gera a vis�o. Outras �reas, como os lobos parietal e temporal, diz, tamb�m t�m implica��o na acuidade, assim como a estrutura da c�rnea, do globo ocular etc.
"Portanto, mais fatores devem ser verificados antes de se afirmar que isso representa de fato uma boa vis�o", diz a neuroftalmologista. "� como se nossos olhos fossem uma m�quina fotogr�fica que capta a imagem, e as regi�es cerebrais respons�veis pela vis�o quem revela essa imagem. De nada adiantaria um bom est�dio fotogr�fico de revela��o se a m�quina n�o tiver uma excelente resolu��o. Isso tudo deve ser levado em conta quando queremos caracterizar uma melhor vis�o ou capacidade visual, como citada no estudo."