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Estado de Minas

Decapita��o era usada por v�rios povos

No Rio Tapaj�s, os mundukuru cortavam a cabe�a de guerreiros derrotados imediatamente depois da morte


postado em 24/09/2015 07:00 / atualizado em 23/09/2015 20:35

Seja por registros etnogr�ficos, seja por dados arqueol�gicos, os cientistas sabem que a pr�tica da decapita��o estava presente em quase toda a Am�rica do Sul, mas, mais comumente, em contextos violentos, bem diferentes do observado no novo estudo. Os �ndios tupinamb�s do Brasil, por exemplo, eram canibais que se alimentavam de estranhos e inimigos. Partes do corpo, inclusive a cabe�a, serviam como trof�us. Na Amaz�nia, a tribo dos araras utilizava o cr�nio do inimigo derrotado como instrumento musical e o pendurava em postes, como demonstra��o de for�a.


No Rio Tapaj�s, os mundukuru decapitavam guerreiros derrotados imediatamente ap�s a morte. A coluna vertebral era seccionada e m�sculos internos, c�rebro, olhos e l�ngua, removidos. A cabe�a era mumificada atrav�s da imers�o em �leo quente e defuma��o. Na aldeia, o trof�u era foco: ornado e tatuado, participava de cerim�nias durante anos. Esse uso, contudo, tinha prazo de validade. Quando o “poder” da cabe�a acabava, a pele e ornamentos eram removidos, assim como a denti��o, amarrada a um cinto de algod�o usado pelo propriet�rio do pr�mio. O cr�nio era guardado em algum lugar da resid�ncia e, por fim, acabava esquecido.

André Strauss, principal autor do estudo sobre o crânio decapitado encontrado em solo mineiro(foto: Roberto Rocha/Esp.EM 30/6/12)
Andr� Strauss, principal autor do estudo sobre o cr�nio decapitado encontrado em solo mineiro (foto: Roberto Rocha/Esp.EM 30/6/12)
Palavra de especialista

Andr� Strauss, pesquisador do Instituto Max Planck e principal autor do estudo
sobre as pr�ticas mortu�rias do chamado Povo de Luzia, que habitou a Grande BH


Popula��es diversas

“Coloquialmente, nos referimos a esses grupos como o Povo de Luzia, mas devem ter sidos muitos os povos que, ao longo do tempo, ocuparam a regi�o de Lagoa Santa. Sabemos que viviam da ca�a de animais de pequeno e m�dio porte e da coleta dos recursos vegetais dispon�veis na regi�o. Sua tecnologia l�tica (de instrumentos feitos de pedra) era baseada em delicadas lascas de quartzo que tinham cerca de 3cm de comprimento. Acreditamos que foi com essas lascas que eles fizeram a remo��o ritual da cabe�a e m�os que descrevemos nesse estudo. Esses grupos desenvolveram uma forma de express�o art�stica baseada na t�cnica de picoteamento das rochas. Por meio dela, delinearam figuras antropom�rficas que, caracteristicamente, apresentam bra�os e pernas terminando em tr�s d�gitos e uma cabe�a em formato de ferradura. O exemplo mais conhecido dessa 'escola art�stica' do Holoceno inicial � o 'Taradinho' (grafismo que representa um homem nu), descoberto no mesmo s�tio no qual descrevemos o caso de decapita��o mais antigo da Am�rica. Finalmente, sabemos que esses grupos tinham rituais funer�rios extremamente elaborados com um foco na tem�tica da redu��o do corpo do falecido.”

 


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