Imagem de um bloco no carnaval de Belo Horizonte

Vale ressaltar a aten��o a hidrata��o e reposi��o de calorias

Ed�sio Ferreira/EM/D.A Press


Enquanto foli�es preparam os �ltimos detalhes de fantasias para mais um carnaval intenso ap�s o fim de restri��es da pandemia, � preciso tomar alguns cuidados com a sa�de. Doen�as comuns e graves, como mononucleose ou ceratite, e situa��es como ressaca e anafilaxia podem abreviar a folia.

 

Quem vai seguir os blocos por horas a fio precisa ficar atento com a hidrata��o e a reposi��o de calorias para n�o se estragar totalmente. Mas tamb�m n�o vale comer s� uma coxinha depois de seis horas no sol.

 

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Ainda, m�dicos de diferentes �reas ouvidos pela reportagem dizem que cigarro eletr�nico ï¿½ altamente t�xico e deve preferencialmente ser evitado. Al�m disso, � preciso ter cuidado com a prote��o antes, durante ou depois do sexo.

Veja as principais dicas para completar a jornada de carnaval de forma segura.

COMO SE PREPARAR

O ideal � fazer uma refei��o equilibrada antes de sair, seja caf� da manh� ou almo�o, com carboidratos e prote�nas. "Comer fruta, iogurte, p�o, ovo, pode fazer aquela 'avocado toast', que est� na moda, porque o abacate tem uma gordura boa", diz Vanessa Prado, integrante da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Aparelho Digestivo. No almo�o, ela indica "o bom e velho prato brasileiro, com arroz, feij�o, carne e legumes".

 

Na prepara��o da fantasia, � bom ficar de olho em poss�veis rea��es como vermelhid�o e coceira nos locais com aplica��o de maquiagem e cosm�ticos. Aten��o: a cola usada para extens�o de c�lios e o glitter podem causar irrita��es e at� a inflama��o da c�rnea, chamada de ceratite.

 

Se sintomas como coceira, vermelhid�o e irrita��o persistem ap�s lavar os olhos com soro fisiol�gico est�ril, � preciso procurar atendimento m�dico, diz a oftalmologista Myrna Serapi�o, diretora da Vision One, que alerta para o cuidado com lentes de contato. "N�o pode usar lente vencida, dormir com a lente ou colocar depois da maquiagem", o que pode causar infec��es.

 

Ainda, cuidado com pomadas para fixar penteados. No fim de janeiro deste ano, mais de 80 desses produtos foram alvos de a��es da Anvisa, que suspendeu parte deles e recolheu ou interditou outros. Tamb�m vale colocar na pochete ou doleira um frasco pequeno de �lcool em gel, que ser� valioso no meio da multid�o.

SEGUINDO OS BLOCOS (OU FUGINDO DELES)

Especialistas ressaltam que a pandemia de Covid n�o acabou e que aglomera��es s�o ambientes que facilitam o cont�gio desta e de outras doen�as virais, como a gripe.

 

Quem vai viajar para o interior deve tomar cuidado com a febre amarela. Segundo o Governo de S�o Paulo, cidades de Minas Gerais e do Paran� que fazem divisa com o estado est�o com alertas para a doen�a. Assim, a imuniza��o para quem vai viajar � imprescind�vel, e � oferecida em todos os postos de sa�de do estado.

EU QUERO MAIS � BEIJAR NA BOCA


Mononucleose � uma das doen�as mais comuns no carnaval para quem beija na boca, e a transmiss�o � facilitada porque os sintomas podem aparecer em at� tr�s dias depois da contamina��o. Os sintomas mais comuns se parecem com os da gripe.


Herpes, s�filis e sapinho, apelido da candid�ase oral, tamb�m s�o transmitidos pelo beijo.


Jos� Valdez Ramalho Madruga, m�dico infectologista e coordenador do Comit� de AIDS da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia), tamb�m ressalta que as ISTs (infec��es sexualmente transmiss�veis) representam um risco mais alto na �poca do carnaval.


"A gente deve lembrar porque nessa �poca as pessoas bebem, usam drogas e se esquecem de usar preservativo." O m�dico aponta que h� diversos meios de prote��o dispon�veis.


O preservativo � o principal deles, seguido por medica��es, no caso do HIV, com os m�todos de Prep (profilaxia pr�-exposi��o) e a PEP (profilaxia p�s-exposi��o) - o tratamento dura 28 dias e � feito ap�s atividade sexual de risco ocorridos h�, no m�ximo, 72 horas.

 

'CIGARRO ELETR�NICO � PORCARIA'

"N�o se pode dizer 'cigarro eletr�nico � legal, s� n�o pode modificar pot�ncia e trocar por canabinoide'. Todos s�o uma porcaria", afirma Gustavo Prado, pneumologista do Hospital Alem�o Oswaldo Cruz.


Ele se refere a modifica��es feitas por fabricantes ou pelos pr�prios usu�rios dos dispositivos para potencializar a fuma�a, o que libera mais compostos t�xicos e cancer�genos. Outro problema � combin�-lo com derivados de maconha, al�m da nicotina em concentra��es mais altas.


Quem faz o uso da vers�o com canabinoide est� mais suscet�vel a danos pulmonares graves, como a les�o induzida pelo cigarro eletr�nico, j� que o composto � mais sol�vel em �leos, como o acetato de vitamina E utilizado nos vapes.

 

HIDRATADAS VENCEM

Caju amigo, cerveja, caipirinha e todo tipo de bebidas s�o oferecidos aos montes no carnaval. Para a m�dica Vanessa Prado, a f�rmula que ajuda a manter o corpo hidratado ï¿½ um copo de �gua a cada lata de bebida. Novamente, cuidado com a prepara��o de bebidas em copos abertos. � melhor consumir o que vem em latas ou garrafas lacradas.


O abuso de �lcool, combinado ou n�o a outras drogas, pode estragar a festa e levar a quadros mais graves como pancreatite ou hepatite alco�lica. E � preciso lembrar que n�o h� quantidade de �lcool que n�o afete a sa�de.

 

A ingest�o tamb�m pode representar problemas para quem tem predisposi��o a rea��es al�rgicas graves, segundo o m�dico Marcello Bossois, coordenador do Brasil Sem Alergia. "Para esse paciente, quanto maior a quantidade, maior a chance de uma rea��o."


Um exemplo comum � o das prote�nas do camar�o que causam alergia, a tropomiosina, que tamb�m est� presente em �caros, que est�o em todo lugar. Ainda que em baixa concentra��o, a prote�na pode ser risco para uma pessoa com hist�rico de alergias, j� que o �lcool pode potencializar uma resposta que pode chegar a uma rea��o anafil�tica grave.


O quadro se caracteriza por rea��es em pelo menos dois sistemas ao mesmo tempo, como urtic�ria (vermelhid�o na pele em alto relevo e que co�a) acompanhada de tosse ou incha�o nos l�bios.

CUIDADO COM O 'PODR�O'

Se precisar comer durante o bloco, escolha lanches lacrados ou aqueles que permitam saber a proced�ncia. Al�m disso, evite, se puder, comidas muito gordurosas, como pizza e hamb�rguer (o famigerado "podr�o"), que fermentam mais no est�mago, causando dor e refluxo.


A gastroenterocolite, que � uma inflama��o causada por bact�rias e intoxica��es alimentares, � o problema mais comum na �poca do carnaval. A contamina��o pode ser por causa de comida contaminada e m�o suja.


Para reduzir os riscos, vale usar aquele �lcool em gel sugerido na etapa de prepara��o para a folia. Para manter a energia durante o trajeto dos blocos, uma dica s�o os sach�s de carboidrato de absor��o r�pida, mas que n�o substituem uma refei��o.

No fim da jornada, vale manter a hidrata��o com �gua e sucos, al�m de fazer uma refei��o completa.