O empreendedorismo - tema recorrente de palestras na feira de tecnologia Campus Party - ganhou um espa�o de destaque nesta edi��o do evento, que termina neste domingo em S�o Paulo. Cientistas da computa��o, programadores e desenvolvedores de jogos participaram da Maratona de Neg�cios, uma iniciativa da feira em parceria com o Sebrae, com o objetivo de orientar jovens empreendedores a tirar suas ideias de startups do papel - em especial, projetos que possam ser �teis na Copa do Mundo de 2014.
Dos 100 projetos avaliados, 36 foram selecionados para serem apresentados a investidores e especialistas em tecnologia. As equipes vencedoras que quiserem abrir suas empresas tamb�m ter�o consultoria exclusiva de t�cnicos do Sebrae.
Entre as ideias selecionadas est� a de Daniel Bronzeri Barbosa, de 36 anos. Ele desenvolveu o aplicativo Voo do Drag�o, que tem a fun��o de auxiliar os turistas portadores de defici�ncia f�sica a encontrar lugares acess�veis. Quando o estabelecimento tiver boas recomenda��es (feitas pelos usu�rios), a equipe entra em contato com o estabelecimento para fazer uma certifica��o (por meio do "selo do drag�o"). Assim, o aplicativo ter� um cat�logo de sugest�es certeiras para essas pessoas. Hotel ou restaurante com card�pio em braile, rampa na porta e atendente que interpreta a L�ngua Brasileira de Sinais (Libras), por exemplo, seriam grandes candidatos a ganhar o selo.
Regra b�sica
O Voo do Drag�o explora algo que, na vis�o de especialistas, � fundamental na era online: um nicho de usu�rios muito bem definido. Do mesmo modo que lan�ar na web um concorrente para a Amazon, por exemplo, pode ser um tiro no pr�prio p�, criar um aplicativo para o qual j� existam concorrentes pode ser um erro. S� a App Store, loja de aplicativos do iPhone e do iPad, tem 775 mil aplicativos dispon�veis. Mostrar para o usu�rio que vale a pena baixar um deles n�o � tarefa f�cil.
Entre os projetos avaliados est� tamb�m um aplicativo, desenvolvido por um grupo de Recife, que serve de guia tur�stico e outro que promete facilitar as chamadas de emerg�ncia, para a pol�cia e corpo de bombeiro. Neste caso, em vez de ligar para o n�mero, que eventualmente pode ser esquecido, o usu�rio aperta apenas dois bot�es.
Mas nem s� de aplicativos funcionais e de utilidade p�blica vivem os empreendedores da Campus Party. Pelo contr�rio. H� muitas ideias inusitadas e que t�m como �nico objetivo proporcionar divers�o. � o caso do projeto de Heldith Oliveira, de 24 anos, e Lincoln Dias, de 21. Inspirados em uma empresa de marketing digital brit�nica, a Captive Media, eles est�o desenvolvendo um game interativo para ser jogado por homens, no banheiro. A brincadeira funciona assim: um sensor �ptico capta a dire��o para a qual a urina vai e transfere esse movimento para uma tela, que est� � frente do homem, com um jogo interativo.
A ideia parece maluca, mas, observando a experi�ncia americana, os jovens acreditam que o empreendimento possa render receita no Brasil. O plano da dupla � oferecer de gra�a a instala��o do Dudiz (como o jogo est� sendo chamado) em casas noturnas, bares, hot�is e fechar parcerias com marcas de bebidas alco�licas, camisinhas e outras que fazem parte do universo masculino.
O modelo de neg�cio � baseado na venda de espa�o publicit�rio para essas empresas. A Captive, por exemplo, tem entre os clientes a Smirnoff. Para a Copa do Mundo, os brasileiros do Dudiz pretendem desenvolver um jogo com o mascote do evento, o Fuleco.