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Estado de Minas C�REBRO

Tecnologias em cria��o buscam identificar sinais precoces do Alzheimer

Em uma delas, pesquisadores usam 3D para acusar, no c�rebro, altera��es ligadas ao ac�mulo mal�fico de prote�nas


06/09/2022 12:09

Enfermeira conversa com mulher idosa
(foto: Sebastien Bozon)

Doen�a silenciosa que, com o passar dos anos, compromete v�rias estruturas do c�rebro, o Alzheimer pode ser identificado precocemente com novas tecnologias m�dicas. A ideia, segundo pesquisadores, � possibilitar interven��es que, embora n�o curem a enfermidade - ainda n�o existem tratamentos espec�ficos -, adiem o processo degenerativo ou minimizem os efeitos dos danos cerebrais na cogni��o.

Pessoas com doen�a de Alzheimer passam por uma perda gradual de mem�ria e outras fun��es cognitivas. Embora alguns medicamentos possam aliviar os sintomas, tem sido um desafio desenvolver terapias para prevenir ou retardar a progress�o do mal. Alguns ensaios cl�nicos que investigam tratamentos potenciais podem n�o ter tido sucesso porque envolveram pacientes cuja doen�a estava muito avan�ada, argumentam especialistas. Para eles, identificar aqueles em est�gio inicial pode significar um salto nas pesquisas cl�nicas.

Na revista Acta Neuropathologica, pesquisadores do Instituto Karolinska, na Su�cia, relataram uma nova tecnologia de imagem 3D que conseguiu caracterizar, de forma abrangente, uma parte do c�rebro que mostra o ac�mulo mais precoce de prote�na tau, biomarcador importante para o desenvolvimento da doen�a. Os resultados, segundo os autores, poder�o permitir um diagn�stico neuropatol�gico mais preciso da enfermidade em uma fase muito inicial.

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O ac�mulo intracelular de prote�na tau patol�gica no c�rebro � uma marca registrada de v�rios dist�rbios neurodegenerativos relacionados � idade, incluindo a doen�a de Alzheimer, que � respons�vel por 60% a 80% de todos os casos de dem�ncia em todo o mundo. No estudo, pesquisadores do Karolinska, do SciLifeLab em Estocolmo (Su�cia) e de v�rias universidades da Hungria, do Canad�, da Alemanha e da Fran�a aplicaram uma tecnologia de imagem tridimensional de �ltima gera��o, em combina��o com um m�todo chamado microscopia de luz-folha, para investigar o locus coeruleus, uma regi�o-chave do c�rebro dos mam�feros.

Trata-se de um n�cleo cerebral pequeno e dif�cil de estudar por meio de t�cnicas tradicionais de imagem bidimensional. Usando os registros em 3D de tecido post-mortem de humanos, o estudo revelou uma complexidade intrigante e formas celulares de patologia tau anteriormente n�o descritas nessa regi�o do c�rebro j� nos est�gios iniciais da doen�a de Alzheimer, afirmam os cientistas.

Dendritos

"Nosso estudo mostra que uma atrofia gradual dos dendritos (prolongamentos do neur�nio que garantem a recep��o dos est�mulos) � o primeiro sinal morfol�gico da degenera��o dos neur�nios do locus coeruleus com ac�mulo de tau, mesmo antes da les�o no corpo da c�lula cerebral", diz Csaba Adori, pesquisador do Departamento de Neuroci�ncia do Karolinska. "Os dendritos s�o fibras nervosas cruciais atrav�s das quais os neur�nios se comunicam, e a degenera��o dendr�tica leva a deficits funcionais, como hiperativa��o de neur�nios. Isso pode contribuir para v�rios sintomas que antecedem o in�cio da doen�a de Alzheimer, como dist�rbios do sono, ansiedade e depress�o, que s�o consistentes com a disfun��o do locus coeruleus."

Os pesquisadores tamb�m descobriram que os dendritos de neur�nios pr�ximos a essa regi�o - e com a tau acumulada - geralmente mostravam um padr�o que est� de acordo com a teoria de que a forma patol�gica da prote�na pode se espalhar atrav�s de processos neuronais de um neur�nio para outro.

