
O maior e mais poderoso acelerador de part�culas do mundo foi reiniciado neste domingo, depois de dois anos desligado, anunciou o CERN, a Organiza��o Europeia para a Pesquisa Nuclear.
O retorno ao funcionamento do Grande Colisor de H�drons (Large Hadron Collider, LHC), na fronteira franco-su��a, que inclui um t�nel em forma de anel de 27 km permitir� a realiza��o de uma segunda onda de explora��o de novas �reas da f�sica.
Neste domingo �s 10h41 locais um feixe de pr�tons percorreu o anel de 27 km de di�metro do LHC, em um sentido, e ent�o, �s 12h27, um segundo fez o mesmo circuito na dire��o oposta, indicou o CERN em um comunicado.
"Hoje, o cora��o do CERN bate mais uma vez no ritmo do LHC", comemorou Rolf Heuer, seu presidente-executivo, citado no comunicado.
"O LHC est� em grande forma", declarou por sua vez Fr�d�rick Bordry, diretor de aceleradores e tecnologia. "Mas o passo mais importante est� diante de n�s, quando empregaremos energia em n�veis recordes", acrescentou.
Nos pr�ximos dias, os operadores v�o verificar todos os sistemas antes de aumentar a energia do feixe, enquanto o LHC entra em sua segunda campanha de explora��o.
Durante os dois anos de pausa t�cnica, centenas de engenheiros e t�cnicos repararam e consolidaram o acelerador de part�culas para que este pudesse operar com maior energia, permitindo, assim, que os f�sicos expandissem seu campo de investiga��o, para validar ou refutar teorias.
Entre 800 e 1.000 pessoas trabalharam neste projeto, principalmente para consolidar as cerca de 10.000 interconex�es el�tricas entre os �m�s e adicionar sistemas de prote��o.
Os feixes tamb�m ser�o configurados para produzir mais colis�es, por meio de um agrupamento mais estreito de pr�tons.
Atrav�s deste trabalho, poder� operar a uma energia de 6,5 TeV (tera-el�tron volts) por feixe, quase o dobro da energia obtida durante a sua primeira fase operacional.
"� um salto bem grande", considera Jorg Wenninger, f�sico acelerador do CERN, durante uma teleconfer�ncia.
"Isto imp�e mais dificuldades porque os nossos �m�s est�o se tornando mais sens�veis", acrescentou.
Este rein�cio causa grande entusiasmo na comunidade cient�fica. O LHC havia permitido em sua primeira fase de opera��es confirmar a exist�ncia do B�son de Higgs.
O B�son de Higgs � considerado pelos f�sicos como a pedra angular da estrutura fundamental da mat�ria, a part�cula elementar que lhes d� o n�mero de massa dos outros, de acordo com a teoria do "Modelo Padr�o".
No programa desta segunda campanha est� o mecanismo de Brout-Englert-Higgs, a mat�ria escura, antimat�ria e o plasma de quarks-gl�ons.
A mat�ria escura, invis�vel, comp�e a maior parte do universo, mas s� pode ser detectada a partir dos seus efeitos gravitacionais, explica o CERN em seu site.
De acordo com uma teoria, ela pode conter part�culas chamadas "supersim�tricas", ou part�culas hipot�ticas, que estariam associadas com as part�culas j� conhecidas do "Modelo Padr�o".
Os dados da opera��o do LHC com energia mais elevada devem fornecer mais evid�ncias, que podem lan�ar luz sobre este mist�rio, diz o CERN.