cartela de pílula anticoncepcional

P�lula anticoncepcional inibe a ovula��o e torna o muco cervical espesso, dificultando a passagem dos espermatozoides e evitando, assim, a fecunda��o

Gabriela Sanda/Pixabay
Os m�todos anticoncepcionais s�o importantes para as mulheres por diversas raz�es: primeiro, porque eles permitem que elas possam ter controle sobre suas vidas reprodutivas, decidindo quando e se querem ter filhos. Al�m disso, ajudam a prevenir a gravidez indesejada, impactando significativamente na sa�de f�sica e emocional. "Existem muitos m�todos anticoncepcionais e n�o � poss�vel apontar qual o melhor, pois isso varia muito de mulher para mulher", afirma a m�dica ginecologista Ana Gabriela Puel, membro da Associa��o Mulher, Ci�ncia e Reprodu��o Humana do Brasil (AMCR).

E para que a mulher fa�a uma boa escolha, a ginecologista destaca que ela precisa conhecer os efeitos colaterais, as formas de apresenta��es e as contraindica��es. Por isso, a m�dica detalha as formas mais conhecidas para evitar uma gravidez e como eles funcionam.  

P�lula

A p�lula anticoncepcional inibe a ovula��o e torna o muco cervical espesso, dificultando a passagem dos espermatozoides e evitando, assim, a fecunda��o. Ela � tomada de forma cont�nua (inibindo assim a menstrua��o) ou com pausa (com menstrua��o). Muitas mulheres optam por ela, por ser um m�todo seguro e de f�cil acesso.
Por�m, a m�dica lembra que a efic�cia das p�lulas est� relacionada diretamente � forma de administra��o. "Por isso, ela � ideal para mulheres disciplinadas, que nunca esquecem de tomar a medica��o", avisa Ana Gabriela. Conforme ela, a p�lula melhora os sintomas da TPM e a c�lica, mas pode provocar alguns efeitos colaterais, como enjoo, dor de cabe�a, incha�o e altera��o do humor.

Contracep��o injet�vel

Trata-se de um m�todo contraceptivo que tem em sua f�rmula a combina��o de progestag�nio com estrog�nio ou progestag�nio isolado. A inje��o pode ser mensal ou trimestral, e deve ser aplicada na regi�o gl�tea.

Para os anticoncepcionais mensais, as vantagens e desvantagens s�o as mesmas da p�lula anticoncepcional convencional. J� para os trimestrais, existe a vantagem de serem aplicados a cada tr�s meses, mas podem alterar o padr�o da menstrua��o no in�cio do tratamento: "Al�m disso, caso a mulher deseje parar o m�todo, vale ressaltar que a capacidade de engravidar pode demorar a retornar, chegando a cerca de nove meses ap�s a �ltima inje��o".

Anel vaginal

O anel vaginal � um m�todo de contracep��o com efic�cia superior a 99%. De silicone flex�vel com apenas cinco cent�metros, ele tem em sua composi��o horm�nios comuns ao organismo feminino, sendo eles o progestag�nio e o estrog�nio.
 
Conforme a ginecologista destaca, o item tem baixa dose hormonal. "Enquanto a p�lula anticoncepcional pode liberar at� 50mcg ao dia, o anel vaginal libera cerca de 15mcg. Isso reduz significativamente os efeitos colaterais, al�m de a sua absor��o se dar por um mecanismo diferente, podendo ser utilizada em pacientes que tenham algum dist�rbio de absor��o intestinal, como as pacientes p�s bari�trica". 


Adesivo transd�rmico

O adesivo anticoncepcional, tamb�m chamado de patch, � um material aderente que deve ser colado na pele da mulher e permanecer na mesma posi��o por uma semana. Esse m�todo tem em sua f�rmula a combina��o de dois horm�nios, o progestag�nio e o estrog�nio, que s�o liberados na circula��o de forma cont�nua por sete dias: "Ap�s as tr�s semanas de uso, � necess�rio fazer uma semana de pausa e trocar o adesivo de lugar", alerta a m�dica.

