
Falar sobre castra��o qu�mica suscita pol�micas. O debate sempre vem � tona quando acontecem novos casos de abusos sexuais, principalmente quando a repercuss�o � ampla. � o que vem acontecendo desde essa segunda-feira (11/7), quando o anestesista Giovanni Quintella Bezerra foi preso e autuado em flagrante depois de abusar de uma paciente enquanto estava anestesiada durante o parto por cesariana. O fato aconteceu no Hospital da Mulher Heloneida Studart, em Vilar dos Teles, em S�o Jo�o do Meriti, cidade da Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro.
A castra��o qu�mica � uma interven��o hormonal para barrar a testosterona e reduzir a ere��o, a libido e o desejo sexual. A indica��o para ser realizada em estupradores � uma das bandeiras defendidas pelo presidente Jair Bolsonaro. O projeto tramitou entre 2013 e 2020, quando Bolsonaro deixou o cargo de deputado para assumir a Presid�ncia. Mas a proposta n�o foi para frente.
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Em alguns pa�ses europeus e nos Estados Unidos, o procedimento � feito como requisito para que estupradores retornem � conviv�ncia em sociedade depois de deixar a pris�o. Mas � um assunto que encontra opini�es divergentes no mundo todo. Enquanto alguns dizem que se trata de uma medida inconstitucional, e que viola os direitos humanos, outros especialistas questionam a efic�cia, quando o procedimento � feito sem respaldo m�dico.
Castra��o qu�mica � uma express�o de cunho jur�dico social. No contexto m�dico, o tratamento para estupradores e ped�filos � chamado terapia antagonista da testosterona. Trata-se de administrar medica��es orais, em outros casos mais raros inje��es, com horm�nio feminino sint�tico, a fim de impedir a ere��o, com a consequente redu��o do impulso sexual.
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Por outro lado, profissionais em sa�de lembram que a diminui��o do impulso sexual n�o impede a viol�ncia e os crimes dentro desse espectro. Apenas aplicar o horm�nio n�o acaba com a a��o de criminosos que cometem delitos de cunho sexual. N�o � apenas com o �rg�o sexual masculino que o estupro pode acontecer.
O caso
O anestesista Giovanni Quintella Bezerra foi preso nesta segunda-feira, inicialmente sob acusa��o de estupro, ap�s abusar sexualmente de gestantes durante o parto. Ap�s aplicar a anestesia na v�tima, ele - tampado por um len�ol durante o procedimento da cesariana - colocava seu p�nis na boca das gestantes e logo ap�s limpava, na tentativa de acabar com os vest�gios do crime.
O caso veio a p�blico ap�s enfermeiras do hospital, desconfiadas do comportamento do m�dico, gravarem um v�deo de pouco mais de 10 minutos, mostrando a viol�ncia praticada pelo anestesista contra uma mulher que passava por uma ces�rea. Outros relatos de mulheres que passaram pelo anestesista durante o parto est�o sendo investigados (Com informa��es de Cler Santos).