Brasil: uma em cada 4 crian�as t�m desenvolvimento abaixo do esperado

Nas capitais brasileiras, quase uma em cada quatro crian�as tem atraso no desenvolvimento at� os cinco anos de idade, mostra pesquisa do Minist�rio da Sa�de. S�o crian�as que n�o desenvolveram as habilidades ou n�o apresentaram os comportamentos esperados para a faixa et�ria. A incid�ncia de atraso � ainda maior entre aquelas que est�o em vulnerabilidade social e situa��o de pobreza e onde h� registro de inseguran�a alimentar.

Os resultados mostram que 10,1% das crian�as tinham atraso no desenvolvimento esperados at� os tr�s anos. Outras 12,8% tinham atraso entre tr�s e cinco anos de idade. As duas faixas et�rias somam 22,9% de crian�as com atrasos no per�odo que as pesquisas apontam como a "principal janela" de oportunidades para o aprendizado global. Nesses primeiros anos de vida, o c�rebro se desenvolve mais rapidamente e est� mais sens�vel aos cuidados e est�mulos ambientais.

Os dados est�o em uma pesquisa do projeto Primeira Inf�ncia para Adultos Saud�veis (Pipa), desenvolvido pelo minist�rio, e divulgados na manh� desta quarta-feira (25/10), no Simp�sio Internacional de Desenvolvimento da Primeira Inf�ncia, em Bras�lia (DF). As informa��es foram coletadas em 2022 em 13 capitais do pa�s. O estudo avaliou as condi��es de desenvolvimento de 13.435 crian�as de zero a cinco anos.

 

O desenvolvimento infantil envolve quatro dom�nios relacionados a habilidades motoras, cognitivas, de linguagem e socioemocionais. Diversos estudos apontam que crian�as com desenvolvimento saud�vel e em boas condi��es t�m maior facilidade de adquirir conhecimento, o que contribui para que posteriormente obtenham um bom desempenho escolar, alcancem realiza��o pessoal, vocacional e econ�mica e se tornem cidad�os respons�veis.

A pesquisa do Minist�rio da Sa�de tamb�m revela como as desigualdades sociais afetam o desenvolvimento infantil. A incid�ncia de atraso � maior entre as crian�as cujas fam�lias mencionaram participar de programas sociais como o Bolsa Fam�lia, o que indica maior vulnerabilidade social.

Das crian�as de fam�lias benefici�rias, na m�dia geral, 15% tiveram atraso no desenvolvimento infantil esperado at� os cinco anos. Entre as que n�o participavam de nenhum programa social a incid�ncia de atraso foi de 9%. No grupo com condi��o socioecon�mica mais vulner�vel, a frequ�ncia de atraso � ainda maior, afetando 17% das crian�as de at� cinco anos com fam�lias benefici�rias.

"As desigualdades sociais podem criar barreiras significativas para os cuidadores em situa��o socioecon�mica desfavor�vel, dificultando a oferta de atividades de est�mulo adequadas �s suas crian�as, como ler ou olhar figuras de livros, contar hist�rias, cantar, passear, jogar ou brincar, nomear, contar ou desenhar", diz o relat�rio da pesquisa.

Entre as habilidades consideradas adequadas para cada faixa et�ria est�o, por exemplo, que beb�s de at� seis meses sorriam e reajam a est�mulos f�sicos ou consigam levantar a cabe�a sozinhos. A pesquisa coletou ainda uma s�rie de informa��es sobre a sa�de, alimenta��o, cuidados e est�mulos ofertados �s crian�as.

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O estudo mostra que 57,8% das crian�as avaliadas seguiram com o aleitamento materno exclusivo at� os seis primeiros meses de idade - ou seja, mais de 40% n�o tiveram a oportunidade de ser alimentadas no in�cio da vida da forma como � recomendado por m�dicos e evid�ncias cient�ficas.

Tamb�m aponta que apenas 59,2% das crian�as de at� cinco anos tem garantida uma diversidade m�nima na dieta, ou seja, que consomem ao menos seis grupos alimentares por dia (gr�os, ra�zes, leguminosas, leite n�o materno e derivados, carnes e ovos, hortali�as e frutas).

Sobre os cuidado, a pesquisa tamb�m coletou de forma in�dita dados sobre o uso de disciplinas punitivas para crian�as nos primeiros cinco anos de vida. Os resultados identificaram que 35% dos cuidadores revelaram dar palmadas como medida educativa e 33% admitiram gritar com as crian�as.

Tamb�m identificou que, em m�dia, 75,6% das crian�as foram envolvidas pelos cuidadores em ao menos quatro atividades de est�mulo para o desenvolvimento, tais como ler livros, contar hist�rias, brincar, passear, cantar ou desenhar.