O assunto � recorrente, mas vale a pena refor�ar, ainda mais no m�s dedicado ao tema. O Junho Vermelho, campanha coordenada pelo Minist�rio da Sa�de desde 2015, lembra a import�ncia de conscientizar a popula��o sobre a doa��o de sangue, haja visto a constante escassez dos bancos de sangue. Nesse m�s tamb�m � marcado o Dia Internacional do Doador de Sangue, celebrado no dia 14. Mas n�o h� data nem tempo espec�fico para ser solid�rio.
A Organiza��o Mundial de Sa�de (OMS) estabelece como meta a doa��o por 3% a 5% da popula��o de um pa�s. No Brasil, o �ndice � de 1,9%, conforme o Minist�rio da Sa�de. Na pr�tica, significa que, a cada mil pessoas, somente 19 s�o doadores. Em Minas, 2% da popula��o doam sangue, de acordo com a Funda��o Hemominas.
Em Belo Horizonte, a sede da funda��o, banco de sangue p�blico que atende a todo o estado, vive em frequente necessidade de reposi��o do estoque. Ainda de acordo com a Hemominas, em uma doa��o s�o retirados cerca de 450 ml de sangue, e a cada volume desse doado, at� quatro vidas s�o salvas. O material � destinado, especialmente, a v�timas de acidente, pessoas que s�o submetidas a procedimentos cir�rgicos ou que est�o em tratamento de doen�as como talassemia e doen�a falciforme.
Junho Vermelho
Dentro do espectro do Junho Vermelho, a mobiliza��o de grandes institui��es e empresas em torno da causa pode ajudar a amenizar a baixa dos estoques. Na capital, a C�mara de Dirigentes Lojistas (CDL/BH), por exemplo, mobiliza seus 240 colaboradores e quase 14 mil associados em torno da campanha Doe Gotas de Vida. "A entidade impacta um grande n�mero de pessoas e sabemos que a conscientiza��o desse p�blico, quanto � doa��o de sangue, � uma obriga��o social", afirma o presidente, Marcelo de Souza e Silva. At� 30 de junho, a CDL/BH vai iluminar a fachada do pr�dio na cor vermelha, em ades�o ao Junho Vermelho, e tamb�m promove a��es de incentivo � doa��o.
"Sangue � um rem�dio insubstitu�vel. N�o se fabrica, n�o se compra, n�o se vende. Dependemos, exclusivamente, da solidariedade das pessoas que comparecem aos hemocentros, envolvidos pelo altru�smo. � a solidariedade que salva vidas. Voc� n�o precisa conhecer algu�m para decidir doar sangue. Todos os dias, h� pessoas que necessitam da transfus�o para viver", afirma a assessora de Capta��o e Cadastro da Funda��o Hemominas, Viviane Guerra.
Atualmente, a entidade � respons�vel por 91% do sangue transfundido no estado e contabiliza cerca de 23 mil doa��es efetivas de sangue por m�s.
Falta de informa��o e medo prejudicam doa��o
No fim de 2021, a Abbott Brasil, empresa global de cuidados para a sa�de, realizou um raio-x sobre o perfil do doador de sangue no Brasil. O levantamento revelou que quase 50% dos brasileiros n�o doam por medo ou falta de informa��o e apenas 19% da popula��o apta a doar realiza o ato com frequ�ncia. Entre as principais preocupa��es, os participantes disseram n�o saber para onde o sangue vai e a quantidade coletada. O medo e o desconforto tamb�m s�o os sentimentos mais expressos, visto que a doa��o de sangue no pa�s � pouco frequente.
Outros dados sobre o perfil do doador brasileiro
- 9% disseram que doam apenas quando solicitados (em casos de necessidade de familiares ou conhecidos). O perfil desse grupo � de homens entre 45 e 54 anos, de classe social m�dia a alta, casados e com renda fixa
- 48% afirmam que a a��o n�o faz parte da rotina. Nesse caso, a principal motiva��o para que as pessoas doem sangue � quando acontecem desastres ou fatos de como��o p�blica
- 23% doam apenas pontualmente, ou seja, quando algum conhecido ou familiar precisa de ajuda
Sem dor, sem medo
De acordo com a Hemominas, cada procedimento de doa��o demora poucos minutos. Ao todo, o processo de doa��o, incluindo triagem, consulta e retirada do sangue dura cerca de 50 minutos.
O volume colhido n�o faz falta ao doador e o organismo se encarrega, rapidamente, de sua reposi��o. Ainda segundo a funda��o, a doa��o n�o aumenta o volume sangu�neo, n�o condensa ou dilui o sangue, n�o promove o aumento ou perda de peso e o processo n�o causa dor.
A doa��o n�o acarreta nenhum preju�zo ou risco para quem a realiza. A triagem cl�nica � rigorosa e o candidato s� doa sangue se estiver em boas condi��es de sa�de. O material utilizado � descart�vel e n�o h� risco de contrair doen�as durante o procedimento.