Como lidar e a import�ncia do luto depois da perda de uma pessoa querida
H� fases no luto: nega��o, raiva, culpa, tristeza... S�o muitos os sentimentos envolvidos e todos precisam ser sentidos e administrados em seu tempo
Lidar com a perda de um ente querido n�o � uma tarefa f�cil. A dor e a tristeza podem ser intensas e, muitas vezes, as pessoas n�o sabem como agir ou lidar com as emo��es
Gerd Altmann/Pixabay
Lidar com a perda de um ente querido n�o � uma tarefa f�cil. A dor e a tristeza podem ser intensas e, muitas vezes, as pessoas n�o sabem como agir ou como lidar com as emo��es que surgem. Nega��o, raiva, culpa, tristeza... S�o muitos os sentimentos envolvidos e todos precisam ser sentidos e administrados em seu tempo. Pablo Cuevas, diretor m�dico Klini Sa�de da Rede Hospital Casa, alerta para a import�ncia do processo de luto e oferece algumas orienta��es para ajudar as pessoas a enfrentar esse momento dif�cil.
O luto � um processo que envolve diversas etapas e n�o tem um prazo determinado para se completar. Cada pessoa enfrenta essa situa��o de forma diferente, mas � importante buscar apoio emocional e entender que � normal sentir tristeza, raiva, culpa e outras emo��es nessas horas.
“O nosso aparelho ps�quico precisa do luto, ent�o o que significa a morte? A morte em termos psicanal�ticos significa a presen�a da aus�ncia, ou seja, para a pessoa que convive com aquela que foi embora � dif�cil entender que ela existe no cora��o e nas lembran�as, mas n�o est� mais l� fisicamente. Isso gera um conflito no aparelho ps�quico que a gente chama de luto, que � fundamental para a resolu��o ps�quica da presen�a da aus�ncia”, explica Pablo Cuevas.
Ciente desse processo, Pablo Cuevas conta o que recomenda aos pacientes que est�o enfrentando o luto: "Quando perdemos algu�m � importante sofrer essa perda, � importante chorar por quem morreu porque, de alguma maneira, fecha-se um ciclo de vida, mas n�o da pessoa que se foi, mas sim o ciclo da pessoa que foi em voc�. Ent�o, na verdade, o luto � nada mais que um reequil�brio do aparelho ps�quico para poder colocar essa presen�a de aus�ncia no lugar apropriado na mem�ria do afeto. � uma adapta��o, como se fosse um machucado que precisa de cura. E s� se cura essa ferida, vivendo o luto. Reconhe�a, valide seus sentimentos e n�o se culpe por sofrer em alguns momentos e em outros se sentir feliz”.
Miss�o delicada
Na sala de espera, familiares e amigos esperam a not�cia da pessoa querida que est� nas m�os dos profissionais da sa�de. Ao ter que dar a not�cia da morte desse ente, m�dicos e enfermeiros acabam lidando com o luto e precisam se preparar para uma miss�o delicada.
“Mesmo que tenha toda uma prepara��o, a passagem de uma pessoa � sempre �nica. Trabalho h� anos dentro de CTI e � a miss�o mais dif�cil que temos. A gente quer salvar a vida do paciente, mesmo entendendo que alguns caminhos j� est�o tra�ados e que o desfecho n�o ser� o esperado, a gente se apega na possibilidade de poder salvar a pessoa. Ent�o, � muito dif�cil para o m�dico e toda a equipe”, relata Pablo Cuevas.
Mesmo diante da dor, o m�dicio afirma que h� formas de amenizar o luto: "� preciso deixar claro que a melhor forma de amenizar a dor do luto � viver a dor do luto. � fundamental vivenci�-lo, porque a gente n�o reduz o tamanho do luto fazendo coisas para evit�-lo, pelo contr�rio, quando o evita, ele dura mais”, ressalta.
Como tornar o luto mais leve
Apesar da necessidade de passar pelo luto, Pablo Cuevas separa algumas dicas para vivenciar essa fase com menos sofrimento: "� preciso viver o luto e existem formas que o torna mais suave. Fazer atividade f�sica, participar de atividades l�dicas e falar sobre a pessoa que perdeu, compartilhar o amor e o carinho que tem por ela com os outros. Se tem sua f� ou religi�o, procurar a sua f�, e caso n�o tenha, buscar aquilo d� sentido a sua vida. N�o tem uma f�rmula certa, o que tem s�o coisas importantes que podem ser feitas durante o luto, n�o negar o luto”.
Pablo Cuevas enfatiza que o luto n�o � um ponto final: "O luto � importante porque traz novos pensamentos. A perda da pessoa n�o � o ponto final, � uma continuidade. O luto traz as v�rgulas, ou seja, o que vir� depois? N�o � um fim, � uma continuidade. E esse � o grande lance dessa situa��o peculiar na vida das pessoas que � o luto”.
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