Celulite: tratamento eficaz pede abordagem individual e uni�o de t�cnicas

N�o h� um �nico tratamento para celulite de todas as mulheres. Essa � a conclus�o de um estudo publicado no come�o de abril no peri�dico Dermatologic Surgery. O trabalho discutiu as op��es atuais de tratamento da celulite e o manejo cl�nico eficaz. "O estudo evidenciou que os m�dicos precisar�o adaptar sua abordagem �s necessidades de cada paciente, oferecendo um tratamento altamente personalizado, uma vez que esses m�todos multimodais provavelmente tratam os v�rios fatores subjacentes � apar�ncia da celulite", explica a m�dica especialista em cosmetologia pelo Instituto BWS e refer�ncia em tratamentos corporais, Cl�udia Merlo. "Por isso, � de fundamental import�ncia que o m�dico atue n�o s� no tratamento no diagn�stico, mas na indica��o e manejo das t�cnicas", acrescenta a especialista.

Segundo o estudo, os dados cl�nicos dispon�veis at� agora sugerem que melhorias duradouras na apar�ncia da celulite s�o mais prov�veis de ocorrer por meio de interven��es que visam mecanicamente, cirurgicamente ou enzimaticamente os septos fibrosos ricos em col�geno nas covinhas da celulite. Os autores defendem que interven��es avan�adas para o tratamento da celulite - como subcis�o, radiofrequ�ncia e bioestimuladores injet�veis - est�o sendo gradualmente estabelecidas, com evid�ncias acumuladas mostrando efic�cia, satisfa��o do paciente e resultados potencialmente duradouros.

A m�dica explica que a fisiopatologia da celulite envolve o ac�mulo de gordura localizada e toxinas na regi�o, quest�es anat�micas para maior facilidade do rompimento das conex�es fibrosas, flacidez e dificuldade de circula��o. O diagn�stico m�dico � importante para indicar um plano de tratamento que compreenda uma atua��o em todas as camadas. "O pr�prio descompasso na composi��o corporal, com baixa quantidade de massa magra, pode favorecer o aparecimento de celulite, inclusive em pacientes mais magrinhas", explica a m�dica. "Nesses casos, podemos tamb�m fortalecer o m�sculo no consult�rio", destaca.

Leia: Morte durante procedimento refor�a a necessidade de regulamentar a pr�tica

O trabalho analisou um estudo feito com uma t�cnica conhecida como Emtone, um tratamento n�o invasivo com energia de radiofrequ�ncia monopolar simult�nea e energia de press�o direcionada. No estudo, 30 mulheres que receberam quatro tratamentos (uma vez por semana durante quatro semanas) para celulite na regi�o gl�teo-femoral foram avaliadas tr�s meses depois do tratamento. "A melhora observada foi compar�vel aos resultados relatados ap�s seis a 20 sess�es de outras t�cnicas como radiofrequ�ncia e laser, o que significa que o Emtone acelerou os resultados", explica a especialista.

"A radiofrequ�ncia do Emtone vai agir nas cinco causas da celulite. Primeiro, na redu��o da gordura; segundo, na a��o no septo de col�geno, diminuindo as travinhas da celulite; terceiro, pela sua fun��o na pele, na derme, estimulando col�geno e deixando uma pele mais estruturada, mais firme, n�o t�o fl�cida; quarto pelo benef�cio na circula��o, ao descomprimir os tecidos e melhorar a reten��o de l�quido da paciente; e, por fim, h� um recolhimento de metab�litos e lixos org�nicos que podem ficar em um tecido que est� congestionado e inflamado pela celulite", explica Cl�udia Merlo. O procedimento � realizado em um protocolo r�pido, no geral em quatro sess�es uma vez por semana, mas h� que casos que necessitam de combina��es com outras t�cnicas, segundo a m�dica.

A subcis�o � realizada com a aplica��o de uma agulha bisturizada, que � inserida sob a pele, ao n�vel da gordura subcut�nea, onde s�o cortados os septos fibrosos que ret�m a pele, permitindo a redistribui��o da gordura. "Isso leva a uma apar�ncia de pele mais lisa. Apesar de estudos mostrando melhora persistente, o sucesso dessa t�cnica depende de seu operador. A t�cnica tamb�m � indicada para casos em que n�o h� frouxid�o significativa de pele", diz a m�dica.

Os bioestimuladores tamb�m fizeram parte do estudo. A hidroxiapatita de c�lcio (CaHA), conhecida como Radiesse, segundo o estudo pode melhorar a apar�ncia da pele em casos onde h� flacidez, endurecimento da pele da regi�o e covinhas de celulite. "O bioestimulador de col�geno injet�vel � aplicado para estimular as c�lulas formadoras de col�geno (fibroblastos) a produzirem col�geno", diz a m�dica. O estudo afirma que a t�cnica trouxe melhores resultados em adultos com IMC abaixo da faixa de sobrepeso, que desejam tratar flacidez gl�tea e leves irregularidades d�rmicas; mas tamb�m pode ser usado para tratar algumas ondula��es e flacidez da pele para obter um resultado sutil e mais natural. "No caso de maiores ondula��es, podemos fazer uso de preenchedores de �cido hialur�nico, para dar volume �s �reas afundadas", acrescenta Cl�udia Merlo.

Para casos em que h� ac�mulo de gordura localizada, a m�dica indica as inje��es redutoras de gordura. "As inje��es redutoras de c�lulas de gordura promovem destrui��o da membrana da c�lula de gordura e consequentemente menor edema local ap�s resultado final. Quando h� a necessidade de maior massa muscular e redu��o de gordura, os tratamentos em consult�rio tamb�m podem ajudar", indica a especialista.

Para isso, o EmSculpt Neo, aparelho de body shaping n�o invasivo, � usado. "A tecnologia � a �nica a aliar o HIFEM (campo eletromagn�tico focalizado de alta intensidade), que estimula a musculatura, e a radiofrequ�ncia sincronizada, respons�vel por atuar na diminui��o das c�lulas de gordura. O resultado dessa uni�o de duas energias reflete na maior queima de gordura e maior crescimento muscular do que qualquer outro procedimento, tudo isso de maneira mais r�pida e menos custosa, com benef�cios para reorganiza��o dos tecidos e melhora da apar�ncia da pele", diz a m�dica.

Tamb�m cabe ao m�dico orientar o paciente sobre as mudan�as na dieta e estilo de vida, principalmente com a ado��o de atividade f�sica frequente. "Como o pr�prio estudo salientou, existe tratamento para a altera��o est�tica, mas � fundamental que o paciente tenha consci�ncia da import�ncia da mudan�a do estilo de vida, sen�o o resultado n�o ser� duradouro", recomenda a m�dica.