Brasileiro usa celular por um ter�o de seu tempo acordado, diz estudo

Brasileiros passaram em 2021 quase cinco horas e meia por dia, em m�dia, diante de seus aparelhos de celular, segundo um relat�rio lan�ado pela empresa de an�lise de mercado digital App Annie.

Trata-se, ao lado da Indon�sia, do maior volume de uso de celulares entre os 17 pa�ses analisados no relat�rio (que tamb�m engloba Coreia do Sul, M�xico, �ndia, Jap�o, Turquia, Singapura, Canad�, EUA, R�ssia, Reino Unido, Austr�lia, Argentina, Fran�a, Alemanha e China), com base em dados coletados das lojas online iOS App Store, Google Play e outras.

Embora o brasileiro seja o maior �ndice, ele est� perto da m�dia global de 4 horas e 48 minutos de uso di�rio de celular observada nos principais mercados analisados pela empresa em 2021 - o que representa um aumento de 30% no uso desde 2019.

� como se os brasileiros passassem mais de um ter�o do tempo que est�o acordados (considerando uma noite de sono de 8h) ligados no celular.

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Nesse per�odo passado diante do aparelho, 7 de cada 10 minutos foram em aplicativos de redes sociais, fotos e v�deos - principalmente no TikTok.

Do ponto de vista comercial e tecnol�gico, "a tela grande est� lentamente morrendo, enquanto o celular continua a quebrar recordes em todas as categorias - tempo gasto, downloads e receita (gerada)", afirmou o executivo-chefe da App Annie, Theodore Krantz.

Segundo o relat�rio, houve 230 bilh�es de downloads de aplicativos no ano passado ao todo o mundo, com gastos de US$ 170 bilh�es (R$ 940 bi).

O app mais baixado em 2021 foi o do TikTok, onde os usu�rios passaram 90% de tempo a mais em compara��o com 2020.

A expectativa da empresa de an�lise � de que o TikTok passe de 1,5 bilh�o de usu�rios ativos mensais no segundo semestre deste ano.

Gastos em an�ncios

Esse mercado continua bastante pujante. Houve 2 milh�es de novos aplicativos e jogos lan�ados em 2021, e o n�mero de aplicativos que lucraram mais de US$ 100 milh�es subiu 20%, segundo o relat�rio.

O YouTube segue sendo o aplicativo mais popular para streaming de v�deos, com mais de um milh�o de novos downloads em 60 pa�ses diferentes. A Netflix ficou em segundo lugar em muitas regi�es.

O mercado de games para celular tamb�m cresceu: consumidores gastaram US$ 116 bilh�es (mais de R$ 600 bi) nesses jogos, sendo que os mais populares s�o os chamados de "hiper-casuais", como o Hair Challenge (em que jogadores t�m de fazer o poss�vel para que seus cabelos n�o sejam cortados) e Bridge Race (nos quais usu�rios colecionam blocos para construir escadas).

Alguns usu�rios se queixam da quantidade de an�ncios presentes em jogos desse tipo. � um mercado - o de an�ncios em apps - que tamb�m movimenta muito dinheiro (US$ 295 bilh�es no ano passado, mais de R$ 1 tri).

Isso sugere que eram infundadas as preocupa��es mercadol�gicas quanto � iniciativa da Apple em impedir a coleta de dados de seus usu�rios (o motivo � que, no ano passado, na atualiza��o do iOS 14.5, os usu�rios puderam optar por n�o ter seus dados coletados. O argumento de cr�ticos, agora desbancado, era de que isso prejudicaria o mercado de anunciantes).

Apps de finan�as, compras e bem-estar

Outro destaque do relat�rio diz respeito a aplicativos de finan�as, em que mercados emergentes como o brasileiro chamam a aten��o.

"Embora n�o sejam os maiores mercados globais, M�xico, Indon�sia, Argentina e Brasil foram os que tiveram o maior crescimento nos �ltimos quatro anos" nesse segmento, diz o relat�rio. O crescimento no Brasil foi de 175%, principalmente em bancos e plataformas de pagamento digitais, como Nubank e PicPay.

Algumas das tend�ncias identificadas pelo relat�rio da App Annie refletem mudan�as sociais mais amplas, particularmente em como a pandemia alterou a vida das pessoas.

Um exemplo � que usu�rios est�o gastando muito tempo em aplicativos de compras - mais de 100 bilh�es de horas globalmente, com maior crescimento sendo registrado em Singapura, Indon�sia e Brasil.

Tamb�m intimamente relacionado � pandemia, o uso de aplicativos de entrega de comida teve um crescimento expressivo. O n�mero de sess�es nesses apps foi de 194 bilh�es em 2021, um aumento de 50% em rela��o ao ano anterior.

Aplicativos de sa�de, bem-estar e boa forma tamb�m cresceram em popularidade, em um momento em que muitas pessoas tiveram de ficar em casa por mais tempo do que antes.

Vale destacar, ainda, que foram gastos US$ 4 bilh�es com uso de apps de namoro e encontros no ano passado, um aumento de 95% desde 2018.

E aplicativos criados pelos pr�prios pa�ses para gerenciar a covid-19, como os de comprovante de vacinas (a exemplo do brasileiro Conecte SUS) ou de informa��es sobre a pandemia, tiveram uma alta m�dia de �xito. Um exemplo � o aplicativo do NHS, o sistema de sa�de p�blica brit�nico, que foi baixado por 71% da popula��o plenamente vacinada do pa�s. Na Mal�sia, o aplicativo equivalente foi baixado por 80% desse grupo j� vacinado.

Com reportagem de Jane Wakefield, da BBC News

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