(none) || (none)
Publicidade

Estado de Minas TECNOLOGIA

Come�a a valer hoje nova pol�tica de privacidade do Whatsapp

Especialistas avaliam que as mudan�as podem trazer riscos � prote��o de dados dos usu�rios do aplicativo


15/05/2021 15:06

Nova política de privacidade do Whatsapp começa a valer no Brasil(foto: Reprodução)
Nova pol�tica de privacidade do Whatsapp come�a a valer no Brasil (foto: Reprodu��o)

Passa a vigorar hoje (15) a nova pol�tica de dados do Whatsapp. O aplicativo passar� a compartilhar informa��es de contas de neg�cios (a modalidade Whatsapp Business) com o Facebook, plataforma central da empresa de mesmo nome que controla o app de mensagem.

A mudan�a ocorre sob protestos de �rg�os reguladores brasileiros. Na semana passada, o Conselho Administrativo de Defesa Econ�mica (Cade), a Autoridade Nacional de Prote��o de Dados (ANPD), a Secretaria Nacional do Consumidor do Minist�rio da Justi�a (Senacom) e o Minist�rio P�blico Federal (MPF) emitiram recomenda��es apontando problemas nas novas pol�ticas.

No documento conjunto, os �rg�os avaliam que as mudan�as podem trazer riscos � prote��o de dados dos usu�rios do aplicativo, al�m de impactar negativamente nas rela��es de consumo estabelecidas entre os usu�rios e a empresa. No �mbito concorrencial, as novas regras podem impactar negativamente a competi��o no mercado. Por isso, os �rg�os solicitaram o adiamento do in�cio da vig�ncia das normas.

Nesta sexta-feira (14) o Cade divulgou nota na qual diz que o Whatsapp "se comprometeu a colaborar" com os �rg�os reguladores que enviaram a recomenda��o. No prazo de tr�s meses a partir de hoje as autoridades far�o novas an�lises e questionamentos � empresa, que manifestou disposi��o em dialogar.

"No documento enviado �s autoridades, o WhatsApp informa que n�o encerrar� nenhuma conta, e que nenhum usu�rio no Brasil perder� acesso aos recursos do aplicativo nos 90 dias posteriores ao dia 15 de maio como resultado da entrada em vigor da nova pol�tica de privacidade e dos novos termos de servi�o nesta data", diz o texto.

Consultado pela Ag�ncia Brasil, o escrit�rio do Whatsapp no Brasil confirmou o acordo divulgado pelo Cade. Com isso, restri��es antes anunciadas foram suspensas por 90 dias. Entre elas estavam a impossibilidade de acessar a lista de conversas e a suspens�o do envio de mensagens e chamadas para o celular algumas semanas depois, caso o usu�rio n�o aceitasse a nova pol�tica.  

Na avalia��o do coordenador do Programa de Direitos Digitais do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Diogo Moys�s, a atua��o dos �rg�os reguladores e a suspens�o das restri��es aos usu�rios que n�o aceitarem a nova pol�tica foram fatos positivos.

"Contudo, o m�rito da quest�o precisa ser analisado pelas autoridades, pois a mudan�a e o compartilhamento dos dados com o Facebook est�o em evidente desconformidade com o marco legal brasileiro. O consentimento j� dado pelos usu�rios, for�ado e na base da chantagem, precisa ser invalidado, pois n�o cumpriu requisitos b�sicos e, nos termos da LGPD, deve ser considerado inv�lido", analisa.

Para Gustavo Rodrigues, coordenador de pol�ticas no Instituto de Refer�ncia em Internet e Sociedade (Iris), h� possibilidades de conflito com a legisla��o brasileira na nova pol�tica anunciada pelo Whatsapp pela falta de clareza quanto � base legal e quando a empresa condiciona a continuidade do uso � aceita��o dessas regras.

"Seria necess�rio demonstrar qual base legal est� sendo usada para embasar este compartilhamento e sempre respeitando os direitos dos titulares. Se houver perda de acesso ao aplicativo a� n�o seria um consentimento livre, como prev� a legisla��o", observa.

Problemas

Na recomenda��o conjunta divulgada na semana passada, as autoridades afirmam que a altera��o nas novas regras de privacidade pode trazer preju�zos ao direito � prote��o de dados dos usu�rios. A ANPD apresentou sugest�es de mudan�a nas novas regras para "maior transpar�ncia quanto �s bases legais, finalidades de tratamento, direitos dos titulares, tratamento de dados pessoais  sens�veis e de crian�as e adolescentes, e o refor�o  de salvaguardas de seguran�a e privacidade". 

Outro problema seria a falta de transpar�ncia e de clareza acerca de quais dados ser�o coletados. "Sob a �tica da prote��o e defesa do consumidor, essa aus�ncia de clareza dos termos  de uso e da pol�tica de privacidade tamb�m pode se traduzir em publicidade enganosa e abusiva, em viola��o aos arts. 31, 37, 38, 39, caput, do CDC [C�digo de Defesa do Consumidor], pois a oferta contratual constante  dos  termos  de  uso  e  da  pol�tica  de privacidade  n�o  dariam  conta  da  dimens�o  exata  do  custo  n�o  precificado  de  uso  do servi�o pelo consumidor", pontua o texto.

Do ponto de vista concorrencial, o documento das autoridades aponta que a mudan�a na pol�tica de privacidade pode configurar abuso de posi��o dominante "por impor  o  rompimento  da  continuidade  de  presta��o  de  servi�o  essencial de  comunica��o  aos  seus  usu�rios  em  raz�o  de  recusa  em  submeterem-se  �  condi��o imposta  de  compartilhamento  obrigat�rio  de  dados  com  a empresa  Facebook  e  seus parceiros".


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)