Os pesquisadores tamb�m demonstraram que a patologia da tau � mais proeminente em uma parte do locus coeruleus que se projeta para regi�es cerebrais que s�o fortemente afetadas no Alzheimer. De acordo com eles, os resultados podem representar um avan�o diferenciado na compreens�o de como a arquitetura das c�lulas cerebrais pode ser impactada no desenvolvimento e na dissemina��o da forma prejudicial da prote�na.

"Nossos resultados ajudam a entender melhor por que certas regi�es do c�rebro s�o mais afetadas na doen�a de Alzheimer do que outras", diz Csaba Adori. "Al�m disso, a nova abordagem met�dica aplicada ao tecido humano abre caminho para procedimentos diagn�sticos neuropatol�gicos mais precisos, mesmo em est�gios muito iniciais do espectro da doen�a de Alzheimer. Esperamos que isso contribua para elaborar estrat�gias de preven��o mais eficazes no futuro".

M�todo pode identificar mais vulner�veis

Na revista Plos Genetics, pesquisadores norte-americanos relataram um novo m�todo para identificar pessoas com maior risco gen�tico de desenvolver a doen�a antes que qualquer sintoma apare�a. Nesse caso, a ideia � ajudar a acelerar a cria��o de tratamentos, afirmam os cientistas do Instituto Broad do MIT, em Harvard.

Manish Paranjpe e colegas analisaram dados de 7,1 milh�es de variantes comuns de DNA - altera��es na sequ�ncia padr�o - de um estudo anterior que incluiu dezenas de milhares de pessoas com ou sem Alzheimer. Eles usaram essas informa��es para desenvolver um novo m�todo que prev� o risco da doen�a dependendo de quais muta��es gen�ticas tem um indiv�duo. Em seguida, refinaram e validaram o m�todo com dados de mais de 300 mil indiv�duos.

Os pesquisadores observam que, por enquanto, � improv�vel que o m�todo baseado em DNA seja adequado para os m�dicos preverem o risco de Alzheimer de um paciente. No entanto, poderia ser aplicado para acelerar a pesquisa de tratamentos para a doen�a.

Genes

Para demonstrar o potencial do novo m�todo, os pesquisadores o aplicaram com objetivo de determinar o risco de Alzheimer de 636 doadores de sangue e examinaram se os n�veis de qualquer uma das 3 mil prote�nas eram maiores ou menores do que o normal para aqueles identificados como de alta probabilidade de ter a doen�a. A an�lise revelou 28 genes que podem estar ligados ao risco mais elevado, incluindo v�rias que nunca foram estudadas. "Estudar essas prote�nas pode ajudar a descobrir novas dire��es para o desenvolvimento de medicamentos", diz Paranjpe.

"Desenvolvemos um preditor gen�tico da doen�a de Alzheimer associado ao diagn�stico cl�nico e ao decl�nio cognitivo dependente da idade", acrescentou o autor s�nior, Amit V. Khera. "Ao estudar o proteoma (conjunto de genes expressos) circulante de indiv�duos saud�veis com risco heredit�rio muito alto versus os com risco baixo, nossa equipe nomeou novos biomarcadores da doen�a neurocognitiva."

PALAVRA DE ESPECIALISTA

Rosa Sancho, chefe de pesquisa da Alzheimer's Research, no Reino Unido

Nosso risco de desenvolver a doen�a de Alzheimer se resume a uma mistura complexa de nossa idade, gen�tica e estilo de vida. A doen�a come�a no c�rebro at� duas d�cadas antes de os sintomas come�arem a aparecer, e muitos pesquisadores acreditam que este � um momento cr�tico em que os medicamentos em potencial provavelmente ter�o as melhores chances de sucesso. As formas atuais de identificar pessoas com maior risco de Alzheimer geralmente se baseiam em um �nico fator gen�tico e significam que os ensaios cl�nicos para novos tratamentos n�o s�o t�o eficientes quanto poderiam ser. Os pesquisadores do MIT usaram suas pontua��es de risco gen�tico para identificar prote�nas cujos n�veis mudaram em pessoas com alto risco da doen�a. V�rias delas n�o foram estudadas na pesquisa de Alzheimer e podem ajudar a desvendar o que causa a doen�a, fornecer novos alvos para futuros medicamentos ou ter potencial como marcadores biol�gicos que podem ajudar a identificar pessoas no in�cio do est�gio.


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