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Estado de Minas VELHO LOBO

Zagallo, 90 anos: as hist�rias e conquistas do �nico tetracampe�o do mundo no futebol

Aos 90 anos, o "Velho Lobo" det�m o t�tulo de ser o �nico tetracampe�o do mundo em futebol. Das 7 Copas que disputou, chegou � final de 5


09/08/2021 05:43 - atualizado 09/08/2021 10:45


Zagallo e Pelé trabalharam juntos em três Copas do Mundo. Em 1958, na Suécia, e em 1962, no Chile, ambos eram jogadores. Em 1970, no México, Zagallo era o técnico e Pelé, o camisa 10 da seleção
Zagallo e Pel� trabalharam juntos em tr�s Copas do Mundo. Em 1958, na Su�cia, e em 1962, no Chile, ambos eram jogadores. Em 1970, no M�xico, Zagallo era o t�cnico e Pel�, o camisa 10 da sele��o (foto: Acervo pessoal)

Na primeira vez em que pisou no Maracan�, M�rio Jorge Lobo Zagallo ainda n�o cal�ava chuteiras; usava botinas. Tinha 19 anos e era soldado da Pol�cia do Ex�rcito.

Na final da Copa do Mundo de 1950, teve a infelicidade de assistir � derrota do Brasil para o Uruguai da arquibancada — era um dos respons�veis pela seguran�a do est�dio. De capacete, farda verde-oliva e cassetete na cintura, Zagallo foi um dos 199.854 espectadores que, na tarde de 16 de julho, viu, incr�dulo, o ponta-direita Gigghia (1926-2015) desempatar o jogo, aos 34 do segundo tempo, e dar o t�tulo mundial � "Celeste Ol�mpica".

O epis�dio entrou para a Hist�ria como "Maracanazo". "O sil�ncio era t�o grande que, se uma mosca voasse por l�, ouvir�amos seu zumbido", costumava repetir o autor do segundo gol.

Quem tamb�m entrou para a Hist�ria foi M�rio Jorge Lobo Zagallo. Aos 90 anos, o "Velho Lobo" det�m o t�tulo de ser o �nico tetracampe�o do mundo em futebol. Ganhou duas Copas como jogador: a de 1958, na Su�cia, e a de 1962, no Chile. Uma como treinador, de 1970, no M�xico, e outra, de 1994, como coordenador t�cnico. Ainda treinou o Brasil nas Copas de 1974, na Alemanha Ocidental (quarto lugar); de 1998, na Fran�a (vice-campe�o), e de 2006, na Alemanha (quinto lugar), como assistente t�cnico.

Em resumo: das 7 Copas que disputou, chegou � final de 5. "Se tem uma palavra que define a trajet�ria do Zagallo, � determina��o", avalia o jornalista Vanderlei Borges, autor de Zagallo - Um Vencedor (1996), em parceria com Luiz Augusto Erthal. "H� uma dificuldade natural para dimensionar o n�vel de craque que o Zagallo foi. O fato de jogar ao lado de Pel� e Garrincha ofuscaria o brilho de qualquer outro que n�o tivesse a estatura dos g�nios. N�o seria diferente com Zagallo".

M�rio Jorge Lobo Zagallo nasceu em Atalaia, a 48 quil�metros de Macei� (AL), no dia 9 de agosto de 1931. Era ainda um beb� - tinha apenas oito meses! - quando sua fam�lia se mudou para o Rio de Janeiro. Nas ruas da Tijuca, bairro da Zona Norte, aprendeu o beab� do futebol: dar passes, driblar zagueiros e fazer gols. Habilidoso, ingressou, em 1947, no time infantil do Am�rica e, um ano depois, na equipe juvenil. Queria seguir os passos do pai, Aroldo Cardoso Zagallo, que chegou a vestir a camisa do CRB, de Alagoas.

O patriarca, por�m, tinha outros planos para o ca�ula. Queria que o filho estudasse Contabilidade e, depois de formado, trabalhasse no escrit�rio de representa��o da f�brica de tecidos de um tio alagoano. Aroldo s� mudou de ideia depois de conversar com o primog�nito, Fernando, que conseguiu convenc�-lo a deixar o irm�o seguir seu caminho no futebol.

De "Formiguinha" a "Velho Lobo"

Como juvenil do Am�rica, clube que ficava ao lado de sua casa, Zagallo disputou dois campeonatos cariocas: de 1948 e 1949. No segundo, chegou a vice-campe�o. Em janeiro de 1950, foi convidado a fazer teste no Flamengo. Foi aprovado. Na mesma �poca, prestou servi�o militar. No clube da G�vea, Zagallo permaneceu por oito anos. Disputou 205 jogos, marcou 29 gols e conquistou o tricampeonato carioca em 1953, 1954 e 1955. Foi nesta �poca que ganhou o apelido de "Formiguinha". "Zagallo disputou 45 dos 77 jogos do tricampeonato carioca e marcou sete gols. J� nessa �poca, mais do que atacante, mostrava seus dotes de armador", analisa o jornalista Cl�vis Martins, autor de Almanaque do Flamengo (2001), em parceria com Roberto Assaf.

