
Um novo estudo publicado nesta ter�a-feira (21/6) na revista cient�fica Current medical research and opinion, revela que as mulheres s�o "significativamente" mais propensas a sofrer de COVID longa do que os homens e experimentar�o sintomas substancialmente diferentes. As informa��es s�o do site Eureka Alert.
A COVID longa � uma s�ndrome na qual as complica��es persistem por mais de quatro semanas ap�s a infec��o inicial da covid-19, �s vezes por v�rios meses.
Pesquisadores do Johnson & Johnson Office of the Chief Medical Officer Health of Women Team, que realizaram a an�lise de dados de cerca de 1,3 milh�o de pacientes, observaram que mulheres com COVID longa est�o apresentando uma variedade de sintomas, incluindo problemas de ouvido, nariz e garganta, dist�rbios do humor, neurol�gicos, cut�neos, gastrointestinais e reumatol�gicos, assim como o cansa�o.
Os pacientes do sexo masculino, no entanto, eram mais propensos a apresentar dist�rbios end�crinos, como diabetes e dist�rbios renais.
"O conhecimento sobre as diferen�as de sexo fundamentais que sustentam as manifesta��es cl�nicas, a progress�o da doen�a e os resultados de sa�de da COVID-19 � crucial para a identifica��o e o design racional de terapias eficazes e interven��es de sa�de p�blica que sejam inclusivas e sens�veis �s poss�veis necessidades de tratamento diferencial de ambos os sexos", explicam os autores.
"As diferen�as na fun��o do sistema imunol�gico entre mulheres e homens podem ser um importante fator de diferen�as de sexo na s�ndrome da COVID longa. As mulheres montam respostas imunes inatas e adaptativas mais r�pidas e robustas, que podem proteg�-las da infec��o inicial e da gravidade. No entanto, essa mesma diferen�a pode tornar as mulheres mais vulner�veis a doen�as autoimunes prolongadas".
Embora o n�mero de participantes pare�a grande, apenas 35 do total de 640.634 artigos na literatura forneceram dados desagregados por sexo com detalhes suficientes sobre sintomas e sequelas da doen�a de COVID-19 para entender como mulheres e homens experimentam a doen�a de maneira diferente.
Ao analisar o in�cio precoce do COVID-19, os resultados mostram que pacientes do sexo feminino eram muito mais propensas a apresentar transtornos de humor, como depress�o, sintomas de ouvido, nariz e garganta, dor musculoesquel�tica e sintomas respirat�rios. Pacientes do sexo masculino, por outro lado, eram mais propensos a sofrer de dist�rbios renais - aqueles que afetam os rins.
Os autores observam que essa s�ntese da literatura dispon�vel est� entre as poucas que detalham as condi��es de sa�de espec�ficas que ocorrem como resultado de doen�as relacionadas � COVID por sexo. Muitos estudos examinaram as diferen�as entre os sexos na hospitaliza��o, admiss�o na UTI, suporte ventilat�rio e mortalidade. Mas a pesquisa sobre as condi��es espec�ficas causadas pelo v�rus e seus danos a longo prazo ao corpo foram pouco estudadas quando se trata de sexo.
"Diferen�as sexuais nos resultados foram relatadas durante surtos anteriores de coronav�rus", acrescentam os autores. "Portanto, as diferen�as nos resultados entre mulheres e homens infectados com SARS-CoV-2 poderiam ter sido antecipadas. Infelizmente, a maioria dos estudos n�o avaliou ou relatou dados granulares por sexo, o que limitou os insights cl�nicos espec�ficos do sexo que podem estar afetando o tratamento".
Idealmente, dados desagregados por sexo devem ser disponibilizados mesmo que n�o seja o objetivo principal do pesquisador, para que outros pesquisadores interessados possam usar os dados para explorar diferen�as importantes entre os sexos.
O artigo tamb�m observa fatores complicadores dignos de estudo adicional. Notavelmente, as mulheres podem estar em maior risco de exposi��o ao v�rus em certas profiss�es, como enfermagem e educa��o. Al�m disso, "pode haver disparidades no acesso aos cuidados com base no g�nero que podem afetar a hist�ria natural da doen�a, levando a mais complica��es e sequelas".
O estudo completo pode ser conferido no link.