Preta Gil

Na �ltima ter�a (10), a cantora Preta Gil divulgou que foi diagnosticada com c�ncer colorretal

Ale de Souzaa/Divulga��o
Tamb�m conhecido como tumor de c�lon e reto ou de intestino, o c�ncer colorretal � o segundo mais incidente em homens e mulheres, � exce��o dos tumores de pele n�o melanoma, depois do c�ncer de mama e de pr�stata. De acordo com o Instituto Nacional de C�ncer (Inca), s�o estimados mais de 40 mil novos casos at� o fim de 2023. Na �ltima ter�a-feira (10), a cantora Preta Gil divulgou que foi diagnosticada com a doen�a.


“Baseado nas recomenda��es da Sociedade Brasileira de Coloproctologia, todo indiv�duo com idade igual ou superior a 50 anos deve iniciar o rastreamento do c�ncer de intestino, que pode ser realizado tanto pela pesquisa de sangue oculto nas fezes, como tamb�m pela colonoscopia, preferencialmente. A colonoscopia permite a identifica��o em indiv�duos saud�veis e sem sintomas de les�es pr�-malignas – p�lipos – que s�o removidas, impedindo a evolu��o para les�es malignas. Existe um temor em torno da colonoscopia cuja prepara��o exige lavagem intestinal e � feita com seda��o, mas trata-se de um exame seguro, indolor e fundamental”, elucida Alexandre J�come, oncologista do Grupo Oncocl�nicas Belo Horizonte, doutor em ci�ncias e p�s-doutor em gastrointestinal oncology.
 

Interpreta��o errada dos sintomas

Alexandre J�come alerta que os principais entraves de um diagn�stico precoce s�o a falta de acesso aos m�todos de detec��o para pacientes do sistema p�blico de sa�de (SUS) e a interpreta��o err�nea dos sintomas.   

 Alexandre Jácome, oncologista do Grupo Oncoclínicas Belo Horizonte, doutor em ciências e pós-doutor em gastrointestinal oncology.

Alexandre J�come, oncologista do Grupo Oncocl�nicas Belo Horizonte, alerta que "como os sintomas intestinais associados aos c�nceres de c�lon e reto tamb�m s�o encontrados em condi��es benignas, muitos pacientes negligenciam ind�cios como diarreia, constipa��o, dor abdominal e at� sangue nas fezes"

Grupo Oncocl�nicas/Divulga��o
“Como os sintomas intestinais associados aos c�nceres de c�lon e reto tamb�m s�o encontrados em condi��es benignas, muitos pacientes negligenciam ind�cios como diarreia, constipa��o, dor abdominal e at� mesmo perda de sangue nas fezes, que frequentemente ocorre na presen�a de doen�a hemorroid�ria. Essa interpreta��o equivocada dos sintomas pelos pacientes, ou at� mesmo pela classe m�dica, � particularmente frequente em pessoas jovens, pela concep��o de raridade da doen�a nessas faixas et�rias. No entanto, a mudan�a do perfil epidemiol�gico da doen�a, observado nos �ltimos anos, com maior incid�ncia em pessoas mais jovens, demanda maior conscientiza��o tanto da popula��o geral como da classe m�dica, al�m da correta identifica��o dos sintomas”, alerta o oncologista do Grupo Oncocl�nicas.

Os sintomas mais comuns s�o altera��es do h�bito intestinal, como mudan�a da frequ�ncia das evacua��es, sensa��o de evacua��o incompleta, dor abdominal, e perda de sangue nas fezes. “Em situa��es de doen�a mais avan�ada, podemos observar perda de peso n�o intencional”, afirma Alexandre J�come.

De acordo com o m�dico, cerca de 5 a 10% dos pacientes acometidos pelo c�ncer de c�lon e reto herdaram altera��es gen�ticas que aumentam o risco de desenvolvimento do tumor. Essa probabilidade ser� maior quanto mais jovem for o paciente. Por�m, o principal fator de risco s�o os h�bitos de vida; existe uma rela��o �ntima entre o surgimento do tumor e o �ndice de desenvolvimento humano (IDH) de um pa�s.

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“Na maioria dos pacientes, n�o h� componente heredit�rio identific�vel. Pa�ses mais ricos apresentam as maiores taxas de incid�ncia da doen�a, o que vai ao encontro do achado de maior risco de desenvolvimento do c�ncer colorretal em pessoas com sobrepeso ou obesidade, com dieta rica em carnes vermelhas e gorduras, e pobre em fibras, frutas e vegetais. Tamb�m h� maior risco em pessoas sedent�rias, tabagistas e que fazem uso excessivo de bebidas alc�olicas”, descreve o oncologista.

Avan�os na ci�ncia garantem tratamentos individualizados com menos efeitos colaterais

O tratamento do c�ncer colorretal ser� definido de acordo com seu estadiamento, mas as recentes evolu��es terap�uticas aumentaram as taxas de cura. “O tratamento do c�ncer de c�lon inicial permaneceu inalterado na �ltima d�cada, e consistia na remo��o cir�rgica primariamente, seguida de quimioterapia adjuvante em casos selecionados. Um avan�o que merece destaque � a comprova��o de que podemos oferecer menor tempo de quimioterapia para uma parcela dos pacientes com doen�a inicial, mantendo as perspectivas de cura com menos efeitos colaterais”, explica Alexandre J�come.

Outro progresso para tumores iniciais � a realiza��o de todas as etapas de terapias no pr�-operat�rio. “Tradicionalmente, o c�ncer de reto era tratado com uma primeira etapa de quimioterapia e radioterapia seguida da remo��o cir�rgica, com uma segunda etapa de tratamento com quimioterapia ap�s a cirurgia. Foi demonstrado que h� aumento das taxas de cura quando realizamos a segunda etapa de quimioterapia ainda no per�odo pr�-operat�rio. Esta modalidade aumenta a possibilidade de desaparecimento do tumor no reto, quando se pode discutir n�o realizar a remo��o cir�rgica do �rg�o, mas somente em casos muito selecionados e com um acompanhamento muito rigoroso”, elucida.

A descoberta de subtipos distintos de c�ncer colorretal foi fundamental para definir novas estrat�gias de tratamento para o c�ncer colorretal avan�ado. “A possibilidade de identificar altera��es gen�ticas espec�ficas em cada tumor permite abordagens direcionadas e maior individualiza��o terap�utica. Desta maneira, verificou-se que a imunoterapia pode ser ben�fica em uma parcela de cerca de 5% dos pacientes, que t�m uma altera��o gen�tica espec�fica. De forma semelhante, cerca de 8 a 10% dos pacientes apresentam em seus tumores uma determinada altera��o molecular que poder� ser tratada com medicamentos orais, sem o uso de quimioterapia. Portanto, os avan�os no sequenciamento gen�tico do c�ncer t�m propiciado a identifica��o de anormalidades espec�ficas da doen�a, que poder�o ser inibidas farmacologicamente”, acentua Alexandre J�come.