Zagallo jogava no Flamengo quando conheceu Alcina, sua futura mulher. Mas escondeu dela que ganhava a vida como jogador de futebol. Ela s� veio a descobrir por causa do cunhado, um rubro-negro de carteirinha. "Antigamente, jogador de futebol era considerada uma atividade de malandro", explica Alcina de Castro Zagallo, em depoimento ao livro Zagallo - Um Vencedor, de Luiz Augusto Erthal e Vanderlei Borges. "Quando a minha fam�lia descobriu, proibiram-me de v�-lo e at� de falar com ele ao telefone".

Zagallo e Alcina se casaram no dia 13 de janeiro de 1955 e tiveram cinco filhos. O casamento aconteceu na Par�quia de S�o Judas Tadeu, o santo padroeiro do Flamengo, mas, Alcina era devota de outro santo: Ant�nio. A festa do "santo casamenteiro", a prop�sito, � comemorada no dia 13 de junho. Dali por diante, o n�mero 13 passou a fazer parte da vida de Zagallo. "Certa vez, ao comprar um apartamento na Barra da Tijuca, exigiu que fosse no 13º andar", relatam os autores no livro. Alcina morreu em 5 de novembro de 2012, aos 80 anos, v�tima de insufici�ncia respirat�ria.


No currículo de Zagallo, constam 35 jogos pelo Brasil como jogador, 103 como técnico e 47 como coordenador. Ao todo, ele venceu 132 partidas, empatou 41 e perdeu 12
No curr�culo de Zagallo, constam 35 jogos pelo Brasil como jogador, 103 como t�cnico e 47 como coordenador. Ao todo, ele venceu 132 partidas, empatou 41 e perdeu 12 (foto: Lucas Figueiredo/CBF)

"A ta�a do mundo � nossa!"

Em 1958, Zagallo foi convocado pelo t�cnico Vicente Feola (1909-1975) para disputar a Copa do Mundo da Su�cia. Titular da ponta-esquerda, disputou a posi��o com outros craques, como Pepe, do Santos, e Canhoteiro, do S�o Paulo. "Zagallo foi um excelente jogador", afirma o jornalista Roberto Assaf, autor de Sele��o Brasileira 90 anos: 1914-2004 (2004), em parceria com Ant�nio Carlos Napole�o. "Poucos no futebol defenderam e atacaram com a mesma efici�ncia". Na final contra a Su�cia, Zagallo evitou que o time da casa fizesse 2 a 0 ao tirar uma bola em cima da linha de meta. Ainda marcou o quarto gol e deu o passe para Pel� marcar o quinto. Resultado: Brasil 5 a 2.

Ao regressar ao Brasil, Zagallo recebeu convite de, pelo menos, tr�s grandes clubes: Portuguesa, Palmeiras e Botafogo. Optou pelo alvinegro carioca, onde jogou ao lado de grandes craques da sele��o, como Garrincha (1933-1983), Didi (1928-2001) e Nilton Santos (1925-2013), e ganhou, entre outros t�tulos, o bicampeonato carioca de 1961 e 1962.

"Zagallo entendeu que deixar o Flamengo e se transferir para o Botafogo significava alcan�ar o topo de sua carreira pela oportunidade de estar no meio de 'monstros sagrados'", afirma J�lio Gracco, autor de B�blia do Botafogo (2016), em parceria com Oct�vio Azeredo. "Zagallo ajudou o Botafogo a conquistar dois dos maiores t�tulos de sua hist�ria, al�m de outros tantos t�tulos internacionais, como o Torneio de Paris, de 1963".


Lance do primeiro jogo entre Brasil e Tchecoslováquia na Copa do Chile, em 1962. Durante a partida, Pelé sofreu um estiramento na coxa e foi substituído por Amarildo, o 'Possesso'. A partida terminou 0 a 0.
Lance do primeiro jogo entre Brasil e Tchecoslov�quia na Copa do Chile, em 1962. Durante a partida, Pel� sofreu um estiramento na coxa e foi substitu�do por Amarildo, o "Possesso". A partida terminou 0 a 0. (foto: Acervo pessoal)