 
DIU

H� dois tipos de DIU: com e sem horm�nio. Ambos impedem a fecunda��o, isto �, inviabilizam o encontro do �vulo com o espermatozoide, e a forma��o do zigoto. "Hoje, o Mirena e o Kyleena (hormonais) duram at� 5 anos e ajudam no controle de sangramentos vaginais e na reposi��o hormonal. O segundo � menor, por isso, � menos desconfort�vel na introdu��o. Outra diferen�a entre eles � a libera��o de horm�nios; a do Kyleena � menor", informa a m�dica.
 
J�  a vers�o n�o hormonal do DIU - de cobre e de prata com cobre - impedem a fecunda��o ao alterar a secre��o uterina, sem impedir a ovula��o. "Eles fazem isso por meio de a��o i�nica. � ela que torna o �tero um ambiente hostil para o espermatozoide", explica Ana Gabriela. O DIU n�o hormonal n�o interfere na libido feminina, n�o causa desconforto durante a rela��o sexual, mas pode aumentar o fluxo menstrual e c�licas. O tempo de validade varia de 3 a 10 anos, dependendo do material escolhido.

duas camisinhas dentro de uma embalagem vermelha

M�dica ginecologista alerta que o �ndice de falha da camisinha � alto: de 1% a 18%

Anqa from Pixabay


Preservativo masculino

� um contraceptivo utilizado no p�nis, para recolher o esperma, impedindo-o de entrar no corpo da mulher. Al�m de prevenir uma gravidez indesejada, previne tamb�m contra infec��es sexualmente transmiss�veis (ISTs). "Mas vale ressaltar que o �ndice de falha � alto - de 1% a 18%”, lembra a ginecologista.

Preservativo feminino

� inserido na vagina antes da penetra��o do p�nis, para impedir a entrada do esperma no �tero. O preservativo � pr�-lubrificado com silicone, por�m, outros lubrificantes, � base de �gua, podem ser usados para reduzir o desconforto e o ru�do que o preservativo feminino pode causar. Este m�todo contraceptivo tamb�m reduz o risco de contrair infec��es sexualmente transmiss�veis (ISTs). O �ndice de falha tamb�m � alto e gira em torno de 5% a 21%. 

Mitos e verdades

O médico Carlos Alberto Politano, da Comissão Nacional Especializada em Anticoncepção da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo )

O m�dico Carlos Alberto Politano, da Comiss�o Nacional Especializada em Anticoncep��o da Febrasgo, assegura que quando troca de p�lula n�o existe risco de engravidar

Arquivo Pessoal
A p�lula engorda? Altera o humor? � preciso trocar de marca? Se esquecer de tomar o risco de engravidar aumenta? Milh�es de mulheres utilizam diariamente a p�lula anticoncepcional e, mesmo com os benef�cios, � fundamental buscar informa��o e saber o  que � mito e verdade sobre o contraceptivo para que possam us�-la de forma consciente e segura. 
 
O m�dico Carlos Alberto Politano, da Comiss�o Nacional Especializada em Anticoncep��o da Federa��o Brasileira das Associa��es de Ginecologia e Obstetr�cia (Febrasgo), p�e fim �s d�vidas mais comuns. Confira:

1 - A p�lula engorda?

N�o. Algumas pacientes t�m uma reten��o de �gua, dependendo do contraceptivo que vai tomar. E, claro, se isso ocorre e ela sobe na balan�a, fica a sensa��o de que acabou engordando. Mas, na verdade, n�o � um efeito de aumento de massa, mas apenas pela reten��o de �gua que d� esse aumento do peso.

2 - Outros medicamentos interferem na efic�cia da p�lula?

Se a pessoa est� usando uma p�luta tradicional, ingerida por boca, essas p�lulas v�o ser metabolizadas no f�gado, ent�o, existe alguns f�rmacos que interferem na metaboliza��o do anticoncepcional e podem diminuir a efic�cia. Existem alguns poucos antibi�ticos, rem�dios mais usados por neurologistas, ent�o, toda vez que estiver usando um f�rmaco, um medicamento, � importante entrar em contato com seu m�dico para saber se h� interfer�ncia na efetividade do seu anticoncepcional e avaliar. Mas s�o pontuais.
 

