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Estado de Minas TECNOLOGIA E MEIO AMBIENTE

O carro ecol�gico criado por Henry Ford em 1941 e nunca comercializado

Ford - s�mbolo do carro, da ind�stria e da linha de montagem - tamb�m flertou com a produ��o de um produto ecol�gico, mas que nunca foi para a frente


03/11/2021 10:19 - atualizado 03/11/2021 11:15


Robert Boyer e Henry Ford ao lado de um carro de plástico
Henry Ford (dir.) apresentou o carro de pl�stico ao p�blico em em 1941 (foto: The Henry Ford/Ford Motor Company)

Henry Ford foi imortalizado como o homem que popularizou o uso de autom�veis com a cria��o do primeiro carro produzido em massa, o Ford T.

A linha de montagem, inventada pelo americano, possibilitou que o mercado automobil�stico se expandisse, revolucionando a ind�stria de transportes no in�cio do s�culo 20.

Hoje a prolifera��o de carros — que emitem di�xido de carbono, o principal g�s causador do aquecimento global — � considerada um fator central das mudan�as clim�ticas.

Mas poucos sabem que Ford, s�mbolo do carro, da ind�stria e da linha de montagem, tamb�m flertou com a produ��o de um produto ecol�gico — pelo menos no material usado para a produ��o.

Nos anos 30, a Ford foi uma das primeiras ind�strias a fabricar o que hoje chamamos de biopl�stico: um pl�stico feito de plantas que, ao contr�rio do pl�stico tradicional - feito de hidrocarbonetos - � biodegrad�vel.

Ford chegou a criar um carro com esse material: o Soybean Auto (carro de soja), que ele apresentou ao p�blico em 1941.

Ele estava t�o convencido das virtudes deste pl�stico — que, segundo ele, era dez vezes mais resistente do que o a�o — que pegou um machado e atingiu um painel de metal e um de pl�stico, mostrando que apenas o metal tinha amassado.

No entanto, apesar de o pr�prio magnata ter previsto que "dezenas de milhares de artigos e autope�as atualmente feitos de metal" seriam feitos de "pl�stico criado a partir de materiais colhidos na fazenda", o prot�tipo nunca virou um produto. O carro de soja nunca foi e o �nico modelo existente foi destru�do. N�o h� nem mesmo uma r�plica.

Qual a hist�ria por tr�s desse projeto? Por que ele n�o prosperou?


Um trabalhador fabrica um carro de plástico
Henry Ford acreditava que o pl�stico feito � base de plantas seriao material do futuro (foto: Ford Motor Company)

Fazendeiro e industrial

De acordo com o Benson Ford Research Center, dedicado a preservar a mem�ria de Henry Ford, o famoso empres�rio cresceu em uma fazenda em Michigan e durante toda a sua vida buscou uma forma de combinar "os frutos da ind�stria com os da agricultura".

Ford criou laborat�rios dedicados a encontrar usos industriais para plantas como soja, milho, trigo e c�nhamo. A ideia de construir um carro de pl�stico feito a partir desses materiais n�o s� cumpria o prop�sito de unir as duas paix�es, mas tamb�m tinha outros m�ritos, destaca o centro de pesquisas.

Uma era que a Ford acreditava que "os pain�is de pl�stico tornavam o carro mais seguro do que os carros de a�o tradicionais; e que o carro poderia at� mesmo capotar sem ser esmagado".

Mas havia tamb�m uma quest�o pr�tica: com o in�cio da Segunda Guerra Mundial na Europa, em 1939, houve uma "escassez de metais" no mundo.

"As mat�rias-primas pl�sticas podem custar um pouco mais", disse ele ao jornal The New York Times durante a apresenta��o de seu "carro feito de pl�stico", em agosto de 1941. "mas prevemos uma economia consider�vel como resultado de menos opera��es de acabamento na fabrica��o."


A estrutura metálica do carro de plástico
A f�rmula do material � desconhecida at� hoje (foto: Ford Motor Company)

O que se sabe sobre o Soybean Auto

O pr�prio Benson Ford Research Center reconhece que muito pouca informa��o foi preservada sobre esta inven��o original, que, no entanto, continua a despertar o interesse de muitas pessoas — especialmente agora que h� tanta aten��o dada �s quest�es ambientais.

Uma das grandes inc�gnitas s�o os detalhes sobre o material com que o carro foi feito. Os ingredientes exatos dos pain�is de pl�stico s�o desconhecidos porque atualmente n�o h� registro da f�rmula.

A reportagem do New York Times da �poca diz que "um dos pl�sticos desenvolvidos pelos qu�micos da Ford � um material composto de 70% de fibra de celulose e 30% de aglutinante de resina".

"A fibra celul�sica � composta por 50% de fibras de pinho, 30% de palha, 10% de c�nhamo e 10% de rami, material usado pelos antigos eg�pcios para as m�mias", detalha o jornal.

Mas o homem encarregado de criar o carro, Lowell E. Overly, deu uma vers�o muito diferente em outra entrevista. Ele disse que o carro era feito de "fibra de soja em uma resina fen�lica com formalde�do".


Modelo de estrutura metálica do carro
A base do carro era uma estrutura met�lica (foto: The Henry Ford/Ford Motor Company)

O projeto

O que est� mais documentado � como o Soybean Car foi projetado e montado.

A Ford confiou a tarefa a Overly, que era designer de ferramentas e matrizes do Laborat�rio de Soja, que fazia parte do complexo criado pelo empres�rio automotivo.

O supervisor de Overly, Robert A. Boyer, que era qu�mico, tamb�m ajudou no projeto. O carro tinha uma estrutura de a�o tubular, � qual foram fixados 14 pain�is de pl�stico.

Al�m de fazer o carro mais resistente a impactos, o pl�stico tinha outra grande vantagem: era muito mais leve. O Soybean Car pesava menos de uma tonelada, metade do peso dos carros tradicionais da �poca.

Este foi outro fator que Ford destacou quando apresentou sua inova��o em 13 de agosto de 1941 no Dearborn Days, um festival em Michigan. O "carro de pl�stico" tamb�m foi exibido no Michigan Fairgrounds no final daquele ano.

Mas apesar de seu apoio � sua nova inven��o e da confian�a de Ford no futuro dos pl�sticos � base de plantas, o projeto n�o foi para frente.

De acordo com Overly, o �nico modelo j� feito foi destru�do e os planos para produzir uma segunda unidade nunca sa�ram do papel.

O que impediu o projeto — e parou toda a produ��o de autom�veis nos EUA — foi a entrada do pa�s na Segunda Guerra em 1941, depois do ataque japon�s a Pearl Harbor.

No final da guerra, a ideia de um carro de pl�stico desmoronou enquanto a energia estava indo para os esfor�os de recupera��o, explica o Centro de Pesquisa Benson Ford.

Outros afirmam que o desinteresse pelo pl�stico � base de plantas foi devido a um fator puramente econ�mico: a abund�ncia de petr�leo barato ap�s a Segunda Guerra Mundial.

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