Em 1962, Zagallo foi convocado, mais uma vez, para vestir a "amarelinha" da sele��o. Dessa vez, o t�cnico do Brasil era Aymor� Moreira (1912-1998). Na Copa do Chile, muitos dos jogadores, como Djalma Santos (1929-2013), Zito (1932-2015) e Vav� (1934-2002), eram remanescentes da sele��o campe� do mundo na Su�cia. Logo no segundo jogo, contra a Tchecoslov�quia, Pel� sofreu um estiramento do m�sculo da coxa ao arriscar um chute de fora da �rea e foi substitu�do por Amarildo, que marcou tr�s gols em quatro jogos - dois contra a Espanha e um contra a Tchecoslov�quia. "Zagallo foi extraordin�rio dentro e fora de campo. Dentro das quatro linhas, foi um jogador excepcional. Fora delas, � um amigo exemplar", relata Amarildo Tavares da Silveira, o Amarildo, de 82 anos, parceiro de Zagallo tanto na Sele��o Brasileira (1962) quanto no Botafogo (1958-1963). "Jogar ao lado de Zagallo, Garrincha e Didi foi uma escola. Poucos clubes no Brasil conseguiram reunir um tima�o daqueles".

Zagallo jogava no clube da Estrela Solit�ria quando, em 1965, decidiu se aposentar como jogador e tentar a sorte como treinador. Tinha 34 anos. Em 16 anos, jamais foi expulso de campo. S� na Sele��o Brasileira, disputou 35 jogos - 29 vit�rias, 4 empates e 2 derrotas. Como t�cnico, iniciou sua carreira no juvenil do Botafogo. No decorrer dos anos, treinou Botafogo (1966-1968, 1975, 1978 e 1986-1987), Flamengo (1972-1974, 1984-1985 e 2000-2001) e Vasco da Gama (1980-1981 e 1990-1991). Trabalhou, ainda, no Fluminense (1971-1972) e no Bangu (1988-1989), do Rio; na Portuguesa (1999), de S�o Paulo, e no Al Hilal (1979) e no Al Nassr (1981), da Ar�bia Saudita.


De volta do México, Zagallo e Carlos Alberto Torres, capitão da seleção tricampeã do mundo, desfilam em carro do Corpo de Bombeiros, com a Taça Jules Rimet.
De volta do M�xico, Zagallo e Carlos Alberto Torres, capit�o da sele��o tricampe� do mundo, desfilam em carro do Corpo de Bombeiros, com a Ta�a Jules Rimet. (foto: Arquivo Nacional)

"Noventa milh�es em a��o!"

Em mar�o de 1970, a 77 dias do in�cio do Mundial, Zagallo foi convidado pelo ent�o presidente da antiga Confedera��o Brasileira de Desportos (CBD), Jo�o Havelange (1916-2016), para substituir Jo�o Saldanha (1917-1990). "Ele escala o minist�rio e eu, a sele��o", respondeu Saldanha ao ent�o presidente da Rep�blica, o general Em�lio Garrastazu M�dici (1905-1985), que teria pedido a ele para convocar o jogador D�rio, o Dad� Maravilha, do Atl�tico Mineiro.

Aos 39 anos, Zagallo era o mais jovem treinador a assumir o comando da sele��o. "Um dos m�ritos do Zagallo foi montar um time com cinco 'camisas 10'", afirma Jair Ventura Filho, o Jairzinho, de 76 anos, se referindo a Pel�, do Santos; G�rson, do S�o Paulo; Rivellino, do Corinthians; Tost�o, do Cruzeiro; e ele, do Botafogo. "Al�m disso, tivemos tr�s meses de concentra��o. Quando come�ou a Copa, n�o deu outra: seis vit�rias em seis jogos. N�o houve empate nem derrota. Ganhamos invictos".

Entre uma Copa e outra, Zagallo treinou sele��es de tr�s pa�ses: Kuwait (1976-1978), Ar�bia Saudita (1981-1984) e Emirados �rabes (1989-1990). Em suas aventuras pelo mundo �rabe, convidou o preparador f�sico Admildo Chirol (1934-1998), que recusou a proposta. J� Carlos Alberto Parreira topou o desafio. Entre outras fa�anhas, Zagallo conquistou o t�tulo da Copa do Golfo para a sele��o do Kuwait, em 1977, e classificou as sele��es da Ar�bia Saudita para as Olimp�adas de Los Angeles, em 1984, e dos Emirados �rabes para a Copa do Mundo da It�lia, em 1990.

"Zagallo sempre soube extrair o melhor de cada atleta. Em suas prele��es, esbanjava confian�a e serenidade. N�o precisava alterar a voz. Todo mundo o respeitava", recorda Parreira, que trabalhou com Zagallo nas Copas de 1970, 1994 e 2006. "Ele me influenciou muito. N�o teria sido treinador se n�o fosse o Zagallo".

