A cantora Preta Gil luta contra um c�ncer de intestino detectado no in�cio do ano
A luta contra o c�ncer de intestino enfrentada pela cantora Preta Gil entra em nova fase. Depois de vencer recentemente uma interna��o devido ao desenvolvimento de uma septicemia grave (infec��o generalizada), ela teve uma melhora em seu quadro de sa�de e agora, depois da quimioterapia, o tratamento passa a ser a raditoterapia associada, conforme decis�o dos m�dicos que a acompanham. Com a condi��o mais favor�vel, poder� continuar com os cuidados em casa, com o apoio mais pr�ximo dos amigos e da fam�lia.
A artista vem falando com os f�s sobre sua jornada em rela��o � doen�a pelas redes sociais. "Estou bem, podendo gravar esse v�deo para voc�s. Foi uma semana de muitas conquistas. Eu de fato melhorei demais o meu estado de sa�de. Me recuperei em casa e isso faz toda a diferen�a. Comer comidinha de casa, estar perto da fam�lia e dos amigos, que est�o agarradinhos a mim, foi fundamental para que eu tivesse essa melhora", publicou no Instagram.
Os pr�ximas dias, conta Preta Gil pela rede social, ser�o de prepara��o para a etapa seguinte do enfrentamento do c�ncer, diagnosticado em janeiro. "Essa semana vai ser de exames preparat�rios. Estou muito confiante, cheia de f� para lutar e vencer. Conto com voc�s sempre nas ora��es e na torcida emanando energia positivas que chegam at� mim. Faz muita diferen�a, obrigada pelas mensagens de carinho", continuou.
A quimioterapia, informa Alexandre J�come, tamb�m pode deixar o paciente mais suscet�vel a desenvolver infec��es virais e bacterianas. Isso acontece porque os medicamentos, al�m de atuar nas c�lulas malignas em multiplica��o no corpo, tamb�m agem sobre outras c�lulas em multiplica��o, como nas mucosas, no cabelo ou no sangue. Dessa forma, o indiv�duo em tratamento pode apresentar queda na imunidade, o que pode resultar no acometimento pela septicemia. "Mas isso tamb�m est� associado a outras condi��es, como idade, outros problemas de sa�de, uso de outros medicamentos. S�o caracter�sticas individuais, por�m a quimioterapia pode sim ter a ver com o desenvolvimento das infec��es generalizadas", aponta.
O c�ncer
Tamb�m conhecido como tumor de c�lon e reto ou de intestino, o c�ncer colorretal � o segundo mais incidente em homens e mulheres, � exce��o dos tumores de pele n�o melanoma, depois do c�ncer de mama e de pr�stata. De acordo com o Instituto Nacional de C�ncer (Inca), s�o estimados mais de 40 mil novos casos at� o fim de 2023. Apesar de ser preven�vel em quase 90% dos casos, o estigma em torno do exame de colonoscopia tende a atrasar o rastreio de altera��es pr�-cancerosas.
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O oncologista Alexandre J�come diz que a passagem para a radioterapia � o caminho natural do tratamento contra o c�ncer
Grupo Oncocl�nicas/Divulga��oO especialista alerta que os principais entraves de um diagn�stico precoce s�o a falta de acesso aos m�todos de detec��o para pacientes do sistema p�blico de sa�de (SUS) e a interpreta��o err�nea dos sintomas.
"Como os sintomas intestinais associados aos c�nceres de c�lon e reto tamb�m s�o encontrados em condi��es benignas, muitos pacientes negligenciam ind�cios como diarreia, constipa��o, dor abdominal e at� mesmo perda de sangue nas fezes, que frequentemente ocorre na presen�a de doen�a hemorroid�ria. Essa interpreta��o equivocada dos sintomas pelos pacientes, ou at� mesmo pela classe m�dica, � particularmente frequente em pessoas jovens, pela concep��o de raridade da doen�a nessas faixas et�rias. No entanto, a mudan�a do perfil epidemiol�gico da doen�a, observado nos �ltimos anos, com maior incid�ncia em pessoas mais jovens, demanda maior conscientiza��o tanto da popula��o geral como da classe m�dica, al�m da correta identifica��o dos sintomas", alerta o oncologista do Grupo Oncocl�nicas.
