A pane, que durou praticamente oito horas, causou preju�zos para uma vasta gama de neg�cios. "Trabalhamos, naquele dia, com potencial reduzido e sem poder nos comunicarmos com os clientes pelo Instagram e pelo WhatsApp. Com isso, nossas vendas ficaram 40% abaixo do esperado", disse � reportagem Andr� Hallane, 29 anos, empres�rio do segmento de hamb�rgueres.
Al�m das vendas, o apag�o prejudicou o abastecimento da empresa. "Segunda-feira � um dia de recarregar o estoque, mas os fornecedores n�o respondiam. Ent�o, ficamos em uma situa��o muito complicada para preparar a semana. Como faltou mercadoria, n�o conseguimos falar com gerentes e parceiros de outras lojas, a fim de verificar se havia insumos que n�o era poss�vel obter."
A gestora de marketing da ONI Design de Neg�cios, J�lia Matias, 27, contou que o apag�o colocou em pausa todas as demandas da empresa relacionadas a m�dias digitais. "A parte de redes sociais estava toda parada. Tivemos que adiantar servi�os que n�o fossem relacionados �s redes, que estavam fora do ar", disse. Segundo ela, a queda dos aplicativos do Facebook afetou a comunica��o com os clientes, j� que o WhatsApp � o principal meio utilizado pela empresa para contatar os consumidores. "Afetou a gente de muitas maneiras diferentes. N�o dava para programar postagens, fazer an�ncios, nem para falar com clientes pelo WhatsApp."
Para Julia, a li��o a se retirar do apag�o, � que as empresas n�o podem depender exclusivamente de redes sociais para venderem seus produtos. "N�o podemos ter um neg�cio baseado no Instagram e WhatsApp, e sim um neg�cio que fa�a uso deles. � preciso ter estrat�gias de comunica��o fora do meio digital tamb�m", destacou.
Pamella Nogueira, 38, � l�der da Central de Teleatendimento do CBV - Hospital de Olhos de Bras�lia, que tamb�m utiliza o WhatsApp para atender clientes. "Devido � instabilidade, tivemos que migrar os contatos do aplicativo de conversas para liga��o de voz, que teve aumento significativo. Em contrapartida, � imensur�vel a quantidade de pessoas que deixaram de entrar em contato, visto que preferem se comunicar pelo WhatsApp", disse.
Pamella afirmou que a empresa desenha um plano B, caso futuras quedas tecnol�gicas ocorram. "A ideia � estudar quais s�o os outros sistemas de mensageria mais compat�veis da realidade do WhatsApp e implementar isso o mais breve poss�vel", afirmou.
Juliana Guimar�es, cofundadora do 55 Lab - Laborat�rio de Neg�cios, especialista em empreendedorismo, orienta como variar o uso de m�dias sociais para neg�cios. "� importante lembrar que as m�tricas de vaidade (engajamento, curtidas, seguidores) s�o da rede social, e n�o propriamente do administrador. Devem-se fazer a��es para que as pessoas fa�am parte de uma base (perfil) individual, colhendo e-mails e telefones para, em algum momento, realizar ativa��es independente dessas m�dias sociais", orientou. A especialista ainda indica que n�o se dependa apenas de uma �nica rede.
"� claro que, no dia a dia, pode ser dif�cil escolher mais do que uma rede. Mas voc� diversifica: ora usa o Facebook, ora usa o Twitter, por exemplo. Assim, corre-se menos risco, n�o esquecendo de levar a audi�ncia de uma plataforma, que n�o � sua, de modo que se torne parte integrante na sua base", ressaltou.
*Estagi�rios sob a supervis�o de Odail Figueiredo
Notifica��o do Procon
O Procon-SP deve notificar o WhatsApp pelos preju�zos causados a terceiros no apag�o global ocorrido na segunda-feira. "O consumidor que se sentir prejudicado com a queda do sinal dever� aguardar as informa��es prestadas pelo WhatsApp ao Procon", disse o diretor do �rg�o, Fernando Capex, em v�deo postado no YouTube. "A notifica��o pode resultar em multa por eventuais danos morais e materiais." Capez n�o especificou o valor da multa, mas especialistas falam em R$ 10,7 milh�es, valor insignificante para a empresa global.