
� por meio da audi��o que o homem desenvolve as habilidades para a fala e linguagem e � como interage com o ambiente que o cerca. Com o envelhecimento, a capacidade de ouvir come�a a ficar comprometida e � preciso cuidar, tratar e ter aten��o.
Lucele Karine Oliveira Cunha Rocha, otorrinolaringologista do Hospital Vila da Serra, explica que “a partir dos 40 anos come�a um processo de envelhecimento do ouvido, com redu��o progressiva de c�lulas do epit�lio sensorial e neur�nios vest�bulo-cocleares. A isto chamamos de presbiacusia. Podemos dizer que aproximadamente 30% da popula��o com mais de 60 anos ter� perda auditiva, e entre 70% a 90% com mais de 85 anos sofrer� com essa defici�ncia”.
A especialista enfatiza que a perda auditiva afeta de maneira significativa a qualidade de vida, principalmente dos mais velhos. “Muitos idosos come�am a evitar o conv�vio social, reuni�es de fam�lia, passam a se isolar socialmente e, consequentemente, surgem quadros depressivos e piora cognitiva, avan�ando para doen�as demenciais.”
DOEN�AS
Algumas doen�as podem levar � perda auditiva: “A presbiacusia – processo de envelhecimento do ouvido – est� associada � perda das c�lulas sensoriais do aparelho auditivo interno e altera��es do funcionamento do ouvido. Ela � influenciada por fatores metab�licos (radicais livres) e gen�ticos.
Outras causas s�o a otosclerose, uma doen�a gen�tica na qual h� uma altera��o na mobilidade dos oss�culos do ouvido m�dio, traumas de ouvido, infec��es, exposi��o a ru�do e uso de medica��es otot�xicas (quimioter�picos, alguns antibi�ticos e diur�ticos).”
Os fatores gen�ticos s�o inevit�veis, por�m sabe-se que reduzir a exposi��o excessiva a ru�dos, utilizando protetores auriculares em ambientes ruidosos e reduzindo o uso de fones de ouvido em alto volume, diminui muito a agress�o sobre o ouvido.
“Uma dieta saud�vel, rica em antioxidantes, evitar o tabagismo e praticar atividade f�sica melhoram o metabolismo, reduzem a glicose e o colesterol e diminuem o estresse oxidativo sobre o ouvido interno, o que pode n�o s� reduzir a progress�o da perda auditiva, como melhorar o equil�brio. E, quando poss�vel, recomenda-se evitar medica��es otot�xicas.”
COTONETE
A otorrinolaringologista faz um alerta para aqueles que ainda insistem em usar o cotonete: “Costumo dizer que o ouvido � autolimpante, ou seja, existe um processo constante de migra��o epitelial que expulsa a cera de dentro para fora. Por isso, os cotonetes apenas agem contra a natureza. Cerume n�o � sujeira, tem fun��o antibacteriana e antif�ngica”, explica a m�dica.
“Limpar excessivamente os ouvidos pode aumentar o risco de infec��es, al�m de traumas, como perfura��es timp�nicas, especialmente em crian�as.”
E quanto � �gua? Muitos j� devem ter lidado com “�gua no ouvido”, seja praticando nata��o, fazendo hidrogin�stica ou lavando o cabelo. De acordo com Lucele Rocha, o ouvido n�o gosta de �gua, por�m, em fun��o do formato dos condutos auditivos, n�o � t�o f�cil a entrada de �gua neles.
“Quando isso ocorre, pode-se desenvolver otites externas, que na verdade s�o infec��es da pele do ouvido externo. Atividades como nata��o e hidrogin�stica podem aumentar o risco de otites externas em pacientes predispostos. Se acontecer, recomendo consultar um otorrinolaringologista para orienta��es. Cada caso precisa ser avaliado individualmente.”
J� a cera � vista como problema para muitos, que teimam em tir�-la, �s vezes com os mais variados objetos, mas Lucele Rocha alerta: “Excesso de cerume � uma causa importante e frequente de perda auditiva e alguns pacientes precisam remov�-lo. Outros nunca precisar�o faz�-lo. E apenas o otorrinolaringologista pode retir�-lo de maneira segura, por meio de lavagem ou uso de curetas especiais”.
A otorrinolaringologista acrescenta que “existe um risco importante de perfura��o timp�nica quando tentamos realizar em casa sem instrumental e t�cnica adequados”.

Situa��es que aumentam os riscos de perda auditiva:
>> Tempo de exposi��o ao ru�do: quanto maior esse tempo, maior o perigo
>> Intensidade: quanto maior a intensidade do som, maior o risco para o trabalhador
>> Dist�ncia da fonte de ru�do: quanto mais pr�ximo, maior o perigo

>> Tipo de ru�do: cont�nuo (sem parar), intermitente (ocorre de vez em quando) ou de impacto (acontece de repente)
>> Sensibilidade ao som: varia de acordo com cada pessoa
>> Les�es causadas por problemas anteriores na orelha: inflama��es e infec��es

Profiss�es mais sujeitas a n�veis altos de ru�do e danos � audi��o
Tripula��o de voo/Comiss�rio de bordo - 130 decib�is
M�sicos e profissionais de �udio - 125 decib�is
Profissionais do tr�nsito - 120 decib�is
Motorista de ambul�ncia - 120 decib�is
Engenheiro - 115 decib�is
Dentista - 115 decib�is
Enfermeiro - 113 decib�is
Trabalhador de constru��o - 110 decib�is
Mineiro - 108 decib�is
Motorista de caminh�o - 95 decib�is