
A Arena do Jacar� poder� receber 30% da capacidade total de p�blico. Hoje, isso equivale a 3,9 mil torcedores, mas esse n�mero tende a ser ampliado para at� 6 mil, com a libera��o de mais um setor nas arquibancadas, que estava interditado.
O receio entre os moradores � que a partida cause aglomera��o nos bares da cidade e no pr�prio est�dio, entre outros desrespeitos a normas de preven��o � COVID-19 - como ocorreu na capital, no duelo entre Atl�tico e River Plate, pela Copa Libertadores, e entre Cruzeiro e Confian�a, pela S�rie B, ambos no Mineir�o, no m�s passado.
Foi justamente por causa do descumprimento dos protocolos que o prefeito Alexandre Kalil (PSD) voltou a vetar a presen�a dos torcedores nos est�dios de BH.
Boa parte dos moradores e trabalhadores de Sete Lagoas acha prematura a volta do futebol com p�blico. Cruzeirense, a operadora de telemarketing Rhayane Gabriele Matias, de 23 anos, n�o cogita a possibilidade de ir � Arena do Jacar�: "A cidade n�o est� preparada. Acho que a secretaria de Sa�de est� colocando a popula��o em risco ao liberar p�blico. Vir�o muitos torcedores de outras cidades, o que aumenta o perigo de transmiss�o do v�rus. E ainda temos muitos casos na cidade. A doen�a ainda nos causa muito medo".
O mesmo pensamento tem o engenheiro civil Marcos Ant�nio da Silva, de 47, que mora em Pedro Leopoldo, mas vai diariamente a Sete Lagoas por motivos de trabalho: "O futebol quer voltar a todo custo. Acho que � momento de concentrarmos for�as para vencer definitivamente o v�rus. O esporte n�o � t�o importante se comparado �s escolas, que ainda n�o tiveram seu retorno completo. As variantes s�o perigosas e, enquanto n�o houver mais estudos e defini��o sobre seu potencial de contamina��o, tudo deveria ser mais cauteloso".
A depiladora Juliene Campos, de 42, teme uma infec��o em massa: "N�o � momento para aglomera��es. Num est�dio, as pessoas se descuidam muito, nunca respeitam as regras. Aglomeram e transmitem o v�rus".
J� o motoboy Felipe Santos, torcedor da Raposa, tem opini�o diferente. Ele concorda com o retorno do p�blico, mas destaca a necessidade de obedi�ncia �s regras: "Se as pessoas forem ao est�dio com m�scara, n�o haveria problema. E tem que haver mais fiscaliza��o para que os torcedores n�o aglomerem".
Felipe ainda n�o est� certo, contudo, de que vai ao jogo. Mas n�o por temer a COVID-19: "J� fui a muitos jogos na Arena do Jacar�, mas hoje os ingressos est�o muito mais caros. Ainda n�o decidi se vou. Vai depender de quanto dinheiro terei".
A venda de ingresso do jogo contra Ponte Preta, para o p�blico geral, come�a na quarta-feira e vai at� sexta-feira, por R$ 60, sendo a meia-entrada ou o ingresso solid�rio a R$ 30, mediante doa��o de 1kg de alimento n�o-perec�vel. Para os s�cios-torcedores, o valor varia entre R$ 30 e R$ 60, dependendo da categoria do associado. Os torcedores dever�o portar o ticket impresso ou a vers�o digital. Para o jogo contra a Ponte, segundo o clube, o cart�o de s�cio valer� como ingresso.
VOLTAR ATR�S
Caso o protocolo n�o seja cumprido, o secret�rio municipal de Sa�de de Sete Lagoas, Fl�vio Pimenta, admite que a cidade pode seguir o exemplo de BH e voltar a proibir p�blico nos est�dios. "A prefeitura entende que existe o momento para restringir e o momento para flexibilizar e liberar gradativamente todas as atividades, inclusive esportes e entretenimento. Obviamente, caso haja mudan�a nos �ndices e evolu��o da doen�a, novas medidas restritivas ser�o adotadas, como foi feito no passado."
As normas discutidas pelo comit� formado pela Secretaria Municipal de Sa�de, for�as de seguran�as, prefeitura e representantes de Cruzeiro e Democrata-SL (administrador do est�dio) preveem obriga��o de testagem at� tr�s dias antes da partida (caso o torcedor n�o esteja vacinado com as duas doses) e do uso de m�scaras, al�m de proibi��o de aglomera��o fora do est�dio, restri��es ao consumo de bebida alco�lica e de alimenta��o.
ACORDO ENTRE OS CLUBES
Sem receber jogos desde que o Democrata-SL encerrou a participa��o no M�dulo II do Campeonato Mineiro, a Arena do Jacar� vem passando por reformas h� duas semanas para receber os dois jogos do Cruzeiro.
Al�m da limpeza completa do est�dio, funcion�rios v�o concluir a troca de l�mpadas dos refletores e do gramado nos pr�ximos dias. As obras s�o custeadas pela Raposa, que fez parceria com o clube de Sete Lagoas.
O Democrata costuma cobrar aluguel em torno de R$ 6 mil para ceder o est�dio (R$ 2 mil para jogos amadores), mas a taxa deve ser amortizada em virtude da reforma. As diretorias podem se reunir nas pr�ximas semanas para buscar novo acordo, caso a Raposa se interesse em continuar atuando na cidade.
O presidente do Jacar�, Renato Paiva, afirma que os dois clubes t�m a ganhar com o Cruzeiro jogando em Sete Lagoas: "No fim das contas, ser� positivo para todos. O Cruzeiro ter� um custo mais baixo com est�dio se comparado a Mineir�o ou Independ�ncia, al�m da proximidade com a torcida, j� que a arquibancada � perto do campo. E o Democrata ganha visibilidade e aproxima��o com o Cruzeiro, al�m de aumentar a receita. Temos uma rela��o boa com a diretoria deles".
Segundo o dirigente, a Arena do Jacar� tem total condi��o de voltar a receber p�blico: "A diminui��o dos casos de COVID-19 � n�tida. Certamente, existe uma preocupa��o muito grande com rela��o ao protocolo, mas o Cruzeiro e a Secretaria Municipal de Sa�de e a prefeitura est�o muito conscientes em cumprir as medidas. Muitas pessoas v�o trabalhar na partida para orientar os torcedores".