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Estado de Minas PESQUISA

Atividade f�sica ajuda a conservar o c�rebro jovem, diz estudo

Cientistas descobrem novos mecanismos que explicam como a pr�tica de exerc�cios protege contra a dem�ncia. Outros h�bitos tamb�m podem aumentar a longevidade


19/06/2022 08:00 - atualizado 19/06/2022 08:11

idosos andando de bicicleta
O estudo envolveu 134 pessoas com idade m�dia de 69 anos, que n�o apresentavam problemas de mem�ria (foto: Pexels/Reprodu��o)
H� algum tempo, sabe-se que a pr�tica de exerc�cios ajuda a proteger o c�rebro dos danos associados ao envelhecimento. Agora, um estudo divulgado na revista Neurology, da Academia Norte-Americana de Neurologia, aponta os mecanismos envolvidos nessa rela��o. 

O artigo, do Centro de Pesquisas Inserm, na Fran�a, sugere que, ao ajudar a manter n�veis de insulina e favorecer um �ndice de massa corporal (IMC) saud�vel, as atividades f�sicas funcionam como um escudo cerebral, evitando encolhimento do volume do �rg�o. Assim, ajudam a evitar ou postergar a dem�ncia.

"Esses resultados podem nos ajudar a entender como a atividade f�sica afeta a sa�de do c�rebro, o que nos guiar� no desenvolvimento de estrat�gias para prevenir ou retardar o decl�nio relacionado � idade na mem�ria e nas habilidades cognitivas", disse a principal autora, G�raldine Poisnel. 

"Adultos mais velhos que s�o fisicamente ativos obt�m benef�cios cardiovasculares, o que pode, tamb�m, resultar em maior integridade estrutural do c�rebro." Em contraste, os pesquisadores descobriram que a rela��o entre o exerc�cio e o metabolismo da glicose no �rg�o n�o foi afetada pelos n�veis de insulina ou pelo IMC. Essa diminui��o pode ser observada em pessoas com dem�ncia.

O estudo envolveu 134 pessoas com idade m�dia de 69 anos, que n�o apresentavam problemas de mem�ria. Elas responderam a question�rios sobre o n�vel de atividade f�sica praticado no ano anterior � pesquisa, al�m de passar por exames de imagem cerebral para medir o volume do �rg�o e o metabolismo da glicose. Tamb�m foram coletadas informa��es sobre IMC e taxas de insulina, bem como colesterol e press�o arterial, entre outros fatores.

Pessoas que praticavam mais atividade f�sica tinham um volume total maior de massa cinzenta no c�rebro do que aquelas que reportaram uma quantidade menor de exerc�cios, com uma m�dia de cerca de 550 mil mil�metros c�bicos, em compara��o com 540 mil. Quando os pesquisadores analisaram apenas as �reas afetadas pela doen�a de Alzheimer, encontraram os mesmos resultados. Aquelas que se exercitavam com maior frequ�ncia tamb�m apresentaram taxas m�dias de metabolismo de glicose mais elevadas.

Um n�vel maior de atividade f�sica, no entanto, n�o foi associado � quantidade de placas amiloides no c�rebro. Esses dep�sitos gordurosos s�o um marcador de Alzheimer, ressalta Poisnel. De acordo com ela, embora a rela��o entre os exerc�cios e a robustez do volume cerebral tenha sido percebida neste e em outros estudos, s�o necess�rias mais pesquisas para a compreens�o detalhada dos mecanismos envolvidos. 

Ainda assim, a cientista explica que o trabalho lan�ou mais luz sobre o tema. "Manter um IMC mais baixo por meio da atividade f�sica pode ajudar a prevenir dist�rbios no metabolismo da insulina, que s�o frequentemente observados no envelhecimento, promovendo, assim, a sa�de do c�rebro", disse.

EXPECTATIVA 

Uma outra pesquisa divulgada na revista The British Medical Journal tamb�m refor�ou o papel protetor do estilo de vida saud�vel contra o envelhecimento do c�rebro. Segundo o estudo, al�m de uma expectativa de vida mais longa, h�bitos como atividades f�sicas, dieta pobre em gordura animal e est�mulos cognitivos tamb�m ajudam a viver mais tempo e sem dem�ncia.

