Testes cl�nicos de uma vacina contra a Aids v�o come�ar em algumas semanas em Marselha, sul da Fran�a, com 48 volunt�rios soropositivos, dando uma nova esperan�a na luta contra o v�rus, anunciou esta ter�a-feira o professor Erwann Loret, ressaltando a necessidade de se manter cautela.
"N�o � o fim da Aids", ponderou o cientista no in�cio da experi�ncia, embora a esperan�a seja a de se conseguir substituir os coquet�is de antirretrovirais, cujos efeitos colaterais costumam ser bastante inc�modos, por uma inje��o."De 25 a 26 testes com vacinas" anti-HIV s�o realizados no mundo atualmente, estimou o professor Jean-Fran�ois Delfraissy, diretor da francesa Ag�ncia Nacional de Pesquisas sobre a Aids (ANRS).
"� preciso ser prudente com as mensagens que transmitimos aos pacientes e ao grande p�blico", declarou durante uma coletiva por telefone."O alvo � uma prote�na denominada Tat" (transativador de transcri��o viral), acrescentou o professor Erwann Loret, que apresentou em um hospital de Marselha o teste cl�nico autorizado em 24 de janeiro pela Ag�ncia Nacional de Seguran�a do Medicamento (ANSM).
Nos soropositivos, esta prote�na desempenha o papel de "guarda-costas das c�lulas infectadas", explicou o professor. Logo, o organismo n�o consegue nem reconhec�-la, nem neutraliz�-la, o que a vacina testada quer reverter.Quarenta e oito pacientes soropositivos e em tratamento com coquet�is participaram do estudo. Os testes come�ar�o em algumas semanas, prazo para selecionar os volunt�rios, explicar-lhes os riscos da experi�ncia e obter seu consentimento.
Os primeiros esbo�os de resultados s�o aguardados para daqui a cinco meses.Os pacientes ser�o vacinados tr�s vezes, com um m�s de intervalo entre cada dose. Em seguida, eles dever�o suspender o tratamento com coquet�is durante dois meses.
"Se, ap�s estes dois meses, a viremia (taxa de v�rus no sangue) for indetect�vel", ent�o o estudo ter� cumprido os crit�rios estabelecidos pela OnuAids, explicou o professor Loret.Em caso de sucesso, 80 pessoas participar�o de testes, a metade delas tomando a vacina e a outra, um placebo.
Ser� preciso, ent�o, v�rios anos para saber se a vacina constitui ou n�o um avan�o.Para Marie Suzan, presidente regional da AIDES, associa��o francesa de combate � Aids, � s�bio "aguardar para ver no que vai dar" a pesquisa.
Em 2011, 34 milh�es de pessoas viviam no mundo com HIV e 2,5 milh�es foram contaminadas. Desde que foi descoberto, o v�rus causou, at� hoje, mais de 30 milh�es de mortes e estima-se que a cada ano, 1,8 milh�o de pessoas morra de HIV/Aids, segundo a Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS).