Patrícia Fisher

Patr�cia Fisher, hematologista e hemoterapeuta, respons�vel pelo Criovida, do Grupo Pardini, diz que as c�lulas-tronco hematopoi�ticas, coletadas no momento do parto sob solicita��o da fam�lia, podem ser usadas posteriormente

Alexandre Guzanshe /EM/D.A Press
Criopreserva��o de c�lulas-tronco do cord�o umbilical e da placenta. J� ouviu falar? Sabe o que significa? Bem, al�m da decis�o de ter um filho ser uma das decis�es mais marcantes na vida de muitas mulheres ao ter um beb� nos bra�os pela primeira vez, tamb�m � momento de outras resolu��es fundamentais e urgentes. Decidir coletar c�lulas-tronco tem de ser uma a��o imediata em seguida ao parto. A partir da decis�o, elas poder�o ser utilizadas dentro de alguns anos no tratamento de doen�as da crian�a propriet�ria do material e de parentes de primeiro grau, caso haja compatibilidade. 
 
Atualmente, podem ser tratadas doen�as como linfomas, mieloma m�ltiplo, leucemias, anemias de diversas etiologias, hemoglobinopatias e imunodefici�ncias cong�nitas. Esse � um dos grandes avan�os da medicina nos �ltimos anos. Para que a estrutura e o funcionamento das c�lulas sejam mantidos, permitindo assim que elas possam ser utilizadas no futuro, a criopreserva��o � uma das t�cnicas utilizadas de congelamento de c�lulas e tecidos a baixas temperaturas. 
 
As c�lulas-tronco hematopoi�ticas, coletadas no momento do parto sob solicita��o da fam�lia, podem ser usadas posteriormente. Al�m delas, muitos estudos em andamento abrem perspectivas para aplica��es futuras, tais como no tratamento de perda adquirida de audi��o, paralisia cerebral, doen�a vascular perif�rica e les�es da medula espinhal. 
 
A hematologista e hemoterapeuta Patr�cia Fisher, respons�vel pelo Criovida, do Grupo Pardini, explica a import�ncia do sangue do cord�o umbilical. “O transplante de medula �ssea � um procedimento que utiliza a infus�o de c�lulas-tronco hematopoi�ticas. A fonte dessas c�lulas pode ser a medula �ssea, o sangue perif�rico e o sangue de cord�o umbilical e placent�rio, sendo que os dois �ltimos, antes descartados no passado, s�o rico em c�lulas-tronco hematopoi�ticas, coletadas no momento do parto e, posteriormente, criopreservadas se estiverem dentro das normas estabelecidas pela Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa), como celularidade m�nima.”  

Capacidade de se autorenovar

A especialista ensina que as c�lulas-tronco hematopo�ticas s�o c�lulas que t�m a capacidade de se autorrenovar e se diferenciar em c�lulas especializadas do sangue. “O armazenamento das c�lulas do sangue do cord�o umbilical e placent�rio ocorre por meio da criopreserva��o, etapa final de um processo que envolve testes preliminares, coleta, transporte e testes de qualifica��o.”
 
Patr�cia Fisher acrescenta que as c�lulas-tronco podem tratar doen�as em que seja necess�rio transplante de medula �ssea. “� importante informar que o sangue do cord�o umbilical e placent�rio n�o pode ser usado para tratar uma doen�a gen�tica ou leucemia cong�nita no mesmo indiv�duo (transplante aut�logo), porque o sangue do cord�o armazenado cont�m a mesma variante gen�tica ou c�lulas pr�-malignas que levaram � condi��o em tratamento”, alerta. 

Os crit�rios

Mas ser� que toda amostra de sangue � vi�vel para a criopreserva��o? Patr�cia Fisher esclarece que n�o. “Segundo o estabelecido pela norma t�cnica atual da Anvisa, deve ter teste microbiol�gico negativo, celularidade m�nima de 500 milh�es de c�lulas nucleadas vi�veis e 1,25 milh�o de c�lulas progenitoras hematopoi�ticas.”  
 
Outra d�vida comum em torno do tema � se qualquer gestante est� apta a criopreservar o sangue do cord�o umbilical e placent�rio e se pode faz�-lo em toda gesta��o. Patr�cia Fisher explica que, atualmente, h� alguns crit�rios de exclus�o para a coleta das c�lulas-tronco hematopoi�ticas para uso aut�logo. S�o eles:  idade gestacional inferior a 32 semanas; presen�a de evid�ncias cl�nicas, durante a gesta��o ou trabalho de parto, de processo infeccioso ou de doen�as que possam interferir na vitalidade placent�ria; trabalho de parto com relato de anormalidade; e sofrimento fetal grave. 
 
