Imagem da primeira cirurgia coclear em paciente do SUS, realizada na Santa Casa BH

Imagem da primeira cirurgia coclear em paciente do SUS, realizada na Santa Casa BH

Marcus Coelho/ Santa Casa BH

Refer�ncia em sa�de auditiva por meio do Sistema �nico de Sa�de (SUS), em Minas Gerais,  a Santa Casa BH realizou o primeiro implante coclear - procedimento que coloca uma pr�tese no ouvido interno para tratar os casos de surdez e as perdas de audi��o mais graves.

''A audi��o � um dos principais est�mulos para o funcionamento cerebral, por isso � muito importante que os pacientes do SUS tenham acesso a esse tratamento'',

M�riam Cabral, chefe do servi�o de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabe�a e Pesco�o da Santa Casa BH

 

A cirurgia foi realizada na sexta-feira (20/10) e a paciente Evelyn Fernanda de Assis,  12 anos, que passou a fazer parte dos tratamentos oferecidos pelos Ambulat�rios Especializados Santa Casa BH.



A chefe do servi�o de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabe�a e Pesco�o da institui��o,  Mirian Cabral, foi a respons�vel pelo procedimento.  "O implante substitui a c�clea, uma estrutura que parece um caracol e que recebe a transmiss�o do som e dirige esse est�mulo para o nervo que vai para o c�rebro, permitindo assim que a pessoa escute e compreenda o que foi escutado. O dispositivo possui eletrodos que penetram em todo o canal da c�clea, ocupando o lugar das c�lulas defeituosas e cumprindo a sua fun��o", explicou a m�dica.


O implante foi indicado visto que Evelyn apresentava surdez total no ouvido direito. Do lado esquerdo, ela possui 40% da audi��o e continuar� usando o aparelho comum. A m�e da paciente, Eliane Pereira, contou que o problema da filha come�ou a dar sinais quando ela tinha quatro anos.

"Ela pedia para que fal�ssemos somente no seu ouvido esquerdo porque ouvia melhor. Fizemos os testes, mas ela respondia normalmente e depois de um tempo parou de reclamar. Aos nove anos, come�ou a se queixar de um zumbido e foi a� que percebemos que ela tinha perda de audi��o. Fomos ao posto de sa�de, depois a um especialista, fizemos os exames e chegamos � Santa Casa BH, onde ela iniciou o tratamento", relatou a m�e.


Equipe responsável pelo implante coclear na Santa Casa BH

Equipe respons�vel pelo implante coclear na Santa Casa BH

Marcus Coelho/ Santa Casa BH

Antes da cirurgia, Evelyn revelou sua expectativa. "Estou ansiosa e esperan�osa. Vai ser muito melhor poder escutar dos dois ouvidos", disse animada. De acordo com os exames m�dicos, n�o foi poss�vel identificar a causa da surdez gradativa, que n�o comprometeu o desenvolvimento da capacidade de falar de Evelyn.

Resultado


Em rela��o ao p�s-operat�rio, a m�dica que realizou o implante disse que s�o necess�rios 30 dias para que o implante coclear seja ativado. "A Evelyn passar� por um trabalho de fonoaudiologia e far� exames peri�dicos para monitorar o funcionamento do dispositivo, que pode ser programado de diversas maneiras diferentes. Nessa fase, o apoio da fam�lia � fundamental. Vale ressaltar, tamb�m, que o implante � para o resto da vida e que ela ser� acompanhada por v�rios anos pela Santa Casa BH", explicou.

Demanda por implante 


De acordo com a Sociedade Brasileira de Otologia (SBO), a cada mil crian�as que nascem no pa�s, cerca de tr�s a cinco possuem defici�ncia auditiva. Considerando toda a popula��o, a estimativa � de que, aproximadamente, 5,8 milh�es de brasileiros tenham algum grau de surdez.

O implante coclear � indicado para os casos mais graves e, segundo a Dra. Mirian, em Belo Horizonte, existe uma grande demanda para esse tipo de procedimento, por�m muitas pessoas n�o sabem que est�o aptas para realizar.

Infec��es


No Brasil, as infec��es ainda desempenham um papel importante nas causas de surdez, mas, especificamente nas crian�as, outros fatores de risco s�o a grande quantidade de rem�dios t�xicos que s�o consumidos e a icter�cia, por exemplo. "Beb�s que ficam mais de cinco dias na UTI tamb�m est�o mais propensos a serem afetados pela surdez. Pensando nisso, estamos desenvolvendo, aqui na Santa Casa BH, um projeto que ter� como meta avaliar a audi��o de todas as crian�as que receberem alta ap�s esse per�odo de cuidado intensivo", pontuou a m�dica.

Ela refor�a, ainda, a import�ncia da amplia��o do tratamento na institui��o - que j� tratou 1.600 pacientes com aparelhos externos, desde 2019 -, uma vez que muitas complica��es de sa�de est�o associadas � surdez. Nos idosos, ela pode estar ligada a desequil�brios, isolamento e depress�o e tamb�m j� existem pesquisas que mostram atraso de cogni��o dos adultos que n�o escutam.

"A audi��o � um dos principais est�mulos para o funcionamento cerebral, por isso � muito importante que os pacientes do SUS tenham acesso a esse tratamento. Para a Santa Casa BH, que luta para levar sa�de de ponta para todos, esse � um grande marco, pois estaremos devolvendo a autoestima e proporcionando mais qualidade de vida e possibilidades de futuro para essas pessoas. Foram muitos os desafios, por isso agrade�o a importante participa��o de todos da equipe, especialmente da fonoaudi�loga Joana Pires", afirmou Mirian Cabral.