Médica

Adriana Laurentino passou mal depois de uma viagem de 12 horas, foi levada ao hospital local e infelizmente morreu de embolia pulmonar

Arquivo pessoal
A perda da jovem m�dica acreana, Adriana Rodrigues Laurentino, de 27 anos, que morreu de embolia pulmonar, gerou grande impacto e levou a questionamentos sobre a gravidade da doen�a. Adriana, que residia e atuava em Cama�ari, na Bahia, decidiu retornar � sua cidade natal, Brasileia, no Acre, depois de fraturar o p� em um passeio e sem nenhum membro da fam�lia por perto. Ela fez uma viagem que incluiu cerca de 12 horas de voo e mais tr�s horas de carro. No mesmo dia de sua chegada, ela passou mal, foi levada ao hospital local e infelizmente morreu de embolia pulmonar.

O tromboembolismo pulmonar ocorre quando um co�gulo de sangue, geralmente proveniente das pernas, se aloja na circula��o pulmonar. Isso pode causar perda de fluxo sangu�neo, levando � morte por asfixia ou queda de press�o sangu�nea. Qualquer situa��o que imobilize as pernas pode ser um fator desencadeante, incluindo cirurgias, traumas, viagens a�reas longas e uso de horm�nios sexuais.

Os primeiros sinais da doen�a incluem falta de ar e dores no peito. As medidas preventivas incluem o uso de meias el�sticas e anticoagulantes, especialmente para aqueles em maior risco, como pacientes com c�ncer, aqueles que passaram por uma cirurgia recente ou que est�o internados. O tratamento � baseado em anticoagulantes, que ajudam a dissolver os co�gulos.


Conforme Wagner Vieira da Fonseca, ortopedista e cirurgi�o do p� e tornozelo, a morte da m�dica acreana � um assunto delicado e de dif�cil condu��o. Ele aponta alguns fatores que devem ser considerados. "Fraturas do p�, na literatura mundial, de uma forma geral n�o t�m respaldo e necessidade de se proceder a profilaxia, ou tratamento medicamentoso de preven��o de embolia pulmonar ou trombose em pessoas saud�veis", explica. 


"Aspectos como hist�rico de problemas hematol�gicos (do sangue), fatores predisponentes para tromboembolismo como fator V de Leiden  (muta��o gen�tica de fatores de coagula��o e que predisp�em a trombose venosa; 15% a 30% das pessoas com hist�rico de trombose, especialmente se abaixo de 50 anos sem um fator evidente predisponente podem ter tal fator). Outro fator gen�tico  �  a muta��o 20210 G>A do gene da protrombina. Esta � mais rara (1% a 3% da popula��o no Brasil pode apresentar trombose, tanto venosa quanto arterial."
 
Ortopedista Wagner Vieira da Fonseca

O ortopedista Wagner Vieira da Fonseca aponta alguns fatores que devem ser considerados. 'Fraturas do p�, na literatura mundial, de uma forma geral n�o t�m respaldo e necessidade de se proceder a profilaxia, ou tratamento medicamentoso de preven��o de embolia pulmonar ou trombose em pessoas saud�veis'

Jair Amaral/EM/D.A Press


O m�dico tamb�m chama aten��o para arritmias card�acas, obesidade, doen�as do col�geno como artrite reumatoide (reumatismos), grandes cirurgias e viagens de avi�o longas logo a seguir, hist�rico de neoplasias malignas (c�ncer), hist�rico pr�vio de embolia ou trombose, uso de p�lulas anticoncepcionais, idade muito avan�ada, muitas varizes nas pernas, gravidez e p�s parto de at� 1,5 m�s, interna��o em CTI previamente (recente) pela estase e ficar acamada por muito tempo e tamb�m uso de cat�teres (veias mais grossas puncionadas por longo tempo). 

Usar meias el�sticas nas viagens (meias de compress�o, mesmo se n�o se enquadre nas faixas de risco acima) e movimentar-se dentro do avi�o, desde que o comandante da aeronave permita para evitar acidentes pelas cl�ssicas turbul�ncias nos voos s�o algumas recomenda��es do especialista. "Agora, as prescri��es medicamentosas precisam ser recomendadas por m�dicos, pois os medicamentos n�o s�o inertes de complica��es, que podem ser bem graves, �s vezes."

Ele acrescenta: "� importante n�o se alarmar por um caso isolado de uma paciente. Caso voc� n�o se enquadrr dentro dos poss�veis pacientes com risco aumentado, fazer uma movimenta��o das panturrilhas e usar meias el�sticas j� � o bastante, mas sempre orientado-se por um m�dico.