Em 1994, Parreira assumiu o comando da sele��o e convidou Zagallo para ser seu coordenador t�cnico. Outro remanescente da comiss�o t�cnica tricampe� do mundo era o m�dico L�dio Toledo (1933-2011). Enquanto Parreira dirigia os treinos, Zagallo escalava os jogadores e montava o esquema t�tico. "Sempre tivemos muitas afinidades. Havia respeito e amizade um pelo outro", afirma Parreira. "O Zagallo era do tipo que ensaiava tr�s ou quatro jogadas, mas estimulava a criatividade dos jogadores. Dava muita liberdade".

Vinte e quatro anos depois da conquista definitiva da Ta�a Jules Rimet, Zagallo voltou a ser campe�o do mundo. Dunga, o capit�o nos EUA, repetiu o gesto de Bellini (1930-2014) na Su�cia, Mauro (1930-2002) no Chile e Carlos Alberto Torres (1944-2016) no M�xico. "Em 1994, Zagallo contagiou uma sele��o sem brilho e desacreditada e a transformou em uma equipe aguerrida e confiante", afirma Vanderlei Borges.

Em 2006, Parreira e Zagalo repetiram a tabelinha na Copa da Fran�a, mas n�o tiveram a mesma sorte. Nas quartas de final, o Brasil perdeu para a Fran�a por 1 a 0.

"Voc�s v�o ter que me engolir!"

Em 1997, Zagallo comandou a sele��o na conquista da Copa Am�rica. O Brasil venceu os seis jogos: marcou 22 gols e sofreu apenas tr�s. Depois da final de 3 a 1 contra a Bol�via, o treinador foi abordado por dois rep�rteres e, olhando para a c�mera de TV, desabafou, emocionado: "Voc�s v�o ter que me engolir!". O desabafo tinha endere�o certo: alguns jornalistas esportivos teriam feito press�o para a CBF contratar Vanderlei Luxemburgo no lugar de Zagallo.

Um ano depois, na Copa da Fran�a, outra imagem marcante: na semifinal contra a Holanda, pouco antes da disputa dos p�naltis, Zagallo procurou motivar seus jogadores, especialmente o goleiro Taffarel, aos gritos de "Voc�s v�o ganhar!". E ganharam mesmo. Taffarel defendeu duas cobran�as. Mas, na final, perdeu por 3 a 0 para a Fran�a. "Embora tenha chegado � final, a sele��o de 1998 nunca convenceu. Jogou um futebol pobre", afirma o jornalista e locutor esportivo Milton Leite, autor de As Melhores Sele��es Brasileiras de Todos os Tempos (2010). "Contra a Turquia, foi ajudado pela arbitragem. E, no epis�dio envolvendo o Ronaldo, a comiss�o t�cnica fez uma lamban�a. O jogador poderia ter morrido em campo depois de ter tido uma convuls�o na manh� do dia da final."

Zagallo encerrou sua carreira de treinador em 2001. Aos 79 anos, conquistou o tricampeonato carioca pelo Flamengo. "Zagallo atuou como t�cnico do Flamengo de janeiro de 1972 a novembro de 2001. No clube, alternou bons e maus momentos. Mas, sempre teve prest�gio com os dirigentes e o respeito dos jogadores", avalia Cl�vis Martins, de Almanaque do Flamengo (2001).

Na decis�o contra o Vasco, o jogador Petkovic marcou um gol de falta, aos 43 do segundo tempo, no �ngulo do goleiro Helton. � beira do campo, Zagallo segurava uma imagem de Santo Ant�nio, seu santo de devo��o. Nas arquibancadas, a torcida rubro-negra provocava a cruzmaltina: "Ih, ih, ih... Vai ter que me engolir!". "Para aquele time, o Zagallo foi mais que um treinador, foi um pai. Soube transmitir serenidade e confian�a para o grupo", recorda o jogador s�rvio Dejan Petkovic, de 48 anos. "Se n�o fosse ele, eu n�o teria disputado aquele jogo e feito aquele gol, um dos mais importantes da minha carreira. Minha rela��o com a diretoria n�o era boa. Mas, o Zagallo teve a coragem de bancar minha escala��o".

Como t�cnico do Brasil, Zagallo dirigiu a sele��o principal em 135 jogos (99 vit�rias, 26 empates e 10 derrotas) e a sele��o ol�mpica em 19 (14 vit�rias, tr�s empates e duas derrotas). Como coordenador t�cnico, foram mais 72 jogos (39 vit�rias, 25 empates e oito derrotas). "No caso do Zagallo, � imposs�vel falar de fracasso. Chegar �s semifinais das Copas de 1974 e 2006, por exemplo, n�o pode ser classificado como uma derrota. Frustra��o talvez seja o m�ximo que se possa dizer", pondera o jornalista Luiz Augusto Erthal, de Zagallo - Um Vencedor (1996). "Zagallo se tornou uma unanimidade no futebol brasileiro. Uma unanimidade s� compar�vel ao Pel�."

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