Para manter um corpo saud�vel, � preciso estar num relacionamento s�rio com ele - em que ouvir � t�o importante quanto agir. Ou�a e aja
Break/Pixabay
150 sinais. Sintomas camuflados no dia a dia. Uma hora � a constipa��o. Noutra, a enxaqueca. H� tamb�m aquela dor muscular, o inc�modo para acordar cedo. A fadiga que insiste em permanecer apesar dos esfor�os para levantar descansado. Os alertas v�m de todos os lados – basta estar atento. Respostas a inflama��es em curso, cada um desses avisos emitidos pelo corpo podem indicar uma doen�a contra a qual o sistema imunol�gico est� lutando enquanto segue se expondo a fatores agressores.
Um exemplo cl�ssico � o cigarro. Nos fumantes, os mecanismos de defesa s�o a tosse persistente – uma tentativa de o organismo se livrar da secre��o acumulada no pulm�o-; a altera��o das c�lulas alveolares – para expectorar a toxina do tabaco – e uma s�rie de outras modifica��es em toda a anatomia do �rg�o para proteger o indiv�duo daquela agress�o. Esse quadro se desenvolve quando a inflama��o j� est� instalada. Mas, antes disso, o corpo emitiu outros sinais.
Segundo o professor do Puravida Prime e neurologista especializado em medicina do estilo de vida, Gabriel Prado, muito provavelmente os alertas iniciais tenham sido enviados assim que o cigarro entrou em contato com o corpo pela primeira vez: "A partir do momento em que inala a fuma�a pela primeira vez, a pessoa vai ter enjoo, n�usea, tontura, dor de cabe�a – uma forma de alertar de que algo n�o est� legal. Quando se mant�m um est�mulo nocivo, o corpo tenta se adaptar ao estresse para proteger a pessoa. A� diz: ‘Ah, em duas semanas eu me acostumei com o cigarro’. A pessoa n�o se adaptou ao cigarro, ela se adaptou ao estresse, o corpo criou mecanismos de adapta��o a esse est�mulo agressor".
E quando essa adapta��o vai ao encontro de predisposi��es gen�ticas, surgem os quadros de enfisema pulmonar e at� o c�ncer de pulm�o.
Epigen�tica
A culpa n�o est� no gene, mas, sim, nos h�bitos que induzem o organismo a responder � tend�ncia gen�tica – altamente contorn�vel por meio do estilo de vida saud�vel. Fumar, se expor � fuma�a do cigarro, usar o cigarro eletr�nico, narguil� e at� a fuma�a do fog�o � lenha podem ser gatilhos para a doen�a.
Na contram�o, evitar agentes agressores relacionados a essa e outras doen�as � uma das alternativas para manter as patologias distantes. Conceito conhecido pela medicina como epigen�tica, a influ�ncia do meio ambiente, das rotinas e estilo de vida em rela��o � express�o g�nica: “O gene pode ser estimulado ou silenciado de acordo com a rotina ou estilo de vida”, sintetiza o professor.
Embora o exemplo ilustrativo tenha sido relacionado ao pulm�o, a l�gica se aplica a todos os tipos de c�nceres e doen�as.
Descobertas recentes da ci�ncia apontam para a influ�ncia do meio no comportamento das c�lulas cancer�genas. Um artigo publicado no peri�dico cient�fico Nature mostrou que as altera��es epigen�ticas ajudam as c�lulas malignas a crescer mais em compara��o com as c�lulas saud�veis. O estudo analisou mais de 1.300 amostras de 30 tumores intestinais, comprovando o papel do meio no comportamento celular.
Ou�a seu corpo
Al�m de investir num estilo de vida saud�vel, a dica que Gabriel Prado d� aos pacientes � ficar atento aos alertas enviados pelo corpo em forma de sintomas camuflados no dia a dia.
Conforme o neurologista, o corpo � s�bio e tenta criar mecanismos de adapta��o ao estresse perante inflama��o cr�nica. Saber disso � primordial para promover sa�de e tratar doen�as.
O recado do especialista � esse: "Ou�a seu corpo, entenda o que ele tem para lhe dizer em rela��o aos sinais e sintomas, identifique na sua rotina o que est� te causando doen�a. A inflama��o gera sinais e sintomas, por isso, � importante ouvir o que o corpo tenta falar”.
Bom lembrar
Toda altera��o no organismo gera sinais. Alguns sintomas s�o mais percept�veis. Outros se confundem ao mal estar ligado ao cansa�o e estresse da rotina. Mas todos sinalizam que algo n�o vai bem.
Estar atento aos avisos do corpo � a melhor forma de identificar o que o seu organismo est� tentando comunicar. Para isso, vale parar, respirar, avaliar o cotidiano, rever a agenda, encontrar o ponto de desequil�brio e tra�ar um novo planejamento que inclua mais tempo para a sa�de, para o lazer e para o tempo em fam�lia.
Para manter um corpo saud�vel, � preciso estar num relacionamento s�rio com ele – em que ouvir � t�o importante quanto agir. Ou�a e aja.
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