parada do orgulho gay
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A segunda etapa do estudo aprofunda o que foi pesquisado na primeira fase, disse nesta quinta-feira (27) Jaqueline Gomes de Jesus � Ag�ncia Brasil. Para a professora, a nova pesquisa dar� “precis�o gigantesca” �s demandas em sa�de e � interven��o em n�vel de pol�ticas p�blicas.
O question�rio, que inclui quest�es sobre sa�de mental, focadas em ansiedade, depress�o, estresse p�s-traum�tico, autoestima, 'suicidalidade' e apoio social, demora cerca de 15 minutos para ser respondido.
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“Esse tempo � necess�rio para termos uma avalia��o aprofundada, n�o s� um relat�rio sobre bem-estar da popula��o LGBTI+." O question�rio, n�o busca apenas dados, mas presta v�rios servi�os, disse Jaqueline. H�, por exemplo, uma lista de entidades que a pessoa pode procurar se achar necess�rio. ”Se ela tiver alguma indica��o de risco de suic�dio, pode responder a um documento que a gente chama planejamento de seguran�a, autoinstrucional. A pessoa vai avaliar a sua rede de apoio, contatos, com quem ela pode contar, para diminuir os riscos ligados ao suic�dio.” Essa orienta��o n�o faz parte do question�rio. � uma presta��o de servi�o, acrescentou a professora.
Aplicabilidade
Dados globais de diferentes estudos mostram que cerca de 52% dos jovens LGBTI+ j� se automutilaram, contra 35% de jovens cis h�teros; pessoas trans apresentam taxas mais altas de problemas de sa�de mental do que pessoas cisg�neras LGB; 44% das pessoas LGBTI+ pensaram em suic�dio, contra 26% de cis h�teros; 92% dos jovens trans tiveram pensamentos suicidas e 84% se automutilaram. Quanto �s tentativas de suic�dio, os n�meros revelam que o percentual � de 5% entre l�sbicas; mulheres bissexuais (7%); mulheres l�sbicas ou bissexuais com defici�ncia (10%); (11%); homens bissexuais (16%); pessoas n�o bin�rias (36 a 38%); mulheres trans e travestis (42%); homens trans e pessoas trans masculinas (46%) e popula��o em geral (1,2%).
gaysCom base nos dados globais, Jaqueline de Jesus disse que ser� poss�vel verificar a aplicabilidade de tais informa��es que j� vieram de outros estudos no Brasil. “A gente vai ter dados que n�o existem ainda, com foco no Brasil. Um estudo desse tipo nunca foi feito no pa�s”. As informa��es ser�o coletadas em 2024 e os resultados devem ser obtidos a partir de 2025. De acordo com a professora, as conclus�es poder�o ser usadas na elabora��o de pol�ticas p�blicas que atendam a essa parcela da popula��o, que sejam baseadas em dados oriundos de pesquisas. A pesquisa cient�fica � necess�ria para o desenvolvimento de pol�ticas p�blicas voltadas para tratamentos em sa�de mental baseados em evid�ncias, acrescentou.
Segundo Jaqueline, al�m da coleta de dados, haver� abordagens de grupos focais. “Com isso, a gente consegue precisar, em cada pa�s, no caso, o Brasil, que tipo de cuidado � mais importante em termos de foco em ansiedade ou depress�o para cada grupo, por exemplo”. Essa abordagem permitir� determinar cientificamente o tipo de interven��o necess�ria, tornar� poss�vel definir o tratamento que funciona melhor para cada pessoa, de acordo com seu grupo, ou regi�o, por exemplo, porque tem uma quest�o cultural envolvida. Isso significa que o que pode funcionar no Brasil pode n�o funcionar em outro pa�s: “depende de quest�es culturais tamb�m”.
Viol�ncia
O Observat�rio de Mortes e Viol�ncias contra LGBTI+ revela que, no ano passado, o Brasil registrou 273 mortes violentas de pessoas desse grupo. A Rede Nacional de Pessoas Trans (Rede Trans) registrou 100 assassinatos de indiv�duos desse grupo em 2022, em todo o pa�s, al�m de 15 suic�dios e de tr�s v�timas letais da aplica��o clandestina de silicone industrial. De acordo com a Rede Trans, 97,3% das v�timas eram mulheres trans ou travestis; 77,8% eram pessoas negras; 43,7% tinham entre 26 e 35 anos; 43% residiam na Regi�o Nordeste e metade das v�timas eram profissionais do sexo.
No per�odo de 2017 a 2022, levantamento da Associa��o Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) informa que 912 pessoas trans foram mortas no Brasil, viol�ncia acaba afetando a sa�de mental das pessoas LGBTI+.
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