3 - A p�lula perde o efeito com o tempo?

N�o. Ela n�o perde o efeito com o passar dos anos de uso. Ela faz um bloqueio ovariano, mas n�o perde o efeito.

4 - Qualquer mulher pode usar p�lula?

A priori a maioria das mulheres podem usar p�lulas. Mas h� pessoas com alguma contraindica��o. Exemplo: quem tem enxaqueca n�o pode usar p�lula que tenha estogeno-progest�geno, ela tem de usar um m�todo que s� tenha progest�geno; se ela tem a chamada s�ndrome do ov�rio polic�stico, existe p�lula especiais para esse caso. Em linhas gerais, toda mulher pode usar p�lula, a n�o ser aquelas que t�m contraindica��o formal, que s�o poucas. Ela ter� uma hist�ria cl�nica detalhada e vai se acertando no que se refere a composi��o para a melhor escolha do contraceptivo.

5 - Quando troca de p�lula existe risco de engravidar?

N�o. Existe, sim, erro na utiliza��o da p�lula quando troca a p�lua anticoncepcional. Em se trocando com quatro dias de intervalo de uma p�lula para outra n�o existe risco de engravidar.

6 - A p�lula pode causar infertilidade?

Jamais, se usada adequadamente com crit�rios m�dicos. O que ocorre na natureza da mulher � o seguinte, ela come�a a manter atividade sexual, opta pela p�lula e, depois, sei l�, de 10 anos, passou namoro, noivado, se casou e pretende ter filhos. E a primeira coisa que ela pensa � que o uso prolongado da p�lula vai interferir na gesta��o. De forma nenhuma. A p�lula deixa o ciclo menstrual e a fertilidade igualzinhos ao que era antes de us�-la. �s vezes, o marido vai fazer um espermograma, ele d� alterado e esse pode ser o fator masculino na causa da esterelidade dela. Jamais pelo uso da p�lula anticoncepcional. 

7-  O anticoncepcional provoca trombose?
 
Pegunta complexa de responder, mas falando genericamente, primeiro, os anticoncepcionais s� com progest�geno n�o d�o nenhuma mudan�a na taxa de trombose. Os outros anticoncepcionais mais convencionais, que t�m estr�geno e progest�geno aumentam sim, n�o � um aumento importante, e vai depender da composi��o do progest�geno com estr�geno. Algumas p�lulas s�o mais ou menos trombog�nicas.

8 - � preciso trocar de p�lula de tempos em tempos?
 
N�o. Depois que se parou de utilizar p�lulas anticoncepcionais de alta dosagem e usar aquelas que t�m 30 microgramas, apesar de ter p�lula com 20, 15, temos a rotina de quando uma pessoa usa uma contracep��o, sem nenhuma outra intecorr�ncia cl�nica que justique uma p�lula especial, indica para a paciente que se estiver bem com a p�lula que est� usando, que permane�a, n�o mude. �s vezes, ao trocar por uma p�lula teoricamente mais moderna, teoricamente de menor dosagem, conceitualmente melhor e a paciente passa ter efeito colateral. Ent�o, usando uma p�lula que tenha menos de 30 migrogramas n�o se deve fazer a troca de tempos em tempos.

9 - A p�lula intefere na libido, com o desejo sexual?
 
Essa rela��o � dif�cil de ser analisada. H� pacientes, inclusive, que ao passar a usar a p�lula, pela seguran�a do m�todo, melhora e tem maior o desejo sexual, antes um pouco reprimido pela inseguran�a de usar um m�todo n�o eficaz. � muito vari�vel, tem de ser analisado com muito cuidado, ter uma hist�ria cl�nica criteriosa para que n�o se jogue a responsabilidade na p�lula anticoncepcional. 

10 - A p�lula altera o humor?
 
Algumas pacientes, principalmente se t�m antecendentes positivos para depress�o, podem aumentar o risco de um diangn�stico de depress�o. Mas, normalmente, existe uma varia��o de humor e ele tem rela��o direta com a composi��o de cada contraceptivo. Mas o uso do contraceptivo oral n�o tem nenhuma piora da sintomatologia. De maneira geral, a p�lula n�o altera no humor.