O n�mero de pessoas que vivem com Alzheimer e outras enfermidades neurodegenerativas deve triplicar em todo o mundo at� 2050, passando de cerca de 57 milh�es em 2019 para 152 milh�es em 2050, segundo a Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS). Um dos fatores de risco para a dem�ncia � justamente a idade avan�ada. Assim, viver mais pode significar um aumento nos anos passados com o comprometimento cognitivo, uma quest�o pouco explorada que motivou o estudo, conduzido por cientistas norte-americanos e su��os.

A pesquisa analisa dados de 2.449 participantes com 65 anos ou mais (idade m�dia de 76), sem hist�rico de dem�ncia, cujos dados est�o dispon�veis em um grande estudo epidemiol�gico, o Projeto de Sa�de e Envelhecimento de Chicago. Os volunt�rios preencheram question�rios detalhados sobre dieta e estilo de vida. 

Os pesquisadores desenvolveram uma pontua��o, considerando uma dieta h�brida mediterr�nea-Dash (rica em gr�os integrais, vegetais de folhas verdes e frutas vermelhas, e pobre em alimentos r�pidos/fritos e carnes vermelhas); atividades cognitivamente estimulantes (ler, visitar um museu ou fazer palavras cruzadas); pelo menos 150 minutos por semana de exerc�cio f�sico; n�o fumar, e consumo de �lcool baixo a moderado.

Para cada fator, os participantes receberam uma pontua��o de um, se atendessem aos crit�rios de sa�de, e de zero, se n�o o fizessem. As vari�veis foram somadas para produzir um resultado que podia chegar at� cinco. Pontos mais altos indicavam um estilo de vida mais salutar, de acordo com o considerado pelos cientistas.

Promo��o de estilos de vida saud�veis

Depois de levar em conta outros fatores potencialmente influentes, incluindo idade, sexo, etnia e educa��o, os pesquisadores da Su��a e dos Estados Unidos descobriram que, em m�dia, a expectativa de vida total aos 65 anos em mulheres e homens com estilo de vida saud�vel era de 24,2 e 23,1 anos, respectivamente. Mas para partipantes do sexo feminino e masculino com h�bitos mais insalubres, a longevidade era menor: 21,1 e 17,4 anos, respectivamente.

Entre mulheres e homens com estilo de vida saud�vel, 10,8% e 6,1% viveram com Alzheimer por 2,6 e 1,4 anos, respectivamente. Esse tempo foi maior nos participantes que tinham h�bitos considerados ruins: 19,3% das volunt�rias passaram 4,1 anos com o dist�rbio degenerativo, e 12% dos volunt�rios viveram 2,1 anos com o problema. Aos 85, essas diferen�as eram ainda mais not�veis, disseram os cientistas. 

ESFOR�OS GLOBAIS 

Embora tenha usado dados populacionais com acompanhamento de longo prazo, a pesquisa � observacional; por isso, n�o estabelece uma rela��o de causa e efeito. No entanto, os pesquisadores concluem: "Esta investiga��o sugere que uma expectativa de vida prolongada devido a um estilo de vida saud�vel n�o � acompanhada por um aumento no n�mero de anos vivendo com Alzheimer".

Em um editorial associado ao artigo e publicado no The British Medical Journal, HwaJung Choi, pesquisadora da Universidade de Michigan destaca as "implica��es importantes para o bem-estar das popula��es em envelhecimento e para as pol�ticas e programas de sa�de p�blica relacionados''. 

Ela argumenta que o desenvolvimento e a implementa��o de interven��es para reduzir o risco de dem�ncias � "extremamente importante'' nos esfor�os globais para diminuir a press�o sobre sistemas de sa�de. "Promover estilos de vida saud�veis pode aumentar os anos de vida sem dem�ncia, ao atrasar o in�cio da neurodegenera��o", conclui.


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