Mulher com a m�o no pulso
A miastenia gravis � uma doen�a rara que atinge at� 65 em cada 100 mil indiv�duos, de acordo com a Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS). "Estamos falando de uma condi��o autoimune cr�nica, que afeta a comunica��o dos nervos com os m�sculos, levando a fraqueza e fadiga muscular, principalmente no final do dia", explica a m�dica neurologista da Cl�nica Ara�jo & Fazzito, Mirella Fazzito.
Segundo a especialista, a doen�a pode afetar os m�sculos da face, oculares e tamb�m a musculatura proximal dos membros superiores e/ou inferiores. Na crise miast�nica, que geralmente � uma emerg�ncia m�dica, pode ocorrer o comprometimento da musculatura respirat�ria. Os sintomas variam tanto na localiza��o quanto na intensidade entre cada paciente.
A condi��o pode ser cong�nita ou adquirida. A adquirida � classificada como autoimune, pois o pr�prio sistema imunol�gico produz anticorpos que atacam a jun��o dos nervos com a musculatura (jun��o neuromuscular).
Sintomas
Os sintomas variam entre os pacientes, mas, conforme Mirella, os mais comuns s�o: fraqueza muscular, fadiga em excesso durante atividades f�sicas, queda da p�lpebra, vis�o dupla, dificuldade para engolir, falar e mastigar, altera��o na voz, dificuldade em levantar e segurar objetos pesados e subir escadas, entre outros. E, em casos mais graves, pode causar dificuldade na respira��o.
"� muito comum que a miastenia seja confundida com outras doen�as neurol�gicas e isso torna o diagn�stico mais desafiador", pontua a neurologista.
"O m�dico deve realizar uma avalia��o cl�nica detalhada, baseada nos relatos do paciente sobre seus sintomas e hist�rico m�dico, um exame neurol�gico e tamb�m alguns testes como, por exemplo, o teste do gelo - colocar gelo na regi�o afetada (p�lpebra) para ver se h� melhora tempor�ria do sintoma. Al�m disso, exames complementares devem ser solicitados", esclarece a especialista.
Tratamento
Por ser uma doen�a cr�nica autoimune, a miastenia gravis n�o tem cura, mas o tratamento ajuda a controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente. "Geralmente, esse controle acontece com uma abordagem multidisciplinar, com neurologista, oftalmologista, fisioterapia, entre outros profissionais, variando entre cada caso", explica Mirella.
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Al�m disso, a especialista comenta que medicamentos imunossupressores, anticorpos monoclonais e corticosteroides podem ser prescritos para suprimir a resposta autoimune e reduzir os sintomas. "Outros medicamentos usados nesses casos s�o aqueles que aumentam a disponibilidade de acetilcolina, subst�ncia envolvida na transmiss�o nervosa, ajudando a melhorar a comunica��o entre nervos e m�sculos", completa.
J� nas crises miast�nicas pode ser feita a terapia com plasmaf�rese ou imunoglobulina intravenosa. O objetivo � remover ou neutralizar os anticorpos prejudiciais presentes no organismo. "Em alguns pacientes, a retirada cir�rgica da gl�ndula timo pode ser considerada e deve ser discutida com seu m�dico. O importante � ressaltar que o prop�sito do tratamento � manter a doen�a sob controle e o paciente com qualidade de vida", finaliza.
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