A hematologista conta como funciona nos casos do cord�o umbilical de g�meos. “Se a gesta��o for de g�meos univitelinos (g�meos id�nticos) ocorre apenas uma coleta, pois compartilham bolsa amni�tica e placenta. Se a gesta��o de g�meos bivitelinos ocorre, h� uma coleta para cada beb�.”
 
Ana Paula Cavalcanti Bentes

Ana Paula Cavalcanti Bentes, advogada

Beto Novaes/EM/D.A Press - 18/12/2006
  

Favorecer o bem-estar do nosso filho

“Eu e meu marido decidimos que ir�amos fazer o procedimento de criopreserva��o de c�lulas-tronco pensando no futuro e na evolu��o da medicina. Quando formalizamos um seguro de qualquer modalidade, a finalidade da contrata��o � resguardar os nossos bens e, no caso da criopreserva��o das c�lulas-tronco do Matheus, foi favorecer o bem-estar do nosso filho. � como se eu tivesse feito um seguro de vida para ele e toda a fam�lia, pois a compatibilidade do material coletado entre familiares � muito superior.  Foi a primeira vez que fizemos. Infelizmente, quando do nascimento do meu filho primog�nito n�o estava dispon�vel a presta��o de servi�os de criopreserva��o de c�lulas-tronco. Como trabalho na �rea de sa�de, acompanho os temas da �rea e n�o tive nenhuma d�vida em formalizar o contrato de criopreserva��o.  E a inten��o � uma s�: resguardar o meu filho no tratamento de poss�veis doen�as, bem como os familiares pr�ximos, face a compatibilidade do material criopreservado a ser utilizado. Uma decis�o que, enfim, me deixa resguardada.”  

Como funciona o servi�o* 

  • A fam�lia decide pela contrata��o do servi�o, agenda a consulta cl�nica com o m�dico especializado. Esse, por sua vez, vai solicitar uma lista de exames � gestante, orientar a respeito do passo a passo do processo, dos procedimentos de coleta e armazenamento e das possibilidades de uso futuro do material biol�gico.
  • No dia do parto, realizado em uma maternidade credenciada, a equipe de especialistas do Criovida realiza a coleta do sangue da placenta e do cord�o umbilical – onde as c�lulas-tronco est�o em abund�ncia – minutos ap�s sua clampagem e desligamento do beb�. O processo � 100% seguro e indolor para mam�e e beb�.
  • O sangue coletado � acondicionado em recipiente adequado, com temperatura controlada, para o envio seguro ao Centro de Processamento Celular do Criovida (em Belo Horizonte). O material � inspecionado criteriosamente para verificar suas condi��es e a correspond�ncia dos dados da coleta, o que vai garantir sua integridade e identifica��o.
  • O processamento do material coletado � feito em ambiente controlado, em que todos os insumos t�m a qualidade assegurada, seguindo os protocolos de crioprote��o. O r�gido controle inclui as curvas de congelamento empregadas com a m�nima varia��o de temperatura, visando garantir a qualidade do material. Cada componente envolvido no processamento tem sua rastreabilidade fiscalizada e documentada, tornando o processo extremamente confi�vel. Tamb�m � realizada a an�lise de recupera��o celular p�s-processamento, que vai indicar se a amostra est� apta a seguir para a etapa de armazenamento.
  • Esta � a etapa em que o material ser�, de fato, armazenado a baixas temperaturas at� que seja solicitado por seu propriet�rio, caso haja necessidade. A tecnologia de ponta, o controle de processos e os equipamentos envolvidos no congelamento das c�lulas-tronco pelo Criovida asseguram sua integridade por longos per�odos. O armazenamento se d� em uma m�quina congeladora, capaz de manter em seu interior temperatura m�dia inferior a -150OC. O controle do congelamento � realizado por tanques de nitrog�nio manipulados remotamente por meio de um software que garante varia��es m�nimas de temperatura.
  • Se houver necessidade do uso do material, o �rg�o transplantador dever� entrar em contato com o Criovida e solicitar as c�lulas-tronco, que passam por testes com o objetivo de avaliar sua qualidade no que concerne ao transplante. O transporte entre o laborat�rio do Criovida e o hospital em que o procedimento ser� realizado � feito por meio de cont�ineres, conhecidos como dry shippers, abastecidos de nitrog�nio, a fim de garantir as condi��es ideais para preservar as caracter�sticas do material.
  • O ciclo se encerra no dia do transplante, em que o propriet�rio ou o membro do primeiro grau da fam�lia recebe de volta as c�lulas-tronco.
* Fonte: Criovida/Hermes Pardini