mulher grávida com a mão na barriga, de pé, encostada em uma árvore

No relat�rio da ONU, o Brasil aparece com 5,4% mais �bitos registrados entre 2000 e 2020

Boris Gonzalez/Pixabay
A cada dois minutos, uma mulher morre durante a gravidez ou o parto, segundo um relat�rio divulgado pela Organiza��o das Na��es Unidas (ONU). A publica��o revela retrocessos na sa�de feminina nos �ltimos anos, pois a mortalidade materna aumentou ou estagnou em quase todas as regi�es do mundo. O Brasil encaixa-se no primeiro grupo, com 5,4% mais �bitos registrados entre 2000 e 2020. No ano passado, o Boletim Epidemiol�gico do Minist�rio da Sa�de relatou esse crescimento, atribuindo as mortes, no pa�s, a hemorragias, infec��es e abortos.

"Embora a gravidez deva ser um momento de imensa esperan�a e uma experi�ncia positiva para todas as mulheres, tragicamente ainda � uma experi�ncia chocantemente perigosa para milh�es de pessoas em todo o mundo que n�o t�m acesso a cuidados de sa�de respeitosos e de alta qualidade", disse o diretor-geral da Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS), Tedros Ghebreyesus. "Essas novas estat�sticas revelam a necessidade urgente de garantir que todas as mulheres e as meninas tenham acesso a servi�os de sa�de cr�ticos antes, durante e ap�s o parto, que possam exercer plenamente seus direitos reprodutivos."

O relat�rio mostra que houve uma estimativa de 287 mil mortes maternas em todo o mundo, em 2020. Em duas das oito regi�es da ONU — Europa e Am�rica do Norte e Am�rica Latina e Caribe —, a taxa de mortalidade materna aumentou de 2016 a 2020, 17% e 15%, respectivamente. Em outros lugares, estagnou. O documento mostra, no entanto, que o progresso � poss�vel. Por exemplo, duas regi�es — Austr�lia e Nova Zel�ndia e �sia Central e Meridional — experimentaram decl�nios significativos (em 35% e 16%, respectivamente) durante o mesmo per�odo, assim como 31 pa�ses em todo o mundo.

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Evit�veis

Em n�meros totais, as mortes maternas continuam amplamente concentradas nas partes mais pobres do mundo e em pa�ses afetados por conflitos. Em 2020, cerca de 70% de todos os �bitos ocorreram na �frica Subsaariana. Em nove pa�ses que enfrentam graves crises humanit�rias, as taxas foram mais que o dobro da m�dia mundial (551 por 100 mil nascidos vivos, em compara��o com 223, globalmente).
Sangramento grave, press�o alta, infec��es relacionadas � gravidez, complica��es de aborto inseguro e condi��es subjacentes que podem ser agravadas pela gesta��o (como HIV/Aids e mal�ria) s�o as principais causas de mortes maternas. Segundo o relat�rio, s�o causas amplamente evit�veis e trat�veis com acesso aos cuidados de sa�de de qualidade.

"Reduzir a mortalidade materna continua sendo um dos desafios globais de sa�de mais prementes", disse John Wilmoth, diretor da Divis�o de Popula��o do Departamento de Assuntos Econ�micos e Sociais da ONU. "� nossa responsabilidade coletiva garantir que toda m�e, em todos os lugares, sobreviva ao parto, para que ela e seus filhos possam prosperar."