Atualmente, existe uma gama enorme de m�todos contraceptivos dispon�veis �s pessoas que t�m �tero.
S�o Paulo — Com o passar dos anos e, consequentemente, com as transforma��es na sociedade, o conceito de fam�lia sofreu algumas metamorfoses. Antes compostas por numerosa quantidade de filhos, tornaram-se cada vez menores e constru�das a partir de diferentes arranjos. A gama de contraceptivos disponibilizados pela medicina e as ind�strias farmac�uticas contribuem positivamente para o planejamento familiar. Entretanto, pesquisas apontam que a desinforma��o ainda � uma barreira para que a estrutura��o desejada seja bem-sucedida.
Segundo pesquisa realizada pela divis�o farmac�utica da multinacional alem� Bayer em parceria com a Federa��o Brasileira das associa��es de Ginecologia e Obstetr�cia (Febrasgo) e conduzida pelo instituto Ipec, 62% das mulheres que j� engravidaram no pa�s tiveram pelo menos uma gravidez n�o planejada .
A defici�ncia de informa��o sobre cada um dos m�todos e os mitos disseminados entre a popula��o s�o algumas das principais barreiras que, mesmo com op��es eficazes no mercado, impedem que as gesta��es n�o planejadas deixem de acontecer.
Eli Lakryc, ginecologista e vice-presidente m�dico da Divis�o Farmac�utica da Bayer no Brasil e na Am�rica Latina, explica que dos sete pilares de autocuidado fixados pela Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS), buscar informa��es sobre a sa�de � o primeiro.
Entendendo os m�todos
Atualmente, existe uma gama enorme de m�todos contraceptivos dispon�veis �s pessoas que t�m �tero . Mas, mais do que se informar sobre cada um deles, � de suma import�ncia consultar um especialista que dir� qual � o m�todo mais adequado, pois ele pode ser diferente a depender de cada caso.
A m�dica ginecologista Luciana Taliberti recebe diariamente em seu consult�rio mulheres que buscam inserir o contraceptivo na rotina e deixa claro a import�ncia de entender que cada caso tem as suas particularidades. A especialista explica que, para uma mulher que tem a pele acneica e os cabelos mais oleosos, a p�lula anticoncepcional pode ser o m�todo mais ben�fico, mas se a paciente tem problemas com a mem�ria e poder� esquecer de tomar a p�lula, essa, automaticamente, deixa de ser a melhor op��o.
"A gente tem a p�lula contraceptiva de uso cont�nuo, a p�lula anticoncepcional que tem pausa, possibilitando que a mulher escolha se quer ou n�o menstruar, al�m da camisinha. E eu refor�o que, para mim, a camisinha � um m�todo que deve ser utilizado paralelamente com qualquer outro contraceptivo", refor�a.
A especialista destaca que, apesar de a camisinha ter um �ndice de falha por depender do usu�rio coloc�-la da maneira certa, � imprescind�vel que seja usada para a preven��o de Infec��es Sexualmente Transmiss�veis (ISTs). "A gente v� na pesquisa o dado de que 82% dos entrevistados n�o utilizam a camisinha, e isso me aflige como m�dica que cuida da sa�de da mulher, pois isso � um grande risco para as ISTsw."
Os Dispositivos Intrauterinos (DIUs), m�todos de longa dura��o, s�o divididos em hormonais e n�o hormonais e altamente eficazes em caso de pacientes que, para al�m de n�o engravidar, desejam ter a liberdade de n�o menstruar. Tamb�m � indicado em casos de mulheres que t�m sangramentos uterinos anormais acompanhados de muitas c�licas, tendo a qualidade de vida afetada e podendo sofrer de anemia.
A inje��o anticoncepcional tamb�m � um m�todo contraceptivo muito utilizado que pode ser aplicado mensalmente ou trimestralmente, entretanto � considerado um m�todo de alta carga hormonal.
Mais seguran�a
Nos casos em que a gravidez realmente n�o faz parte do planejamento para o momento, os m�todos de longa dura��o s�o considerados os mais eficazes e os mais indicados. H�, hoje, tr�s m�todos de longa a��o: o implante e os DIUs, que podem ser de cobre ou do tipo hormonal .
O implante � uma esp�cie de bast�o pl�stico subd�rmico, que � inserido por um m�dico debaixo da pele do bra�o da paciente. Ele libera horm�nios, que atuam no organismo como um todo e impedem a ovula��o, garantindo a contracep��o por at� tr�s anos. � importante ressaltar que o implante contraceptivo nada tem a ver com o implante para fins est�ticos, conhecido como chip da beleza — apesar da confus�o comumente vista na internet, esse n�o � um m�todo contraceptivo.
