Presidente admite que Atl�tico estaria em situa��o complicada sem os 4 R's

H� pouco mais de um ano, o Atl�tico, ainda sob o comando do agora ex-presidente S�rgio Sette C�mara, mudou radicalmente o planejamento e incrementou significativamente os investimentos no departamento de futebol. A altera��o na rota se explica pela aproxima��o de quatro empres�rios da gest�o do clube, que se intensificou a partir de janeiro, quando come�ou a administra��o de S�rgio Coelho. E o atual mandat�rio admite: sem o grupo de investidores, conhecido como ‘4 R’s’, a situa��o financeira seria “complicada”.

“Complicado, situa��o muito complicada. As receitas, n�o s� do Atl�tico... Quando falo do Atl�tico, eu me refiro ao futebol brasileiro e talvez at� mundial, que est� passando por um momento dos mais complicados nos �ltimos anos. E s�o todos os clubes que passam por problemas financeiros, n�o � s� o Atl�tico. Vamos dizer 90% (dos clubes)”, disse S�rgio Coelho, em entrevista exclusiva ao Superesportes.

O grupo dos ‘4 R’s’ � formado pelos empres�rios Renato Salvador (Materdei), Ricardo Guimar�es (Banco Bmg), Rafael Menin e Rubens Menin (ambos da MRV). Os dois �ltimos s�o respons�veis pela maior parte do investimento que chega aos cofres alvinegros, seja por meio de patroc�nio, seja por empr�stimos para quita��o de d�vidas ou contrata��o de jogadores.

“A d�vida do Atl�tico com a fam�lia Menin � uma d�vida em que o Atl�tico n�o paga juros, nem corre��o monet�ria, e nem tem um prazo pr�-fixado para ser pago, independentemente se o dinheiro que veio atrav�s deles foi para pagar uma folha de pagamento ou se foi para comprar um jogador”, detalhou o presidente.

Em 2020, clube e empres�rios firmaram um pacto para a busca de jogadores. A fam�lia Menin topou emprestar dinheiro para conseguir refor�os jovens, com potencial de revenda. Assim, quando esses atletas forem negociados, o clube pagar� os empr�stimos que pegou ao contrat�-los.

Por�m, nesta temporada, o perfil de investimento mudou. Ao inv�s de jovens, o Atl�tico busca no mercado atletas experientes, com menos potencial de revenda. Foram os casos, por exemplo, do meio-campista Nacho Fern�ndez e o atacante Hulk, que contaram com aporte financeiro dos Menin.

Mas se esses atletas n�o t�m tanto potencial de revenda, como - e quando - o clube pagaria os mecenas? “Quanto aos jogadores como o Nacho e o Hulk, por exemplo, o que a gente espera desses jogadores � um retorno t�cnico, um retorno de futebol. N�o vamos achar que seria f�cil a gente fazer um time competitivo s� com garotos novos”, justificou S�rgio Coelho.

“Independentemente se o dinheiro foi para comprar o Nacho ou o Marrony, por exemplo, j� que � um jogador novo, o Atl�tico deve para eles (os Menin) um determinado valor. E esse valor n�o tem prazo para ser pago. No momento em que o Atl�tico puder pagar, n�s vamos sentar e acertar com eles”, explicou.

Ao emprestar dinheiro ao Atl�tico, a fam�lia Menin oferece condi��es de pagamento melhores do que o praticado pelo mercado. Apesar disso, a diretoria alvinegra sabe que, eventualmente, ter� que ressarcir os empres�rios pelos milh�es repassados aos cofres do clube.

S�rgio Coelho revelou que em breve apresentar� um planejamento estrat�gico para os pr�ximos cinco anos. No documento, o clube estabelecer� metas para conseguir reduzir significativamente o endividamento com os Menin e outros credores.

“N�s estamos para apresentar o nosso planejamento estrat�gico. Nele, ser� detalhado o nosso plano de trabalho para os pr�ximos cinco anos. O Atl�tico est� fazendo algumas a��es que s�o importantes para aumentar as suas receitas”, disse.

“A gente acredita que, tendo a Arena MRV, nossas receitas v�o melhorar muito. N�s, investindo como estamos na base, tamb�m teremos um resultado importante. O time, sendo protagonista dos campeonatos que disputa, vai nos proporcionar uma receita a mais com venda de camisa, com Galo na Veia e diversos outros produtos”, frisou.

“Paralelamente, estamos com um trabalho tamb�m muito duro para diminuir as despesas em todos os sentidos que voc�s imaginarem, porque a gente acha que tudo aquilo que a gente economizar, vai sobrar para a gente investir no futebol e pagar as d�vidas”, prosseguiu.

“Esse planejamento n�o � para daqui um ano resolver a situa��o. � um planejamento para daqui a cinco anos, sendo corrigido anualmente, com um tempo a mais no futuro e com o objetivo de quitar d�vidas e, ao mesmo tempo, ser um time protagonista”, finalizou S�rgio Coelho.