Movimente-se: veja como o sedentarismo afeta o corpo
Cada um tem de vencer a pr�pria resist�ncia, a pregui�a ou o desconforto e se convencer e aceitar que praticar qualquer atividade f�sica � essencial � sa�de
Encontre a atividade ou exerc�cio que lhe d� prazer e mexa-se
Valsan Fox Valsan Fox/Pixabay
Repeti��o, repeti��o, repeti��o. Ser� que a insist�ncia em alardear a import�ncia da atividade f�sica para viver melhor far� com quem o sedent�rio passe a se mexer? Essa � uma aposta que vale a pena. Portanto, vamos l� pessoal, mude de h�bito por voc�, escolha uma atividade f�sica, um exerc�cio, um hobby que o leve a ter mais cuidado e aten��o com sua sa�de.
Beatriz Bicalho, coordenadora do curso de educa��o f�sica da Est�cio Belo Horizonte, mestre em educa��o e diabetes, destaca que a cada dia as pessoas est�o mais conscientes sobre a import�ncia do movimento do corpo, a import�ncia da atividade e do exerc�cio f�sico como fatores ben�ficos para a sa�de e o bem-estar, mas “sair do sof�” n�o � t�o f�cil. Muitas vezes � necess�ria uma visita ao m�dico ou o surgimento de uma comorbidade para que a pessoa leve um susto e procure um profissional de educa��o f�sica para iniciar um programa de exerc�cios.
Beatriz Bicalho alerta que o grande n�mero de brasileiros sedent�rios coloca em risco a sa�de, j� que o sedentarismo est� associado � obesidade, diabetes, hipertens�o e doen�as cardiovasculares. “O ponto de partida sempre dever� ser buscar uma atividade f�sica mais f�cil de ser feita, mais prazerosa, que associe tamb�m fatores sociais, assim como caminhar com uma amiga, fazer atividades coletivas, e que n�o demandem muito tempo. De acordo com a Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS), um indiv�duo adulto dever� praticar pelo menos 150 minutos de atividade f�sica moderada, que pode ser fracionada em 15, 20 ou 30 minutos.”
Conforme Beatriz Bicalho, al�m do papel do governo, da �rea de sa�de, de alertar e incentivar a popula��o para a pr�tica de qualquer atividade f�sica, � preciso tamb�m ampliar os programas das academias da sa�de que s�o abertas para o p�blico, gratuitamente, como forma de promo��o de sa�de. “Temos de ampliar este acesso �s comunidades, ampliar os servi�os e n�meros de Academias da Sa�de. Belo Horizonte � um dos programas exemplos do Brasil. A mudan�a de comportamento s� vir� associada ao conhecimento.”
Papel psicossocial
Muitos preferem atividades ao ar livre, como jogar basquete
Sergey Gorbachev/Pixabay
Como educadora f�sica, Beatriz Bicalho enfatiza que esse profissional tamb�m tem um papel psicossocial, sendo um motivador para quem se disp�e a praticar uma atividade f�sica. “Normalmente, o profissional de educa��o f�sica tem um perfil acolhedor, incentivador, sabe ouvir, busca entender o aluno dentro do contexto f�sico e os outros aspectos que envolvem o aluno como ser humano, nas dimens�es n�o s� f�sicas, mas sociais, emocionais, espirituais, cognitivas, enfim, na hora do exerc�cio, o aluno traz o todo. Assim, s�o levados em conta seus desejos, objetivos, emo��es e como adequar um programa de treinamento ideal para associar todas essas vontades e necessidades ao estilo de vida do aluno.”
O sedentarismo preocupa n�o s� na fase adulta, mas entre crian�as e adolescentes tamb�m. Estudo publicado em 21 de novembro de 2019 na revista The Lancet – Child & Adolescentes Health Journal e conduzido pela Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) com 1,6 milh�o de jovens de 11 a 17 anos de 146 pa�ses, revelou que, no mundo, 81% dos adolescentes que frequentam as escolas n�o fazem atividade f�sica suficiente. Muitos, ali�s, pedem dispensa das aulas de educa��o f�sica, o que � lament�vel, j� que comprovadamente a pr�tica da atividade f�sica desde a inf�ncia e adolesc�ncia, al�m de benef�cios para a sa�de f�sica, contribui para o desenvolvimento cognitivo e o comportamento social que v�o perdurar na vida adulta.
