Estado de Minas

Na tarde da �ltima quinta-feira (6/10) viralizou nas redes sociais a divulga��o de um poss�vel caso de poliomielite no estado do Par�, em uma crian�a de tr�s anos. Na verdade, foi divulgado o caso de um menino de 3 anos cujas fezes teriam o v�rus que causa a poliomielite. O Minist�rio da Sa�de, em nota ao Estado de Minas, nega que o v�rus esteja em circula��o no pa�s novamente. A pasta chegou a enviar uma equipe para investigar um caso de Paralisia Fl�cida Aguda, que pode estar relacionado com vacina��o inadequada.
Confira a nota na �ntegra:
“O Minist�rio da Sa�de informa que n�o h� registro de circula��o viral da poliomielite no Brasil.
A pasta enviou uma equipe ao estado do Par� nesta quinta-feira para investigar um caso de Paralisia Fl�cida Aguda. De acordo com informa��es enviadas pela secretaria estadual de sa�de, o caso pode estar relacionado a um evento adverso ocasionado por vacina��o inadequada. � importante ressaltar que n�o se trata de poliomielite.
O Minist�rio da Sa�de refor�a que pais e respons�veis vacinem suas crian�as com todas as doses indicadas para manter o pa�s protegido da poliomielite, doen�a eliminada no Brasil.”
O caso
A Secretaria de Sa�de P�blica do Par� emitiu um alerta na tarde de ontem (6/10) comunicando o registro de um caso de poliomielite em uma crian�a de 3 anos. Seria o primeiro desde 1989.
De acordo com o alerta, a crian�a mora na cidade de Santo Ant�nio do Tau�. Os primeiros sintomas apareceram em 21 de agosto, com quadros de febre, dores musculares, mialgia e paralisia fl�cida aguda (PFA) que compromete os membros inferiores. A situa��o foi relatada um dia ap�s a crian�a receber as vacinas tr�plice viral e da poliomielite.
Ao investigar o caso, foi constatado que a vacina��o infantil da crian�a estava errada. Ela n�o havia recebido as doses da VIP (vacina da p�lio dada em 3 doses por meio de inje��o at� os 6 meses), mas, tinha duas doses da VOP (vacina oral, em gotas), o que vai contra o Plano Nacional de Imuniza��o.
A Vigil�ncia Epidemiol�gica municipal afirmou que, ao tomar conhecimento, realizou visita domiciliar e solicitou pesquisa de poliov�rus nas fezes da crian�a.
A coleta de fezes foi realizada no dia 16 de setembro e encaminhada ao Laborat�rio de Refer�ncia do Instituto Evandro Chagas. O resultado positivo saiu para Sabin Like 3 (v�rus da p�lio) no �ltimo dia 4.
Uma equipe da vigil�ncia epidemiol�gica do estado est� no munic�pio para levantar e qualificar as informa��es, al�m de avaliar o quadro cl�nico da crian�a.
Segundo a nota da Secretaria da Sa�de, outras hip�teses diagn�sticas n�o foram descartadas, como s�ndrome de Guillain-Barr�. "Portanto o caso segue em investiga��o conforme o que � preconizado no Guia de Vigil�ncia Epidemiol�gica do Minist�rio da Sa�de."
O m�dico Renato Kfouri, presidente do Departamento de Imuniza��es da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), explica que como a crian�a havia acabado de receber a vacina Sabin, � normal encontrar o v�rus nas fezes.
"N�o quer dizer que ele seja o causador da paralisia. � preciso sequenciar esse v�rus para ver se est� �ntegro, atenuado na vacina, ou se sofreu alguma revers�o da sua virul�ncia e � o causador do quadro de paralisia aguda na crian�a."
Por isso, ele diz ser necess�ria uma investiga��o melhor, inclusive neurol�gica, e um sequenciamento gen�tico do v�rus encontrado nas fezes, para saber se o quadro tem rela��o com o v�rus vacinal ou se a crian�a desenvolveu uma paralisia por outra doen�a e foi apenas uma coincid�ncia ter acabado de tomar a vacina.
"Ela tinha um esquema n�o adequado de vacina��o, tinha recebido s� as vacinas orais, e n�o a vacina inativada [contra a p�lio], como recomenda o Minist�rio da Sa�de. � ainda um caso suspeito, n�o � um caso comprovado de paralisia pelo v�rus vacinal". (Com informa��es da Folhapress)