
A preocupa��o dos especialistas � que novos casos possam surgir nos pr�ximos dias. A reportagem conversou com dois especialistas para entender os riscos das novas subvariantes e tirar as principais d�vidas que podem surgir sobre a prote��o da vacina e uso de m�scara.
O analista de sa�de do Programa Municipal de Imuniza��es da Secretaria Municipal da Sa�de de S�o Paulo, Jo�o Greg�rio Neto, explica que o v�rus Sars-CoV-2, da COVID-19, n�o parou de circular e evoluir desde o in�cio da pandemia, dando origem a novas variantes.
"O que podemos observar � que com a vacina��o as pessoas v�o se tornando resistentes a variantes iniciais e anteriores. A nova subvariante BQ.1 � uma altera��o da variante da �micron, apresentando muta��es na prote�na spike, uma prote�na na superf�cie do Sars-CoV-2, portanto � poss�vel que ele se ligue e infecte novamente as nossas c�lulas", explica Greg�rio, que tamb�m � enfermeiro.
Segundo o professor Bergmann Morais Ribeiro, do Departamento de Biologia Celular da Universidade de Bras�lia (UnB), esse � um processo evolutivo do v�rus de modifica��o e adapta��o ao hospedeiro, que � o ser humano. No entanto, para ele, as novas variantes n�o s�o consideradas mais graves que as anteriores.
"Voc� tem uma defesa contra a infec��o de novas variantes do coronav�rus. Entretanto o v�rus vai se modificando e essas modifica��es, que ocorrem principalmente l� na prote�na do v�rus, fazem com que ele n�o seja reconhecido por nenhuma parte das nossas defesas. Mas ela n�o se agrava porque n�s temos outros tipos de defesa que evitam doen�as graves", explica Ribeiro.
De acordo com os dois especialistas, a vacina��o continua sendo o meio mais eficaz de preven��o. Para isto, dois fatores s�o importantes:
- As vacinas s�o criadas a partir do v�rus, mesmo havendo varia��es futuras, o sistema imunol�gico produz anticorpos ao contato com o v�rus.
- Segundo, os laborat�rios produtores est�o atentos �s novas variantes, sendo poss�vel uma atualiza��o das vacinas. Por isso, � importante seguir as orienta��es do Minist�rio da Sa�de e das Secretarias Estaduais e Municipais para estar atento �s doses de refor�os e completar o esquema vacinal.
Preven��o
A Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) aponta para a presen�a da variante BQ.1 em cinco estados do Brasil: S�o Paulo, Esp�rito Santo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Amazonas. A XBB ainda n�o teve casos registrados no pa�s. Sendo assim, para evitar uma nova onda, a preven��o continua sendo a melhor ferramenta. Os especialistas reafirmam a import�ncia da vacina��o para o combate da covid-19 e suas variantes. Mas outros cuidados tamb�m s�o necess�rios:
- Evitar aglomera��es com a aproxima��o da Copa do Mundo e as confraterniza��es de fim de ano
- Avaliar individualmente o uso de m�scaras, principalmente em locais fechados e aglomerados
- Lavar corretamente as m�es sempre que voltar da rua, co�ar o nariz e olhos
- Utilizar alcoolemia gel
- Isolar-se se houver qualquer sintoma suspeito
- Esquema de vacina��o completo
Para o professor Bergmann, apesar do uso de m�scaras n�o ser mais obrigat�rio, ele recomenda que pessoas vulner�veis, como as que t�m o sistema imunol�gico fraco, os idosos e as mulheres gr�vidas, continuem utilizando o equipamento de preven��o.
"E as pessoas de maneira geral, se forem em um lugar que tenha muita gente aglomerada, como dentro de um o transporte coletivo, � recomendado que se use m�scara. N�s estamos protegidos com a vacina��o em dia, mas podemos ser infectados e n�o nos acontecer nada. A pessoa saud�vel provavelmente n�o vai ter uma doen�a grave. Mas n�s podemos passar o v�rus para uma pessoa que � suscet�vel, uma pessoa mais vulner�vel e essa pessoa sim pode ter uma doen�a grave ou at� vir a �bito", destaca Bergmann.
Jo�o Greg�rio Neto insiste que as doses de refor�o sejam a medida mais eficaz de preven��o individual e coletiva. "Com a vacina��o foi poss�vel o retorno das atividades coletivas. Em rela��o ao n�mero de doses, as pessoas devem seguir as orienta��es do SUS e sabemos que a dose de refor�o � a garantia da redu��o da incid�ncia e da gravidade da doen�a", aponta.
Bergmann defende ainda que o v�rus n�o vai sair mais da popula��o humana, uma vez que n�o � poss�vel erradic�-lo, assim como o v�rus da gripe. Para ele, o v�rus vai se tornar comum como o de resfriado. "Esse v�rus vai se modificando, novas variantes v�o surgir e como n�s estamos tomando vacina a maioria das pessoas v�o ficar resistente a infec��o e n�o vai a n�o vai evoluir para doen�as mais graves, exceto no caso das pessoas mais sens�veis", conclui o especialista.