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Estado de Minas ESPIRITUALIDADE

Existe conex�o entre mediunidade e loucura?

Contato espiritual n�o envolve apenas um di�logo entre vivos e mortos, mas acontece tamb�m entre vivos. Psiquiatra aborda a rela��o entre os dois aspectos


27/11/2022 08:55 - atualizado 27/11/2022 08:58

Ilustração
Loucura e raz�o.  “De perto ningu�m � normal”, crava Caetano Veloso em uma de suas letras, “Vaca Profana”, que ficou imortalizada na voz de outro �cone da cultura nacional: Gal Costa (1945-2022).

E quando o assunto � a mediunidade? As pessoas enlouqueceram de vez? Loucura e mediunidade se confundem? Para nos ajudar a responder essas quest�es, pautadas desde sempre pela humanidade, o Estado de Minas entrevistou o psiquiatra Roberto L�cio Vieira de Souza, de 64 anos, formado em 1982 pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
 
Roberto L�cio, ap�s ocupar durante 15 anos os cargos de diretor cl�nico e m�dico do Hospital Esp�rita Andr� Luiz, em Belo Horizonte, vai compartilhar conosco sua experi�ncia na unidade hospitalar e, em seu consult�rio particular, onde exerce a profiss�o.
 

Antes de prosseguirmos, a ressalva do profissional: os pacientes acometidos de qualquer tipo de psicopatologia n�o podem prescindir da ci�ncia.
 
Dito isso, partimos para a abordagem que faremos sobre a loucura, que levar� em conta o vi�s do estudo ao qual Roberto L�cio tamb�m se dedica h� anos: os mecanismos da mediunidade, tendo em vista que ele � esp�rita crist�o e kardecista.
 

INTERA��O


Em uma de suas in�meras palestras –  dispon�veis no YouTube –,  o psiquiatra fala tamb�m sobre a intera��o da mediunidade com a doen�a psiqui�trica. Ou melhor, o que se convencionou pela ci�ncia a ser chamado de transtorno mental.
 
Um dos fundadores das associa��es m�dicas esp�ritas no plano estadual, nacional e internacional,  ele coloca para a plateia as seguintes quest�es: “At� onde a loucura apresenta mediunidade? Esses dois aspectos podem estar juntos? Ou est�o sempre juntos?”.
 
 psiquiatra
Roberto L�cio Vieira de Souza (foto: Arquivo pessoal)

"Hoje existem m�todos e par�metros que diferenciam o fen�meno medi�nico do quadro psiqui�trico"

Roberto L�cio Vieira de Souza, psiquiatra



De imediato, sem delongas, Roberto L�cio dissipa quaisquer d�vidas com um dos trechos do “Livro dos Esp�ritos”, de Alan Kardec. “Muitos epil�pticos ou loucos, que mais necessitavam de m�dico que de exorcismos, t�m sido tomados por possessos”, elucida uma das entidades a Kardec,  que o ajudaram a formatar o livro, editado pela primeira vez em 18 de abril de 1857.
 
Para assunto t�o complexo, que �s vezes pode cair na esfera do misticismo, o psiquiatra esclarece que “hoje existem m�todos e par�metros que diferenciam o fen�meno medi�nico do quadro psiqui�trico”.
 
E quais seriam esses balizadores para um diagn�stico seguro?  O psiquiatra aponta artigos e livros assinados por profissionais ligados � sa�de mental que se debru�am no estudo do assunto , e que, segundo ele, est�o construindo uma literatura m�dica baseada em evid�ncias.
 
Mas ser� que todos os profissionais da �rea de sa�de estariam preparados para fazer esse diagn�stico diferenciado? A resposta dele � “n�o”. 
 
At� porque, lembra o psiquiatra, no of�cio em que ele se especializou a grande maioria de seus colegas se diz ateu ou agn�stico.
 
Numa breve explica��o sobre o que � mediunidade, Roberto L�cio esclarece que esse n�o � um fen�meno cunhado, muito menos inventado pelos esp�ritas.
 
Ele lembra que o contato espiritual entre os seres humanos est� descrito no Antigo e no Novo Testamento. Vale destacar ainda que essa comunica��o n�o envolve apenas um di�logo entre vivos e mortos, mas acontece tamb�m entre vivos, que o digam as m�es em suas “premoni��es” com os filhos, por exemplo.

TERCEIRO OLHO


Por que ent�o, diante da mediunidade – o que os indianos chamam de terceiro olho –, a humanidade, em geral, encara com fei��o de espanto e descren�a algo afeito aos m�sticos, sen�o loucos?
 
Conforme o esp�rita e psiquiatra, para a pergunta n�o h� resposta simples e acabada. Requer reflex�o e estudo aprofundado.
 
Entretanto, ele lembra que Mois�s – um dos primeiros m�diuns conhecido pela humanidade e que foi para a posteridade, com os 10 mandamentos –  proibiu seus seguidores de "consultar os mortos".

Talvez esteja a�, nessa proibi��o, uma pista para o in�cio do cerco � mediunidade baseado na desconfian�a. Ao fazer a proibi��o, destaca Roberto L�cio, Mois�s iniciava o movimento para frear o uso vulgar na comunica��o medi�nica.
 
Mas voltemos aos ditos loucos, conforme o senso comum. Quantos estariam tamb�m nesse lugar de medianeiros – tendo em vista que a mediunidade � uma disposi��o org�nica do indiv�duo, conhecida ainda como o sexto sentido, n�o tendo, portanto, nada a ver com um dom especial, como s�o os demais cinco sentidos.
 
“A mediunidade � um sentido, faz parte de um recurso da percep��o”, ensina. Mas essa � uma faculdade que pode levar � loucura?”, lembrando que sempre foi e continua sendo comum tratar um m�dium com desconfian�a, deslumbramento e at� interpret�-lo como portador de algum transtorno mental.
 
O psiquiatra e esp�rita explica que hoje h� par�metros e normas formatados pela ci�ncia que dificultam o preconceito de prosperar. Mesmo  diante de um m�dico ateu ou agn�stico?

A resposta dessa vez � sim. Isso porque, sublinha Roberto L�cio, � recomenda��o da Organiza��o Mundial de Sa�de (OMS) que “uma cren�a espiritual n�o pode ser considerada algo delirante”.

O assunto � delicado e envolve, como citamos acima, estudo aprofundado. Para aqueles que  se identificaram com o assunto e querem mais informa��es, Roberto L�cio sugere que busquem o Departamento de Assist�ncia  Espiritual do Hospital Andr� Luiz e/ou a Associa��o M�dica Esp�rita de Minas Gerais.


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