idosa andando de bicicleta

Alzheimer: cientistas descobriram que exerc�cios breves, mas vigorosos, � mais eficiente do que uma longa sess�o de atividades leves

pasja1000/Pixabay
Bastam seis minutos de exerc�cio de alta intensidade para prevenir doen�as neurodegenerativas como Alzheimer e mal de Parkinson. Segundo um estudo publicado no The Journal of Physiology, um per�odo curto, mas vigoroso, de ciclismo aumenta, no c�rebro, a produ��o de uma prote�na essencial para as fun��es de aprendizado e mem�ria, protegendo contra o decl�nio cognitivo relacionado � idade. Os autores destacam que a pesquisa faz parte de um esfor�o mundial para desenvolver abordagens n�o farmacol�gicas acess�veis, que qualquer pessoa possa adotar, para promover o envelhecimento saud�vel.

A prote�na especializada chamada fator neurotr�fico derivado do c�rebro (BDNF) promove a neuroplasticidade — a capacidade do c�rebro de criar conex�es e caminhos — e a sobreviv�ncia dos neur�nios. Estudos em animais mostraram que o aumento da disponibilidade de BDNF estimula a forma��o e o armazenamento de mem�rias, melhora o aprendizado e, em geral, aumenta o desempenho cognitivo.

"O BDNF tem se mostrado muito promissor em modelos animais, mas as interven��es farmac�utica, at� agora, falharam em aproveitar, com seguran�a, o poder protetor da prote�na em humanos", disse o principal autor, Travis Gibbons, da Universidade de Otago, na Nova Zel�ndia. Por isso, os pesquisadores resolveram investigar se o aumento natural da prote�na poderia preservar a sa�de do c�rebro. Para isso, compararam efeitos isolados e combinados do exerc�cio de baixa intensidade por 90 minutos, da atividade f�sica vigorosa e do jejum de 20 horas.

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Efici�ncia

Os cientistas descobriram que exerc�cios breves, mas vigorosos, eram a maneira mais eficiente de aumentar o BDNF em compara��o com um dia de jejum com ou sem uma longa sess�o de atividades leves. Os n�veis da prote�na aumentaram de quatro a cinco vezes, em compara��o � restri��o de ingest�o de alimentos ou de exerc�cios f�sicos prolongados.

A causa dessas diferen�as ainda n�o � conhecida e mais pesquisas s�o necess�rias para entender os mecanismos envolvidos. Uma hip�tese est� relacionada � troca de substrato cerebral e ao metabolismo da glicose, a principal fonte de combust�vel do c�rebro. O aumento observado de BDNF durante a atividade f�sica vigorosa tamb�m pode ser devido ao aumento do n�mero de plaquetas, c�lulas que armazenam grandes quantidades da prote�na.
 
"O estudo � pequeno, foi feito com 12 pessoas, mas parece bem elaborado, com conclus�es s�lidas sobre a concentra��o de BDNF s�rico e plasm�tico", destaca Amanda Heslegrave, do Instituto de Pesquisa de Dem�ncia da Universidade College Londres, que n�o participou da pesquisa. "As implica��es para o mundo real s�o o destaque conferido � import�ncia da sa�de metab�lica na preserva��o do c�rebro. Mais pesquisas nesta �rea seria um passo importante para permitir que interven��es n�o farmac�uticas sejam inclu�das em programas de sa�de", acredita.

N�o existe cura para o Alzheimer e, atualmente, os medicamentos atuam apenas sobre alguns sintomas. Recentemente, os Estados Unidos aprovaram uma droga que age na patologia; mas os resultados foram modestos e apenas para pacientes iniciais.