Tratamento osteoporose em homem

Em homens, a incid�ncia da osteoporose costuma ser menor que em mulheres

Valter Campanato/Ag�ncia Brasil

Muitas pessoas convivem durante anos com doen�as que nem sabem ter. Como os sintomas demoram a aparecer, o diagn�stico acaba sendo tardio, o que traz preju�zos para o tratamento. Essas s�o as chamadas doen�as silenciosas, que v�o evoluindo de forma impercept�vel, sem fazer barulho, mas, quando surgem, podem gerar s�rias complica��es. Exemplo disso � a osteoporose.

 

A osteoporose � uma doen�a caracterizada pela redu��o da massa �ssea e que atinge entre 10 milh�es e 15 milh�es de brasileiros, segundo estimativas do Minist�rio da Sa�de, com base em dados da Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS). Ela atinge principalmente mulheres ap�s a menopausa, em fun��o da queda nos n�veis do horm�nio feminino, o estrog�nio. No entanto, em homens pode trazer complica��es mais s�rias porque, em geral, eles tendem a descobrir a doen�a mais tarde, em est�gio mais avan�ado.

“O osso tem uma consist�ncia, de densidade, de dureza. Com o tempo ele vai perdendo isso e ficando fr�gil”, explicou Marco Antonio Rocha Loures, presidente da Sociedade Brasileira de Reumatologia. “Se voc� tem alguma doen�a inflamat�ria - como reum�tica, por exemplo - ou outra como diabetes ou asma, esses ossos v�o perdendo ainda mais c�lcio, ficando mais fr�geis. E alguns medicamentos tamb�m diminuem essa dureza do osso, como corticoides e anticoagulantes. Osteoporose � essa fragilidade �ssea que leva a uma fratura”.

Durante o Congresso Brasileiro de Reumatologia, que vai at� este s�bado (7) em Goi�nia (GO), Loures disse que em homens, a incid�ncia da osteoporose costuma ser menor que em mulheres. No entanto, destacou, homens tamb�m podem desenvolver a doen�a. E o agravante � que, em geral, o homem costuma demorar a buscar tratamento.

“O homem, de forma geral, � mais resistente [a procurar um m�dico]. A mulher, desde a adolesc�ncia, procura mais os servi�os m�dicos do que os homens. Mas, felizmente, isso est� mudando, a sociedade est� mudando”, destacou.

Um dos problemas em se buscar um m�dico mais tardiamente � o fato de que a doen�a vai evoluindo. Com isso, o tratamento pode ficar prejudicado. “Sempre fa�o essa compara��o entre uma vela e uma chama. Se � uma vela s�, voc� a apaga rapidinho. Mas se essa vela causa chama na sala, fica mais dif�cil de apagar. Se pegar fogo na casa toda, fica ainda mais dif�cil para apagar [a chama]. E isso causa ainda mais danos. Se voc� tem uma articula��o pequena, fica mais f�cil tratar.

Mas se voc� tiver duas ou tr�s articula��es [com problemas], vai ficando mais dif�cil”, exemplificou. “Quanto mais partes ou �rg�os do corpo [comprometidas], mais dif�cil � o tratamento”, acrescentou.

Para o presidente da Sociedade Brasileira de Reumatologia, por isso � importante que o diagn�stico seja feito precocemente. “Se uma mulher de 35 anos tem uma fratura, tem que pesquisar por que ela quebrou aquele osso, para saber se foi s� uma queda, um trauma ou se tem uma doen�a de base, que pode ser por falta de horm�nio feminino ou doen�a cr�nica associada”, afirmou.

O mesmo vale para os homens. “Se ele tiver uma fratura antes dos 70 anos, deve procurar um reumatologista, um endocrinologista ou mesmo um ortopedista para fazer uma densitometria �ssea. Tamb�m � preciso analisar se est� tomando medicamentos que levam � perda de osso como corticoides ou algum que produza a osteoporose. Se ele for fumante ou tomar muito �lcool seguidamente, tamb�m deve procurar um m�dico com anteced�ncia. Se tamb�m n�o faz exerc�cio, deve procurar um m�dico precocemente”, explicou.

Loures lembrou que o tratamento para a osteoporose est� dispon�vel a todas as pessoas por meio do Sistema �nico de Sa�de (SUS). E que as pessoas podem se prevenir contra a doen�a evitando o uso de cigarros, mantendo uma alimenta��o saud�vel e praticando atividade f�sica. “Temos hoje medidas n�o s� para tratar a doen�a, como para preveni-la. Se voc� n�o trata a doen�a, ela vai progredindo. E mesmo as vezes tratando, ela pode progredir, mas em intensidade menor. Se voc� n�o tratar, ela progride muito mais, levando a fraturas e consequ�ncias desagrad�veis”.

 

*A rep�rter viajou a convite da Sociedade Brasileira de Reumatologia.