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Estado de Minas Reportagem de capa

Adeus ao estresse e � ansiedade

Psic�logo especialista em mindfulness prop�e t�cnica para processo terap�utico baseado em sentimentos de autoapre�o e autocompaix�o


10/07/2022 04:00 - atualizado 11/07/2022 16:43

Psicólogo Bernardo Coelho
O psic�logo Bernardo Coelho ressalta que � importante reverter o processo de automatiza��o gerado pelas novas tecnologias para buscar uma vida mais saud�vel (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

"Hoje, o grande fator de sofrimento mental do ser humano � justamente a desconex�o dos outros, o isolamento, a falta de pertencimento, do n�o se sentir acolhido"

Bernardo Coelho, psic�logo, especialista em mindfulness


A falta de foco na realidade presente, acentuada pelo bombardeio de informa��es, aliado � nossa reatividade sem filtro, t�m levado o ser humano a um n�vel de estresse e ansiedade que se alastra, a cada dia mais, como uma epidemia.

“Vivemos em um contexto no qual tudo nos leva a uma acelera��o, no fazer, no consumir e at� no lazer”, enumera o psic�logo Bernardo Coelho, de 46 anos, especialista em 

Para o psic�logo, que trabalha como instrutor de mindfulness, uma t�cnica terap�utica aliada � autocompaix�o, prestar aten��o no que nos acontece e treinar nosso c�rebro para “n�o sermos tragados por essa acelera��o” tornou-se urgente para levarmos uma vida saud�vel.


Mulher com braças abertos
Aceitar-se exatamente como voc� � o livra de compara��es e do ritmo acelerado dos dias atuais (foto: Pixabay)


AUTOESTIMA Na pr�tica, explica o psic�logo, a aten��o plena ajuda a “reverter esse processo de automatiza��o” gerado pelas novas tecnologias e por um ambiente cada vez mais competitivo.

 

Leia tamb�m: Plasticidade do c�rebro: nova maneira de pensar, agir e aprender


Bernardo explica que existem diversos tipos de medita��o. A relacionada ao mindfulness significa mais do que estar presente e prestando aten��o ao que est� se fazendo no aqui e agora, mas evitar o denominado ‘piloto autom�tico’.

O especialista assinala outro tra�o do mundo contempor�neo. Dessa vez, concentrado na autoestima. Para o psic�logo, esse foco est� relacionado a um mundo competitivo, em que coaches ensinam altas performances, nas quais a pessoa � incentivada a “ser muito especial’’.

“Acho isso meio absurdo, � como dizer assim: ‘No mar de pessoas med�ocres, � muito f�cil voc� se destacar’. Jogam com essa compara��o. Acho isso muito perigoso”, explica o psic�logo.
 
E ele explica o porqu� desse perigo para a sa�de mental do sujeito. “Hoje, o grande fator de sofrimento mental do ser humano � justamente a desconex�o dos outros, o isolamento, a falta de pertencimento, do n�o se sentir acolhido. Talvez, por isso tamb�m, a solid�o, o estresse, a depress�o, a ansiedade e todos esses sintomas sejam devido ao automatismo e � compara��o”, analisa.

Para Bernardo, a autoestima muitas vezes est� ligada � compara��o narc�sica do ser humano.  “De uma maneira geral, ela � tratada dessa maneira”, ressalta.
 

T�o ruim quanto uma pessoa ter uma autoestima baixa, na vis�o do psic�logo, � ter esse sentimento em alta, na medida em que a pessoa se sente melhor do que as demais.

“E hoje, quest�es muito delicadas, como supremacia branca, bairrismos, patriotismos muito enrijecidos, essa polariza��o que vivemos, v�m dessa ideia de querer se sentir muito extraordin�rio”, avalia .

Em contrapartida, o autoapre�o, diferencia Bernardo, � “um conceito muito mais genu�no e gentil de se aceitar exatamente como voc� �. E a autocompaix�o nos faz sair desse lugar de compara��o, que traz tanto sofrimento”, disse. 

Aprendendo a se comunicar pacificamente

O autoapre�o e a autocompaix�o necessitam do aprendizado de novas formas de se comunicar.

O psiquiatra Rodrigo de Almeida Ferreira destaca o treino de uma comunica��o n�o-violenta. “Que seja �til, funcional e mais eficaz”, pontua.

Segundo ele, o estresse e a ansiedade ativam redes neurais relacionadas � “autopreserva��o, autoprote��o e a autodefesa”. “Que s�o p�ssimas redes neurais (estresse e ansiedade) para serem ativadas na hora de se comunicar, porque levam � acusa��o, a posturas defensivas, que, por sua vez, levam ao conflito”, explica.

A��ES PACIFISTAS Da observa��o da dificuldade de conviver sem mediar conflitos com desaven�as pessoais e guerras entre os povos, nasceu a busca por uma comunica��o n�o violenta (CNV).

O psic�logo norte-americano Marshall Rosenberg (1934-2015) � o autor da abordagem. Ele se inspirou nas a��es pacifistas de grandes l�deres, como Martin Luther King Jr e Mahatma Gandhi.

Durante a inf�ncia, o psic�logo viveu em uma escola, nos Estados Unidos, a realidade violenta pelo fato de ser judeu.  Na d�cada de 1960, Marshall dedicou a carreira acad�mica ao estudo do comportamento humano violento em diversos contextos sociais.

O norte-americano tinha em mente ajudar a construir uma cultura da paz. Para tanto, ele formulou t�cnicas que auxiliam a alcan�ar esse objetivo. O livro de sua autoria, “Comunica��o N�o-Violenta”, hoje � um bestseller em 65 pa�ses.

Palavra de especialista

Rodrigo de Almeida Ferreira

Psiquiatra

Comunica��o n�o violenta � efetiva e gratificante

 “Muitas vezes, a forma como nos comunicamos � influenciada por pensamentos que interpretam a realidade com um vi�s de amea�a ou injusti�a. O resultado � uma atitude defensiva ou de contra-ataque que contribui para intensificar emo��es negativas e agravar conflitos interpessoais.

Com inten��o e treinamento, podemos adotar uma postura consciente ao ouvirmos e nos expressarmos, formulando respostas que favore�am o entendimento m�tuo e a satisfa��o das necessidades emocionais.

Esse � o objetivo da comunica��o n�o violenta. Se a fala de uma pessoa nos desperta raiva, em vez de reagir automaticamente, podemos nos perguntar: o que levou a pessoa a dizer aquilo? Qual a necessidade que ela busca atingir dessa forma?.

Quais amea�as ou injusti�as que vejo na fala dela? Essas minhas interpreta��es s�o realistas? Qual a minha necessidade que quero atender com a minha fala? De que forma posso me expressar para aumentar a chance de atender a minha necessidade?

Responder a essas perguntas resulta numa comunica��o muito mais efetiva e gratificante.”


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