
Distintos da cultura japonesa, que fazem um grande festival chamado Obon, entendido como um momento de luto, geralmente entre os dias 13 e 15 de julho. Todavia, a data n�o se festeja alegremente a morte, mas sim, um momento de luto, sil�ncio, reflex�o e paz em momentos dif�ceis. Para os japoneses, refletir sobre a finitude � principalmente um momento de pensar a vida e como ela tem sido utilizada.
Leia tamb�m: Elaborar o luto � fundamental para seguir a nova vida.
� preciso falar sobre a morte
A especialista em qualidade de vida na terceira idade e fundadora e CEO da Senior Concierge, empresa que pratica um modelo de aten��o integrada para dar suporte a pessoas com mais de 60 anos, M�rcia Sena, diz, que muitas vezes, quando pensamos na morte, centramos muita energia no medo do que ainda n�o veio e isso pode tornar esse medo pode causar pavor, ang�stia e at� mesmo causar dor f�sica. Por essa raz�o � preciso compreender que a certeza do fim pode contribuir na supera��o desse “choque”, na reflex�o que muito do que viveu p�de trazer boas lembran�as.
M�rcia Sena, alega que conversar sobre a morte � essencial n�o apenas para quebrar mitos e normalizar o fato, mas tamb�m para garantir melhores formas de lidar com a finitude. Pois, reconhecer e debater sobre a quest�o de que a vida fatalmente se encerrar� em algum momento ajuda nos preparativos que tornam menos penoso o momento para familiares e amigos principalmente deidosos.
“Muitas fam�lias que n�o conversam sobre o assunto acabam se deparando com v�rias dificuldades quando o inevit�vel chega. Isso traz um sofrimento ainda maior, j� que as pessoas ficam sem saber quais eram as vontades de quem faleceu, por exemplo. Agir de forma preventiva garante que esse rito de passagem seja o menos aflitivo poss�vel”, esclarece M�rcia Sena.
“Em uma doen�a terminal o conhecimento de como agir pode aliviar bastante o sofrimento de quem est� partindo e de quem ficou. H� um desconhecimento muito grande sobre o fato de que � poss�vel prezar pela qualidade de vida mesmo de quem est� partindo. Desde 2018, o Sistema �nico de Sa�de (SUS) integra os cuidados paliativos como parte dos cuidados continuados para pacientes terminais. A ideia � garantir que essas pessoas recebam um conforto at� o final de suas vidas”, lembra M�rcia Sena.
Como lidar nos momentos finais de um ente querido?
M�rcia Sena afirma que o conhecimento de familiares e pessoas pr�ximas sobre como proceder nos momentos finais da vida � fundamental tamb�m para garantir que todas as demandas de um idoso sejam atendidas.
Sendo assim, M�rcia Sena elenca ainda seis orienta��es que podem ajudar nesse momento dif�cil e delicado para os familiares e amigos pr�ximos que conhecem algu�m que est� chegando ao fim da vida:
1 - Reconhecer o fim: "esse � um importante passo para tudo que se seguir� adiante. Entender sobre a finitude de nossas pr�prias vidas � lembrar que estamos todos em um grande processo c�clico de idas e vindas".
2 - N�o ter medo: "saber que perdemos as pessoas mais importantes da nossa vida pode ser uma forma de se preparar para garantir que o momento da partida seja o menos doloroso poss�vel. N�o devemos ter medo de perder algu�m porque esse � um fato inevit�vel para 100% dos seres humanos".
3 - N�o se culpar: "� muito comum que pessoas pr�ximas sintam culpa pela morte de algum ente querido, imaginando que poderiam ter feito mais ou at� evitado aquele falecimento. O sentimento, que afeta at� mesmo cuidadores profissionais, deve ser medido e controlado para que n�o gere preju�zos emocionais e sociais severos".
4 - Garantir cuidados paliativos: "em situa��es terminais � essencial saber os cuidados necess�rios. Em casos que h� doen�as com dores, � preciso apoio m�dico para que haja a receita dos medicamentos analg�sicos mais adequados, por exemplo".
5 - Entender que o tempo do luto varia de pessoa para pessoa: "a morte de algu�m pr�ximo afeta de maneira bastante particular cada um que conviveu com aquele que se foi. Por isso, � necess�rio compreender que h� pessoas que vivem o luto por anos, enquanto outras conseguem passar por essa fase dif�cil em meses. Esse entendimento � essencial para evitar julgamentos sobre o pr�prio estado e do estado dos outros".
5 - Entender que o tempo do luto varia de pessoa para pessoa: "a morte de algu�m pr�ximo afeta de maneira bastante particular cada um que conviveu com aquele que se foi. Por isso, � necess�rio compreender que h� pessoas que vivem o luto por anos, enquanto outras conseguem passar por essa fase dif�cil em meses. Esse entendimento � essencial para evitar julgamentos sobre o pr�prio estado e do estado dos outros".
6 - Procurar ajuda de profissionais: "o sofrimento psicol�gico �s vezes � t�o forte que pode ser compar�vel a dores f�sicas. Portanto, garantir apoio profissional psicol�gico ou psiqui�trico pode tornar menos dif�cil o processo de entendimento sobre o fim da vida".