Especialista alerta que a crian�a ou adolescente que fica mais quieto, irritadi�o, muda os h�bitos e os contatos sociais s�o sinais de algum problema
S�O PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Transtornos psicol�gicos podem ser percebidos a tempo de tratar e evitar epis�dios como o ocorrido no dia 27 de mar�o, na escola estadual Thomazia Montoro, na Vila S�nia, zona oeste de S�o Paulo.
Segundo a especialista, ficar mais quieto, irritadi�o, mudar os h�bitos, permanecer muito tempo no quarto, evitar sair de casa e os contatos sociais s�o alertas que podem indicar o desenvolvimento de transtorno de personalidade antissocial ou de conduta.
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O transtorno de personalidade antissocial se caracteriza pela falta de empatia, mentira, irresponsabilidade, indiferen�a, impulsividade, agressividade e pelo desrespeito �s leis. � diagnosticado na idade adulta.
Transtorno de conduta
O transtorno de conduta aparece na inf�ncia e adolesc�ncia. � marcado pelo ego�smo, insensibilidade, agressividade, crueldade com animais, mentira, brigas, ataques de birra constantes, desobedi�ncia familiar e na escola, furtos, pr�tica de bullying, persegui��o a colegas de classe.
As escolas devem chamar os pais para uma conversa e avis�-los sobre qualquer mudan�a no comportamento, de acordo com a especialista. "H� projetos interessantes que poderiam ser feitos pelas escolas. Sentar-se com os professores, perguntar como eles percebem os alunos, se h� comportamentos diferentes em aulas diferentes, e quais s�o os mais isolados", explica a psic�loga.
Ela tamb�m ressalta que ambientes virtuais tamb�m podem dar pistas de comportamentos que indicam transtornos psicol�gicos. Entre eles est�o postagens agressivas, que mencionam armas ou manifestam vontade de morrer.
"As dicas v�m, as crian�as e os adolescentes � que est�o cada vez mais sem o olhar da fam�lia. A fam�lia joga para a escola. O pai educa, cria e vai trabalhar. Dependendo da classe social, acaba dando muitas coisas, mas n�o olha para eles; ou os pais trabalham muito porque a sobreviv�ncia � mais importante e nem olham para a cara do filho", afirma Liliana Seger.
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Pedir ajuda
Quanto a casos de bullying, a psic�loga diz que, se a crian�a ou adolescente tem uma rede familiar com quem possa conversar ou uma escola que preste aten��o, o problema � minimizado. "Infelizmente, as escolas n�o conseguem olhar para eles, individualmente. N�o h� mat�rias ou encontros que possam fazer com que os professores percebam as condutas dos alunos."
Gabriela Malzyner, psic�loga, psicanalista e coordenadora do N�cleo de Inf�ncia e Adolesc�ncia do CEP (Centro de Estudos Psicanal�ticos) de S�o Paulo, acrescenta que, "quando um jovem promove um ato como aquele [da escola estadual Thomazia Montoro] � denunciado um mal-estar social."
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Para a psicanalista, os pais precisam pedir ajuda, pois nem eles ou as escolas dar�o conta do problema sozinhos. A especialista refor�a, ainda, que o Estado deve enviar recursos psicossociais e educacionais �s escolas. "Crian�as e adultos desamparados socialmente ficam numa situa��o de vulnerabilidade ps�quica e emocional t�o grande que n�o t�m compet�ncia para serem emp�ticos com o outro, porque n�o tiveram a marca da empatia. As pessoas s�o frutos de um meio, social ou familiar. E o meio modula o comportamento, as a��es e a forma de lidar com o pr�ximo."
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