kit covid

O problema � que, al�m de ineficaz contra a COVID, a ivermectina em excesso pode causar danos ao f�gado

Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press
Estudo do Instituto Global de Sa�de de Barcelona (ISGlobal), publicado na revista cient�fica Nature, descobriu que, em 2022, a ivermectina foi usada por 79,5% dos brasileiros que tiveram sintomas de COVID-19. A taxa � mais de 50 pontos percentuais superior � m�dia global, que ficou em 27%.

De acordo com os autores do estudo, a maioria das pessoas que relatou o uso de ivermectina residia em pa�ses de baixa e m�dia renda."Mais esfor�os ser�o necess�rios para desencorajar o uso de ivermectina e outros produtos farmac�uticos sem efic�cia comprovada e com poss�vel toxicidade", alertaram os pesquisadores.

A pandemia de COVID-19 deflagrou uma epidemia de uso irracional de medicamentos. Conforme apurado pelo Conselho Federal de Farm�cia (CFF), ainda em maio de 2021, com dados da consultoria IQVIA, nos 12 meses subsequentes ao registro do primeiro caso da doen�a no pa�s, as vendas de alguns f�rmacos vinculados � preven��o ou cura da doen�a, mesmo sem a comprova��o de que sejam eficazes para esse fim, chegaram a aumentar 857%, caso da ivermectina.


Diversos estudos cient�ficos j� comprovaram a inefic�cia da ivermectina, um antiparasit�rio, no tratamento ou preven��o da COVID. Autoridades na sa�de, tanto a Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) quanto a Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa) n�o indicam o medicamento para esse fim. Mesmo assim, diversas pessoas insistem no uso do que, no Brasil, foi chamado de "kit-Covid" , recomendado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e tamb�m por profissionais de sa�de seguidios do pol�tico. 

A ivermectina, que � um verm�fugo, pode ser adquirido no Brasil sem reten��o de receita. Vendido indiscriminadamente, os brasileiros seguem consumindo o medicamento que, al�m de ineficaz contra a COVID, em excesso pode causar danos ao f�gado.

Outro dado revelado pela estudo do Instituto Global de Sa�de de Barcelona (ISGlobal) � que cerca de 40% das pessoas n�o est�o mais atentas com as informa��es sobre a COVID-19, ainda que o novo coronav�rus, o SARS-COV-2, nunca tenha deixado de circular pelo mundo e novas variantes surgem com certa regularidade.

Os entrevistados tamb�m declaram que n�o apoiam tanto � obrigatoriedade das vacinas.

No estudo, foram 23 mil pessoas pesquisadas, entre 29 de junho e 10 de julho de 2022. Adultos, aciman de 18 anos, sendo 50,3% mulheres e 45,6% com renda m�dia mensal acima da renda per capita do pa�s.