Segundo o INCA, em 2023 ser�o diagnosticados no Brasil 11.490 novos casos de tumores no sistema nervoso central
O c�ncer no sistema nervoso central equivale a at� 1,8% todos os tipos de tumores malignos do mundo. Desse total, 88% se localizam no c�rebro. No Congresso da Sociedade Americana de Oncologia Cl�nica (ASCO, em ingl�s), uma nova terapia para um tipo de tumor cerebral, os gliomas de baixo grau, entusiasmou especialistas do mundo inteiro.
A oncologista, que � doutora em Ci�ncias M�dicas pelo ID'Or, explica que h� tempos n�o surgiam novas terapias para os gliomas. Esse e outros tratamentos que dever�o aparecer resultam em muito da atualiza��o da classifica��o dos tumores do sistema nervoso central, feita em 2021 pela OMS.
O trabalho revisitou a classifica��o que, em 2016, provocou uma ruptura no m�todo tradicional do diagn�stico calcado nas caracter�sticas morfol�gicas dos tumores. A partir desta deste ano, a OMS adicionou o perfil molecular dos n�dulos para realizar a classifica��o. O ingresso na era molecular permitiu a descoberta de altera��es gen�ticas associadas aos tumores do sistema nervoso central.
Leia: Parasita de 200 milh�es de anos � descoberto por cientistas
"Agora refinamos o diagn�stico, porque aprendemos a olhar o DNA do tumor e fazer sua classifica��o", afirma Clarissa Baldotto. "Antigamente, trat�vamos os tumores como se fossem uma coisa s�", esclarece. Entre os tratamentos em fase de testes est�o imunoterapias e uma vacina terap�utica para o glioblastoma, que teve resultados positivos nos estudo cl�nico fase 2. "Mas tudo isso resulta da evolu��o do diagn�stico", complementa.
C�ncer de c�rebro
Segundo dados do Instituto Nacional do C�ncer (INCA), os tumores no sistema nervoso central est�o entre os 11 tipos de c�ncer mais comuns no Brasil, sem contar o c�ncer de pele n�o melanoma. O instituto estima que este ano ser�o diagnosticados no Brasil 11.490 novos casos desses tumores (6.110 em homens e 5.380 em mulheres).
O c�ncer no c�rebro � uma doen�a silenciosa. Na maioria dos casos � descoberto quando a pessoa come�a a ter dor de cabe�a constante, desmaios ou convuls�es. O acesso mais f�cil � resson�ncia magn�tica agilizou o diagn�stico. "Antes, as pessoas passavam por v�rios m�dicos at� descobrir a doen�a", conta Clarissa Baldotto. N�o h� preven��o ou indica��o para rastreamento, exceto para pessoas que passaram por radioterapia na inf�ncia ou t�m algumas s�ndromes raras.
Os tumores de c�rebro se dividem em prim�rios e secund�rios. Os tumores prim�rios se originam nas c�lulas localizadas no c�rebro ou pr�ximo a ele. Podem ser benignos ou malignos. Os tumores secund�rios s�o met�stases de tumores que surgiram em outros �rg�os e alcan�aram o c�rebro. S�o sempre malignos.
Os gliomas s�o um grupo de tumores prim�rios que t�m origem nas c�lulas gliais e representam 80% dos tumores malignos do sistema nervoso central. Eles se dividem em gliomas de alto e baixo grau de malignidade.
O primeiro � bastante agressivo, evolui de forma r�pida e causa altas taxas de mortalidade. � mais comum na popula��o com 50 anos ou mais.
J� o segundo � de progress�o lenta e acomete pessoas de todas as idades. O paciente pode viver anos com tratamentos sequenciais que envolvem cirurgia, seguida de quimioterapia e radioterapia. O estudo apresentado no ASCO apresentou mais uma boa alternativa de tratamento para este tipo de tumor com altera��o molecular do gene IDH1 ou IDH 2.
*Para comentar, fa�a seu login ou assine