mosquito aedes aegypti
O acordo - firmado entre a Fiocruz e a WMP - foi anunciado na quinta-feira (30), no Rio de Janeiro. Entre as medidas previstas est� a constru��o de uma grande biof�brica, que ter� capacidade para produzir at� 100 milh�es de mosquitos por semana. O custo estimado � de R$ 100 milh�es. Os recursos ser�o provenientes da WMP e do Instituto de Biologia Molecular do Paran� (IBMP), que nasceu a partir de uma parceria entre a Fiocruz e o governo paranaense.
A previs�o � que a biof�brica entre em opera��o em 2024, mas ainda n�o foi escolhida a cidade que ir� abrig�-la. "� uma defini��o que est� sendo tomada com o Minist�rio da Sa�de e alguns governos locais. Mas � um projeto pensado de modo a poder ser instalado rapidamente em qualquer lugar sem muita prepara��o de terreno. A Fiocruz j� acumulou bastante experi�ncia com constru��es desse tipo", disse o presidente da Fiocruz, Mario Moreira.
Introdu��o artificial
Segundo a Fiocruz, a Wolbachia est� presente naturalmente em cerca de 60% dos insetos, mas n�o no aedes agypti. O m�todo envolve, portanto, uma introdu��o artificial no organismo do mosquito.
Os pesquisadores envolvidos ressaltam que a iniciativa n�o envolve nenhuma modifica��o gen�tica, nem no nem na bact�ria. Al�m disso, o objetivo n�o � eliminar o mosquito do meio ambiente, apenas substituir uma popula��o capaz de transmitir doen�as por outra incapaz.
O m�todo Wolbachia come�ou a ser usado na Austr�lia e hoje est� presente em tr�s continentes: �sia, Oceania e Am�rica. Levantamentos epidemiol�gicos locais t�m indicado o sucesso da iniciativa. Al�m disso, diferentes estudos cient�ficos j� comprovaram cientificamente sua efic�cia, entre eles, um robusto estudo cl�nico realizado em Yogyakarta, na Indon�sia. Observou-se uma%u202Fredu��o de 77%%u202Fna incid�ncia de dengue nos bairros onde a Wolbachia foi introduzida, na compara��o com as demais localidades da cidade.
No Brasil, a aplica��o do m�todo � conduzida pela Funda��o Oswaldo Cruz (Fiocruz), com o apoio do Minist�rio da Sa�de. Os trabalhos come�aram em 2015 com a libera��o de mosquitos em duas �reas pequenas: em Jurujuba, bairro de Niter�i (RJ), e em Tubiacanga, no Rio de Janeiro. Com os bons resultados, a iniciativa se expandiu para outras localidades das duas cidades e j� � usada tamb�m em Campo Grande (MS), Belo Horizonte e Petrolina (PE).
Sustentabilidade
O projeto tem demonstrado sustentabilidade: a f�mea do mosquito que possui a Wolbachia em seu organismo � capaz de transmiti-la a todos os seus descendentes, mesmo que se acasale com machos sem a bact�ria. Al�m disso, quando apenas o macho tem a Wolbachia, os �vulos fertilizados morrem. Dessa forma, a bact�ria passa a ser transmitida naturalmente para as novas gera��es de mosquitos.
Os resultados, por�m, n�o s�o obtidos a curto prazo. “A velocidade de implanta��o do m�todo varia de acordo com as caracter�sticas de cada munic�pio. Em geral, conseguimos ter um impacto real na redu��o dos casos de dengue alguns anos ap�s finalizada a implanta��o”, explica Luciano Moreira, pesquisador da Fiocruz e l�der do WMP no Brasil.
Por essa raz�o, a popula��o deve continuar se esfor�ando para impedir o ac�mulo de �gua parada, que serve de criadouro para os mosquitos. Da mesma forma, o poder p�blico n�o deve afrouxar as demais medidas de preven��o, entre elas, a aplica��o de produtos qu�micos e biol�gicos quando recomendado, como fumac� e larvicidas.
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