Prematuridade de beb�s: neonatologista esclarece aspectos importantes

H� cerca de um m�s, a Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) e o Fundo das Na��es Unidas para a Inf�ncia (Unicef) divulgaram um relat�rio alertando para uma 'emerg�ncia silenciosa' de nascimentos prematuros em todo o mundo. O documento estima que, apenas em 2020, 13,4 milh�es de crian�as nasceram prematuramente, sendo que quase 1 milh�o veio a �bito em decorr�ncia de complica��es - aproximadamente um em cada 10.

Em uma entrevista exclusiva, o pediatra neonatologista Celso Moura Rebello, presidente do Departamento de Neonatologia da Sociedade de Pediatria de S�o Paulo (SPSP), elucidou os graus de prematuridade de um beb�, situa��es em que � poss�vel antecipar um parto prematuro, a relev�ncia do pr�-natal e outros fatores cruciais relacionados ao tema.

De acordo com o especialista, al�m do peso, a idade gestacional � um dos elementos mais importantes para o neonatologista ou pediatra que atua no neonatal. A defini��o de prematuridade extrema, precoce ou intermedi�ria est� relacionada �s semanas de gesta��o, e n�o ao peso em quilogramas.

Existem tr�s graus de prematuridade. O tardio � aquele que ocorre entre a 34ª e a 36ª semana e 6 dias de gesta��o. J� o prematuro moderado nasce entre 28 e 33 semanas e 6 dias, enquanto os prematuros extremos nascem antes de completar 28 semanas de gesta��o.

"Um prematuro que nasce com 35 semanas, por exemplo, � completamente diferente de crian�as que nascem com 25 semanas. O grau de imaturidade e de disfun��o de �rg�os ser� maior quanto menor a faixa gestacional", ressalta Rebello.

A interna��o tamb�m varia conforme cada caso. No entanto, todos os beb�s que nascem antes de 35 semanas de gesta��o devem ser internados em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal. A partir desta semana, � poss�vel que o rec�m-nascido prematuro v� para o ber��rio, caso apresente respira��o e peso adequados e n�o possua complica��es importantes. A alta hospitalar pode acontecer entre a 36ª e a 37ª semana, mediante acompanhamento especializado.

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Sobre a possibilidade de prever o nascimento prematuro, Celso Rebello afirma que, em alguns casos, � poss�vel antecipar a ocorr�ncia, como em gesta��es gemelares ou trigemelares. M�es com doen�as graves, como card�acas ou respirat�rias, tamb�m podem ter dificuldade em levar a gesta��o at� o final. O mesmo ocorre quando o crescimento intrauterino � insuficiente ou quando a m�e apresenta uma incapacidade em manter o colo uterino adequadamente fechado.

No entanto, quando os m�dicos enfrentam uma m� forma��o do beb�, eles tentam evitar o nascimento prematuro, desde que haja uma boa condi��o intrauterina e o feto esteja est�vel, j� que geralmente enfrentar� problemas ap�s nascer.

Em rela��o � probabilidade de sobreviv�ncia, o neonatologista destaca a import�ncia do pr�-natal e das condi��es em que ocorre o parto. Quando a gestante realiza um acompanhamento m�dico adequado desde o in�cio da gravidez, o obstetra consegue detectar e corrigir problemas, o que pode ajudar a levar a gesta��o at� o final ou o mais pr�ximo poss�vel da 38ª semana, em casos de complica��es.

Por outro lado, quando a m�e n�o tem acesso ao pr�-natal, aumenta-se a probabilidade de prematuridade e complica��es. "A idade da gesta��o tamb�m � um ponto importante, os dois extremos tendem a ter mais complica��es para a m�e e mais prematuros", esclarece Rebello.

A taxa de sobreviv�ncia depende tamb�m da UTI onde o beb� est� internado, da quantidade de especialistas dispon�veis e da infraestrutura tecnol�gica adequada. O especialista ressalta que essa quest�o n�o � responsabilidade apenas dos pa�ses e governos, mas tamb�m das fam�lias, que devem considerar esses aspectos ao escolher o local do parto.

"Quando as fam�lias v�o ter um beb�, se preocupam muito se a maternidade � 'instagram�vel', se a fotografia vai sair bonita, se pode receber visitas, e n�o pensam na UTI neonatal e que problemas podem surgir mesmo quando o pr�-natal � bem feito. � necess�rio pensar em ter uma boa assist�ncia tanto para a m�e quanto para o beb�, se surgir algum problema", conclui o pediatra neonatologista.