Decl�nio cognitivo � mais uma consequ�ncia direta das mudan�as clim�ticas que o mundo tem vivido
A exposi��o prolongada ao calor extremo pode causar danos � sa�de cognitiva dos idosos, em especial �queles que residem em bairros pobres, sem acesso � equipamentos de refrigera��o, como ar condicionado. � o que revela estudo publicado em agosto deste ano no Journal of Community Epidemiology and Health. O impacto de longos per�odos sob altas temperaturas foram diretamente associados ao decl�nio cognitivo dessa faixa da popula��o. O achado � mais um fator de preocupa��o pelas mudan�as clim�ticas que atingem todo o planeta.
"Quando as temperaturas externas s�o altas, a qualidade do sono, cr�tica para as fun��es saud�veis %u200B%u200Bdo sistema corporal e da estrutura cerebral, � afetada negativamente. O decl�nio cognitivo, ent�o, pode n�o se manifestar imediatamente, mas exposi��es repetidas ou prolongadas ao calor extremo podem ser prejudiciais, desencadeando uma s�rie de eventos no c�rebro, os quais podem esgotar a reserva cognitiva", destaca Tanne.
O especialista do Rambam, hospital refer�ncia em Israel, refor�a que "ainda s�o necess�rias mais pesquisas de modo que possamos compreender melhor os efeitos nocivos � sa�de da exposi��o ao calor intenso em longo prazo, mas que os achados at� aqui demonstram um sinal adicional de alerta � sa�de, com mais essa consequ�ncia direta das mudan�as clim�ticas que o mundo tem vivido".
Calor intenso no Brasil
Nessa semana, meteorologistas avisam que o Brasil deve bater recordes hist�ricos de temperatura m�xima, com term�metros em v�rias regi�es do Brasil alcan�ando e at� passando dos 40°C. Estados como Mato Grosso e Mato Grosso do Sul devem enfrentar um calor ainda mais intenso, com previs�es de 43°C e 45°C nos pr�ximos dias. O calor intenso � uma das consequ�ncias do aquecimento das �guas do Oceano Pac�fico, fen�meno chamado de El Ni�o, que tem ganhado cada vez mais for�a, mostrando j� no in�cio da primavera como os brasileiros enfrentar�o a esta��o mais quente do ano, a partir de dezembro.
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A ocorr�ncia de eventos extremos de temperatura no pa�s, inclusive, est� cada vez mais recorrente. Um estudo recente conduzido por pesquisadores do Instituto do Mar, da Universidade Federal de S�o Paulo (IMar/Unifesp), com o apoio da Funda��o de Amparo � Pesquisa do Estado de S�o Paulo (Fapesp), mostrou que toda a costa brasileira j� est� sofrendo algum impacto das mudan�as clim�ticas em rela��o � temperatura do ar, com os litorais das regi�es Sudeste e Sul sendo mais impactadas do que das regi�es Norte e Nordeste.
A pesquisa identificou que, nos litorais do Rio Grande do Sul, S�o Paulo e Esp�rito Santo, a frequ�ncia de ocorr�ncias di�rias de extremos m�ximos de temperatura e das ondas de calor, caracterizada por dias consecutivos de extremos m�ximos de temperatura, tem aumentado ao longo do tempo. Nos �ltimos 40 anos, a ocorr�ncia de eventos extremos de temperatura quase dobrou em SP (84%), dobrou no RS (100%) e quase triplicou no ES (188%). O n�mero de eventos por ano � vari�vel, dependendo de condi��es espec�ficas como pelos fen�menos La Ni�a e o El Ni�o, respons�vel pela onda de calor que o pa�s ter� nesta semana.
Para Ronaldo Christofoletti, professor do IMar/Unifesp e coordenador da pesquisa,"o aumento de ondas de calor e de frio tem v�rios impactos na sociedade em todo o mundo, que v�o desde o desconforto t�rmico at� o aumento de inc�ndios florestais, problemas de sa�de e da mortalidade de animais, plantas e dos seres humanos, especialmente, idosos e pessoas em situa��o de vulnerabilidade. Estudos recentes demonstram um aumento de quase 70% na mortalidade de idosos devido ao calor intenso, algo visto recentemente em pa�ses como Espanha, Canad� e Portugal", aponta o docente.
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