Pela falta de informa��o, � comum que pacientes n�o procurem aux�lio m�dico por acreditarem que se trata de obesidade ou celulite
Nunca se falou tanto sobre o lipedema. A doen�a, caracterizada pelo ac�mulo de tecido gorduroso com aumento desproporcional no tamanho dos membros, tem ganhado destaque na imprensa e na internet, com diversas celebridades compartilhando seus diagn�sticos do problema, incluindo a ex-paquita Tatiana Maranh�o e a influenciadora Camila Loures.
Ent�o, o que mudou? Al�m de ter sido padronizado como doen�a, o que contribui para que mais m�dicos tomem conhecimento sobre o lipedema e mais pesquisas sobre o tema sejam desenvolvidas, o tratamento da condi��o tamb�m evoluiu muito e, hoje, existem abordagens eficazes. "Apesar de ser uma doen�a cr�nica, isso �, sem cura, o lipedema pode ser controlado quando devidamente abordado. E hoje temos uma linha de tratamento eficaz nesse sentido que envolve uma equipe multidisciplinar composta por cirurgi�o vascular, nutricionista, fisioterapeuta e, eventualmente, ortopedista e cirurgi�o pl�stico", diz Aline Lamaita.
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"O tratamento do lipedema n�o se restringe a cirurgia com lipoaspira��o para retirada da gordura. Esse � apenas um dos pilares no controle da doen�a, que � realmente essencial em alguns est�gios, melhorando muito a qualidade de vida da paciente. Mas o tratamento cl�nico precisa ser feito antes e depois, em todos os casos, com medicamentos e uso de meias de compress�o. Al�m disso, mudan�as no estilo de vida tamb�m s�o indispens�veis para modula��o do estado inflamat�rio, com ado��o de uma alimenta��o anti-inflamat�ria e pr�tica regular de atividade f�sica."
Aline ressalta que, apesar do reconhecimento sobre o lipedema ter aumentado, inclusive com junho sendo nomeado o M�s de Conscientiza��o do Lipedema, ainda h� um longo caminho a ser percorrido. E os estragos feitos pelos anos de neglig�ncia persistem.
"Pela falta de informa��o, a paciente com lipedema, frequentemente, passa a vida como uma 'falsa magra', isto �, magra da cintura para cima, mas com pernas grossas. Muitas vezes, acredita que esse � o padr�o de corpo familiar, j� que o lipedema realmente pode afetar v�rias mulheres da fam�lia, ent�o n�o pensa que pode ser um problema", elucida. A cren�a de que se trata de um quadro de celulite, obesidade ou ent�o reten��o de l�quido � outro motivo que leva pacientes a demorar para buscar aux�lio m�dico.
E, mesmo quando procuram um m�dico, n�o � incomum que se deparem com um diagn�stico incorreto, pois muitos profissionais ainda n�o consideram a doen�a como uma possibilidade, afirmando que se trata de obesidade, sobrepeso ou ainda linfedema. "Hoje j� existem algumas diretrizes que ajudam os m�dicos no diagn�stico, mas, por ser uma doen�a de tratamento multidisciplinar, � necess�rio que o m�dico se dedique a estudar o problema e entenda as v�rias �reas de conhecimento necess�rias para direcionar as pacientes de maneira adequada", diz a especialista, que afirma que o diagn�stico incorreto atrasa o tratamento, agravando o quadro, o que pode levar a dificuldades de locomo��o, linfedema, disfun��es circulat�rias, como insufici�ncia venosa, e at� problemas ortop�dicos nos joelhos, seja pela sobrecarga ou altera��o da pr�pria articula��o.
"Al�m disso, um diagn�stico inadequado pode causar muita frustra��o � paciente, visto que, al�m de ser cr�nico, o lipedema tem como caracter�stica o ac�mulo de uma gordura doente que, geralmente, n�o responda �s mudan�as de h�bitos, como dietas e pr�ticas de atividade f�sica, comumente adotadas em casos de obesidade", alerta a cirurgi� vascular.
Aline Lamaita refor�a a import�ncia da conscientiza��o da popula��o sobre os sintomas do lipedema. "O autodiagn�stico � bastante comum em casos de lipedema. As pacientes rapidamente se reconhecem ao tomar ci�ncia dos sintomas da doen�a, que incluem aumento sim�trico do tamanho dos membros, principalmente das pernas e quadris, apesar de tamb�m afetar os bra�os em um menor n�mero de casos; dificuldade de perder peso, principalmente na parte inferior do corpo; sensa��o dolorosa ao toque; aumento da frequ�ncia de hematomas espont�neos; e maior tend�ncia ao ac�mulo de l�quido", afirma a m�dica, que encoraja que as pacientes n�o tenham receio e busquem uma segunda opini�o m�dica caso suspeitem do problema.
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