Os sintomas mais comuns s�o altera��es do h�bito intestinal, como mudan�a da frequ�ncia das evacua��es, sensa��o de evacua��o incompleta, dor abdominal, e perda de sangue nas fezes. "Em situa��es de doen�a mais avan�ada, podemos observar perda de peso n�o intencional", afirma Alexandre J�come.
De acordo com o m�dico, cerca de 5% a 10% dos pacientes acometidos pelo c�ncer de c�lon e reto herdaram altera��es gen�ticas que aumentam o risco de desenvolvimento do tumor. Essa probabilidade ser� maior quanto mais jovem for o paciente. Por�m, o principal fator de risco s�o os h�bitos de vida; existe uma rela��o �ntima entre o surgimento do tumor e o �ndice de desenvolvimento humano (IDH) de um pa�s.
"Na maioria dos pacientes, n�o h� componente heredit�rio identific�vel. Pa�ses mais ricos apresentam as maiores taxas de incid�ncia da doen�a, o que vai ao encontro do achado de maior risco de desenvolvimento do c�ncer colorretal em pessoas com sobrepeso ou obesidade, com dieta rica em carnes vermelhas e gorduras, e pobre em fibras, frutas e vegetais. Tamb�m h� maior risco em pessoas sedent�rias, tabagistas e que fazem uso excessivo de bebidas alc�olicas", descreve o oncologista.
Tratamento individualizado
O tratamento do c�ncer colorretal ser� definido de acordo com seu estadiamento, mas as recentes evolu��es terap�uticas aumentaram as taxas de cura. "O tratamento do c�ncer de c�lon inicial permaneceu inalterado na �ltima d�cada, e consistia na remo��o cir�rgica primariamente, seguida de quimioterapia adjuvante em casos selecionados. Um avan�o que merece destaque � a comprova��o de que podemos oferecer menor tempo de quimioterapia para uma parcela dos pacientes com doen�a inicial, mantendo as perspectivas de cura com menos efeitos colaterais", explica Alexandre J�come.
Outro progresso para tumores iniciais � a realiza��o de todas as etapas de terapias no pr�-operat�rio. "Tradicionalmente, o c�ncer de reto era tratado com uma primeira etapa de quimioterapia e radioterapia seguida da remo��o cir�rgica, com uma segunda etapa de tratamento com quimioterapia ap�s a cirurgia. Foi demonstrado que h� aumento das taxas de cura quando realizamos a segunda etapa de quimioterapia ainda no per�odo pr�-operat�rio. Esta modalidade aumenta a possibilidade de desaparecimento do tumor no reto, quando se pode discutir n�o realizar a remo��o cir�rgica do �rg�o, mas somente em casos muito selecionados e com um acompanhamento muito rigoroso", avalia.
A descoberta de subtipos distintos de c�ncer colorretal foi fundamental para definir novas estrat�gias de tratamento para o c�ncer colorretal avan�ado. "A possibilidade de identificar altera��es gen�ticas espec�ficas em cada tumor permite abordagens direcionadas e maior individualiza��o terap�utica. Desta maneira, verificou-se que a imunoterapia pode ser ben�fica em uma parcela de cerca de 5% dos pacientes, que t�m uma altera��o gen�tica espec�fica. De forma semelhante, cerca de 8% a 10% dos pacientes apresentam em seus tumores uma determinada altera��o molecular que poder� ser tratada com medicamentos orais, sem o uso de quimioterapia. Portanto, os avan�os no sequenciamento gen�tico do c�ncer t�m propiciado a identifica��o de anormalidades espec�ficas da doen�a, que poder�o ser inibidas farmacologicamente", acentua Alexandre J�come.
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