O DIU de cobre � uma estrutura em forma de "T" com fios de cobre. Alocado dentro do �tero, o dispositivo causa uma resposta inflamat�ria com fun��o contraceptiva e libera �ons de cobre que s�o t�xicos aos espermatozoides, com contracep��o por at� 10 anos. Essa op��o � altamente eficaz, mas acumula frequentes queixas, por parte das pacientes, de aumento do fluxo menstrual.
No caso do DIU hormonal, existem hoje dois tipos, o mirena e o kyleena. O mirena acumula mais horm�nios e h� 97% de chances de a paciente entrar em amenorreia, ou seja, parar de menstruar. O kyleena tem menos horm�nio, mas 50% das pacientes ainda menstruam mesmo utilizando o contraceptivo.
N�o existe uma idade m�nima para que o DIU seja colocado. Alguns profissionais fazem a coloca��o em pacientes que ainda n�o tiveram rela��o sexual, por exemplo, nos quadros em que o per�odo menstrual gera dor, desconforto e risco de anemia. Contudo, existem profissionais que fazem a coloca��o apenas em pacientes que t�m vida sexual ativa.
Esquecimento
A estudante de educa��o f�sica Brenda Caetano, 21 anos, n�o pretendia ter filhos, mas sabia que, caso mudasse de ideia, recorreria � ado��o. Brenda, com o aux�lio de uma ginecologista, optou por utilizar a inje��o anticoncepcional mensal como m�todo contraceptivo e, ap�s iniciar um relacionamento s�rio, decidiu, com o companheiro, que n�o utilizaria mais preservativo durante as rela��es sexuais.
Em setembro do ano passado, a estudante acabou esquecendo de tomar a dose mensal e, quando lembrou, um m�s depois, fez uso imediatamente. O que ela n�o sabia � que o esquecimento de apenas uma dose havia sido suficiente para que a gravidez n�o planejada acontecesse.
Brenda come�ou a se sentir mal, foram v�rias idas ao hospital, investiga��o de endometriose e exames ginecol�gicos, mas somente ap�s uma ultrassom intravaginal a gesta��o, de 8 semanas e 3 dias, foi descoberta.
A estudante se preveniu com as inje��es por tr�s anos e na �nica vez que esqueceu de tom�-la, teve o planejamento desfeito. Ela n�o se arrepende de ter tido Lucca, de 2 meses, mas o caso de Brenda serve de alerta. Se tivesse optado por um m�todo de longa dura��o como o DIU, que tem �ndice de falha de apenas 0,1%, junto � camisinha, certamente a gravidez n�o teria acontecido.
P�lulas de emerg�ncia
A pesquisa realizada pelo Ipec aponta que 33% das mulheres entrevistadas que fazem uso da p�lula anticoncepcional precisaram utilizar a p�lula do dia seguinte em algum momento, por terem esquecido de seguir o contraceptivo di�rio. Nesses casos, os m�todos de longa dura��o evitariam a ingest�o indiscriminada. “As p�lulas do dia seguinte possuem 1,5mg do horm�nio levonorgestrel, quantidade bastante alta quando comparada a outros m�todos contraceptivos. Para efeitos de compara��o, uma �nica dose equivale a meia cartela da p�lula anticoncepcional padr�o. Por isso, o uso indiscriminado causa efeitos colaterais consider�veis no organismo, como n�useas, sangramentos fora do per�odo menstrual, dores abdominais, cansa�o excessivo, dores de cabe�a, sensibilidade nas mamas e vertigens”, afirma o ginecologista Eli Lakryc.
Os principais m�todos anticoncepcionais
Anticoncepcionais n�o hormonais
S�o aqueles em que a contracep��o n�o utiliza horm�nio. Dividem-se em tr�s tipos:
Muito eficientes, eficientes e pouco eficientes.
Muito Eficientes
•DIU: �ndice de falha de 0,1%
•Vasectomia e laqueadura:
�ndice de falha de 1%
•Abstin�ncia sexual: �ndice de
falha de 0%
Eficientes
•Camisinha
•Diafragma
•Camisinha feminina
•Todos t�m �ndice de falha
de 8% a 20%
Pouco eficientes
•Espermaticida: �ndice de falha
de 20%
•M�todo do muco cervical:
�ndice de falha de 10% a 20%
•Tabelinha: �ndice de falha de
10% a 20%
•Coito interrompido: �ndice de
falha 15% a 20%
Anticoncepcionais Hormonais
S�o aqueles em que a preven��o da gravidez � controlada por horm�nios.
Divide-se em muito eficientes e eficientes.
Muito eficientes
•P�lula
•Inje��o anticoncepcional
•Sistema intraturino liberador de
levonorgestrel (DIU Hormonal)
•Implante
•Anel vaginal
•Adesivo anticoncepcional
•Todos t�m �ndice de falha de
0,1%
Eficientes
•P�lula do dia seguinte: �ndice
de falha � de 5% a 20%
*Estagi�ria sob a supervis�o de Sibele Negromonte
*A estagi�ria viajou a convite da Bayer
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