Adesivo
Desenvolvido em parceria entre a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) com outras universidades brasileiras, um material colante, com microagulhas de aplica��o indolor, pode facilitar a imuniza��o de crian�as e de pessoas que tenham avers�o a agulhas e inje��es. Especialistas do Laborat�rio de Biologia Celular do Instituto de Ci�ncias Biol�gicas da UFMG, liderados pelo professor Guilherme Mattos Jardim Costa, do Departamento de Morfologia, est�o participando da pesquisa que tem por objetivo criar adesivos de pele para aplica��o de vacinas. O adesivo poderia substituir as agulhas convencionais.
As microagulhas s�o compostas por mol�culas muito pequenas, chamadas pol�meros, usadas em aplica��es biom�dicas. Cada unidade tem apenas 700μm (micr�metro) de altura por 200μm de largura de base - para efeito de compara��o, 1 mil�metro tem 1.000 micr�metros. "Como o objetivo � usar os adesivos em humanos, s�o necess�rios ensaios pr�-cl�nicos, in-vitro e in-vivo, para saber se as microagulhas s�o capazes de entregar as subst�ncias que est�o dentro delas e se causam algum efeito adverso, como irrita��o ou inflama��o na pele", esclarece L�dia Andrade. Os testes utilizam c�lulas de pele humana, de f�gado de camundongo e de rins de macaco, todas de linhagem comercial, obtidas em banco internacional.
"Um dos testes, in vitro, � o de citotoxidade, em que a gente exp�e um grupo de c�lulas �s microagulhas e avalia se elas estar�o vi�veis ou v�o parar de crescer", detalha a pesquisadora. "Em uma outra experi�ncia, in vivo, n�s avaliamos se a pele do camundongo fica irritada, se vai haver inflama��o no local ou n�o, se apresenta altera��o morfol�gica em decorr�ncia da aplica��o da microagulha", complementa. Por fim, s�o avaliados fragmentos de f�gado e rim para verificar a ocorr�ncia de algum problema sist�mico. Tamb�m s�o feitos testes bioqu�micos com amostras de sangue para avaliar as fun��es renal e hep�tica dos animais.
Resultados
De acordo com L�dia Andrade, os estudos iniciais s�o animadores. "Na microscopia de fluoresc�ncia, por exemplo, conseguimos ver que as microagulhas foram capazes de liberar muito rapidamente, em aproximadamente uma hora, todo o conte�do que carregavam", comemora. "Vimos tamb�m que a pele animal n�o fica irritada, apontando que n�o existe toxicidade capaz de provocar rea��es adversas", afirma. Os testes, alguns utilizando a plataforma de citometria de fluxo, ainda v�o caminhar pelo menos at� 2025. Mas pelo que se verificou at� agora, o fato de a avalia��o da fun��o hep�tica n�o mostrar altera��o significativa sugere que o m�todo proposto para imuniza��o � promissor.
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As microagulhas est�o sendo desenvolvidas pela Microneeds com uma rede de cientistas parceiros de diferentes universidades brasileiras al�m da UFMG: UFABC, InCor, USP e UFES. Al�m do modelo para vacinas, a startup cria prot�tipos para aplica��es ainda em est�gio pr�-cl�nico tais como imunoterapias e indu��o de modelos experimentais de alergia.
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