“As crian�as s� poderiam ser dispensadas das aulas de educa��o f�sica se realmente tiverem alguma restri��o. Deveria ser crime dispensar crian�a ou adolescente das aulas de educa��o f�sica sem um real motivo. O profissional de educa��o f�sica tem um papel fundamental no engajamento dessas crian�as nas atividades propostas, a fim de diminuir o comportamento sedent�rio das mesmas. A educa��o ao exerc�cio deve come�ar desde a escola, com os esportes coletivos, a educa��o ao movimento, as diversas formas de se movimentar, os benef�cios f�sicos e cognitivos que o exerc�cio f�sico traz”, alerta Beatriz Bicalho.
Dan�ar � uma �tima escolha e a zumba faz sucesso dentro e fora das academias
Andrzej Rembowski/Pixabay
A especialista avisa que � fundamental reduzir o comportamento sedent�rio das crian�as. A estimativa � de que 6,4 milh�es de crian�as tenham excesso de peso no Brasil e 3,1 milh�es j� evolu�ram para obesidade. � t�o grave que tem at� o Dia da Conscientiza��o Contra a Obesidade M�rbida Infantil, celebrado anualmente em 3 de junho. Os dados assustadores s�o de 2019, baseados no �ndice de Massa Corporal (IMC) de crian�as que s�o atendidas na Aten��o Prim�ria � Sa�de (SAPS).
A doen�a afeta 13,2% das crian�as entre 5 e 9 anos acompanhadas no Sistema �nico de Sa�de (SUS), do Minist�rio da Sa�de, e pode trazer consequ�ncias preocupantes ao longo da vida. Nessa faixa et�ria, 28% das crian�as apresentam excesso de peso, um sinal de alerta para o risco de obesidade ainda na inf�ncia ou no futuro. Entre os menores de 5 anos, o �ndice de sobrepeso � de 14,8%, sendo que 7% j� apresentam obesidade. “V�rios estudos comprovam que uma crian�a fisicamente ativa, muito provavelmente se tornar� um adulto ativo e com h�bitos saud�veis”, destaca.
Mudan�a de h�bito*
A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), por meio do m�dico M�rcio Mancini, com doutorado em endocrinologia, atualmente m�dico do Hospital das Cl�nicas da Faculdade de Medicina da USP, atuando principalmente com obesidade, s�ndrome metab�lica e diabetes, alerta sobre a import�ncia da mudan�a de h�bito. Pesquisas mostram redu��o de 66% no risco de morte por doen�as cardiovasculares apenas com a pr�tica de uma atividade moderada.
No dia a dia
Inicie os exerc�cios sempre de maneira gradual – n�o dispense a fase de alongamento, aquecimento e resfriamento.
Mantenha um di�rio de exerc�cios.
Aumente as caminhadas e procure sentir prazer em caminhar.
Aumente a atividade no seu dia a dia, utilizando escadas e dispensando o carro sempre que poss�vel.
Aumente o ritmo do seu dia a dia, optando por fazer, voc� mesmo, algumas atividades dom�sticas, como lavar o carro e jardinagem.
Leve seu cachorro para passear.
Um parceiro, companheiro ou amigo pode auxili�-lo incentivando atividades, acompanhando-o durante as compras e exercitando-se junto.
Se tiver que descer ou subir um andar, use as escadas em vez do elevador.
Dance.
Pedale.
Na fase escolar v�rios benef�cios foram observados
Aumento na frequ�ncia �s aulas
Melhora na rela��o com os pais
Diminui��o da delinqu�ncia e reincid�ncia
Redu��o nos dist�rbios de comportamento
Benef�cios de forma geral da atividade f�sica
Redu��o da press�o arterial
Melhora da resist�ncia insul�nica
Melhora da for�a muscular
Controle do peso corporal
Melhora da mobilidade articular
Melhora do perfil lip�dico
Melhora da resist�ncia f�sica
Aumento da autoestima
Al�vio do estresse
Redu��o da depress�o
Manuten��o da autonomia
Redu��o do isolamento social
Melhora no bem-estar geral
* Fonte: Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM)
*Para comentar, fa�a seu login ou assine